I’ll be your Rock of Gibraltar

Hey lovelies, Feliz 2024!
Ok, já estamos nos últimos respiros de janeiro mas o que vale é a sinceridade. :)

Espero que vocês tenham tido um fim de dezembro maravilhoso, celebrando o natal e a chegada do novo ano junto das pessoas mais queridas. Aqui eu tive um mês conturbado com dramas from Brazil e só consegui relaxar um pouco na reta final. A família do respectivo cogitou enviar a sogra para passar a data conosco, mas por causa da distância ela acabou desistindo. Infelizmente eu só fui informada disso de última hora, e sem saber se iria ou não recebê-la meu planejamento foi pras cucuias. Enfim, as luzinhas da árvore de natal não deram nó dentro da caixa, minha farofa de bacon estava perfeita e isso é tudo o que importa.

Costumo passar o natal em casa porque acho uma festa mais “cosy”. Porém logo depois veio chegando aquela crise existencial de fim de ano, que somada ao frio e a escuridão do inverno me obrigou a buscar uma nesga de sol. Não me entendam mal, eu curto demais a vibe acolhedora dessa época, acho muito gostoso me enrolar no conforto das texturas macias das roupas de inverno, sentir o calorzinho de uma lareira (outro plano para 2024) e os dias curtos com cara de chocolate quente maratonando minha lista de filmes no Prime Video. Mas como eu disse dezembro não foi um mês muito legal, a saúde mental sofreu e eu achei que um vôo curto trazendo céu azul, clima ameno e drinks baratos do outro lado iria me animar.

Ou seja, Gibraltar here we go again.

Primeiramente peço desculpas a todos que sem querer enganei no Instagram colocando a geolocation RIO DE JANEIRO de zuera na foto que abre esse post. :) Em minha defesa eu nunca pensei que alguém fosse realmente confundir a Pedra de Gibraltar com o Pão de Açúcar ou Corcovado; não-cariocas estão desculpados, mas os nativos do Hell De JaNeura? Are you ok? Enfim, ESSA pedra fica numa pontinha da península ibérica entre a Espanha e o Marrocos, banhada pelo mar mediterrâneo e pelo oceano atlântico. Gibraltar (Gibs, para os íntimos) é um território britânico ultramarino, ou seja, fala-se inglês, a moeda é a libra e seus habitantes são chamados gibraltinos – pessoas de ascendência inglesa que nasceram por lá. Também há os ingleses que escolheram se aposentar num país com o clima da Espanha mas sem ter que aprender a falar espanhol (inclusive apóio).

Fim do papo National Geographic, vamos aos finalmentes: hotel bom é hotel que já te recebe com champanhe no check in:

O Sunborn é um hotel que parece um iate (ou é um iate usado como hotel? Sinceramente não faço idéia) que fica “ancorado” em uma marina. Eu não costumo ficar em hotéis luxuosos; qualquer airbnb ou bed & breakfast já é suficiente. Porém conseguimos um pacote bastante razoável de última hora no Booking ponto com, e como meu marido não sabe o que são 30 dias seguidos de férias desde 2005 eu acho que ele merecia esse little treat.

Demos um passeio rápido pelas imediações, tomamos uma cerveja gelada no Bianca’s (um dos bares da marina, e que inesperado foi poder sentar numa mesa na calçada em DEZEMBRO sem passar frio, gente) e resolvemos jantar no próprio hotel, já que era a primeira noite estávamos meio cansados pra procurar restaurante na cidade. Isso se revelou um erro porque a comida era apenas mediana (e por outras razões que explico em breve). Enfim, o vinho estava ótimo, mas nunca entenderei pratos que levam arroz al dente. Posso estar demonstrando ignorância culinária aqui, mas arroz crocante não rola, desculpe.

Vista do bar do hotel à noite:

Vista do quarto. A área da marina é bem animada; no inverno não costuma lotar, mas os bares e pubs ficam abertos com música até bem tarde.

O último dia do ano amanheceu belíssimo:

O Hotel fica no coração da Ocean Village – um complexo residencial e de lazer ao redor de uma das três marinas de Gibraltar. A área, toda calçada em pedrinhas portuguesas, tem lojas, bares, restaurantes, dois cassinos e é pontilhado desses enormes blocos residenciais de varandas envidraçadas com vista para o mar. Não fosse o fato de que não é preciso usar carro para nada, a área me lembraria um pouco a Barra da Tijuca – porém com clima agradável e sem milicianos.

E fomos aproveitar o dia bonito (temperatura de 14 graus pela manhã com sol, chegando por volta dos 18 graus lá pelo meio dia) para dar nosso rolê. O centro de Gibraltar é formado por várias ruazinhas que desembocam numa longa rua comercial pedestrianizada. O comércio nessa área é quase todo voltado para os turistas: lojas de cosméticos, perfumes, jóias, eletrônicos, brinquedos e tralhas – não há cobrança de imposto, logo tudo é pelo menos 20% mais barato do que no UK.

A maioria dos comerciantes é de origem indiana mas o ritmo onipresente nos alto falantes é o reggaeton espanhol mais chinfrim que você possa imaginar (sabe a batida do refrão de “Envolver” da Anitta? Pois é aquela mesma batida em toda música, em todo lugar, o tempo inteiro). “Charmoso” não é uma palavra que eu usaria para definir o centro, mas isso pouco importa no verão quando os navios de cruzeiro despejam gente de todo o mundo atrás de encher a mala de barganhas. Porém basta erguer o olhar acima das lojas para descobrir algumas belezinhas arquitetônicas.

A sede editorial do Gibraltar Chronicle, o jornal local desde 1801. É o jornal diário mais antigo de Gibraltar e o segundo jornal de língua inglesa mais antigo do mundo a ser impresso continuamente. Eu gosto muito dessa área do centro; silenciosa, os imóveis são mais antigos e tem uma pracinha gostosa de sentar e ouvir o som do vento nas folhas das árvores.

Fiquei apaixonada por essa escultura na parede de um centro cultural. Os cabelos são formados pelas raízes de uma árvore, e o rosto foi esculpido onde ficava a base do tronco.

Nos encaminhamos para a estação do teleférico a fim de subir no topo da Pedra e dar amendoim para os macacos, mas por algum motivo ele não estava funcionando nesse dia. Sempre é possível usar o serviço das vans, mas eu não estava a fim e acabamos sentando num bar nas imediações para tomar uma cerveja e comer um croquete. Na verdade eu queria presunto ibérico, porém o garçom espanhol mandou um “tem, mas acabou” e depois do NADA “mas nós temos frango!” como se fosse um substituto válido (eu ri). Acabei pedindo uns croquetes e essa foi a porção “pequena” (quero nem saber o tamanho da grande).

Ao lado da estação do teleférico fica o jardim botânico de Gibraltar. Ele fica na subida de uma encosta e se estende em vários níveis; não é muito grande, mas é bastante pitoresco e você vai encontrar cascatas, cactos e suculentas enormes e árvores que parecem alienígenas. Não fiz muitas fotos dessa vez porque já visitamos em outra ocasião, respectivo não estava muito disposto e estava começando a “esquentar” para os meus padrões (uns 20 graus, hahaha) e o apelo da cerveja foi mais forte. Mas recomendo fortemente para quem gosta de plantas. Olha o tamanho desses bebês:

Depois disso voltamos para o hotel a fim de nos preparar para a festa de reveillon do hotel.

Pra não pesar demais o post o resto fica para o próximo capítulo. :)
Mas NÃO DESISTAM DE MIM, eu vou tentar (de novo) ser mais presente em 2024. <3

18 thoughts on “I’ll be your Rock of Gibraltar

  1. Adoro árvores frutíferas em centros de cidades. Fica tao charmosinho, vontade de colher a fruta e comer sentada num banquinho (o que faço quando dá).

  2. Que bacana voltar aqui e ver os seu blog, mesmo que um pouco parado, ainda vivo.
    Te sigo lá pelos idos de 2010 e, volta e meia retorno aqui para acompanhar suas lindas fotos, seu humor inteligente e sarcástico.
    Não, não abandone o blog. Por favor.

    1. desistir jamais, o problema é ter vontade e tempo de baixar foto, editar, selecionar, escrever um texto, montar um post… é mais fácil postar qualquer bobagem no instagram do celular mesmo, mas seguimos na luta (hahaha) porque ao contrários das redes sociais esse espaço é particular e não depende de algoritmo ou da boa vontade de bilionários. muito obrigada mesmo por continuar por aqui. <3

  3. Que relato de viagem! Parece que o final de dezembro foi um tanto movimentado para você, cheio de dramas e reviravoltas, mas ainda assim, você conseguiu aproveitar momentos especiais. Fiquei rindo com a confusão da geolocalização no Instagram – é incrível como alguns lugares podem ser confundidos!

    Gibraltar pareceu ser encantadora, especialmente com a descrição do Sunborn Hotel. É fascinante ver como Gibraltar tem suas próprias peculiaridades, misturando influências britânicas e espanholas.

    O episódio do motorista de ônibus em Jersey trouxe uma pitada de calor humano que muitas vezes é subestimada. São essas pequenas gentilezas que fazem uma grande diferença, especialmente quando se está longe de casa.

    Se ainda não oconhece meu blog é o Depois dos 28 estou acompanhando seu blog, sei que não é uma troca mas ficarei muito feliz se aparecer por lá, um grande abraço. 🫶🏻

    1. é, o fim de ano foi movimentado mas não da maneira que eu gostaria. pelo menos teve essa mini trip (e a de portugal) pra salvar! espero que eu consiga viajar um pouquinho mais. obrigada pela visita e pelo comentário, vou passar no seu blog sim! precisamos reviver a blogosfera nacional, porque rede social no momento só tem servido pra fazer a gente passar raiva e querer gastar dinheiro.

  4. Feliz 2024! Não vi o post do instagram com a localização Rio de Janeiro, mas foi exatamente o que me veio à mente quando vi a foto que abre o post. Seria facilmente uma das enganadas hahahaha
    Arrasou na fuga do inverno! Nunca tinha lido nada sobre Gibraltar e adorei passear um pouco por lá pelas tuas fotos.
    Pode deixar que não desistirei de você, mesmo que eu leia seus posts com atraso. É que as demandas da vida real acabam engolindo a gente e fica difícil arrumar um tempinho para a blogosfera.
    Beijos!

    1. hahahah desse ângulo do aeroporto a corcovinha é similar mesmo. até a vibe do lugar lembra um pouco, mas o clima nessa época do ano é MUITO melhor do que os 45 do Rio (tenho calafrios só de lembrar o quanto é horrível). eu nunca tinha pensado muito em gibraltar até visitar uns anos atrás porque ele tem clientes lá. muito bom pra passar uns dias curtindo um ar livre sem casaco em janeiro. e beber, pois álcool é duty free… pena que eu tô fraquíssima e preciso desistir depois de 2 drinks. :(

  5. Que lugar bacana. Ruelinhas acolhedoras, paisagens bonitas, porção pequena generosíssima de croquetes. Acertadíssima a troca do inverno nublado por esse céu azul!
    Se voltares, espero que tenha a porção “pequena” do presunto ibérico.

    1. de modo geral eu curto inverno mas estava entediada por antecedência da CHATICE que é esse país durante o ano novo e não me arrependi de ter escolhido um lugar com sol mas sem calor. se eu voltar espero comer as duas coisas, porque o croquete também estava excelente!

  6. desistir? jamais

    teus registros de viagem/passeio me passam muito a sensação de estar andando por ruas comuns de outros lugares que ninguém conhece. lugares comuns, normais, calmos e muito curiosos. sem aquela energia caótica de lugares hypados lotados de turistas. e nem é desdém, provavelmente acharia interessante também conhecer lugares turísticos que a grande maioria conhece/deseja conhecer. mas pra mim, pelo menos, a curiosidade bate mais para esses outros lugares no mundo tão comuns quantos os bairros daqui em que a vida acontece normal e quase passa despercebida. enfim, nem sei se deu pra entender seja lá o que eu quis dizer HAHAHA mas gosto muito de como compartilhas esses teus momentos :)

    [disclaimer: champagne, iates e marinas são nada comuns pra mim HAHAHA mas até isso soa mais interessante nos teus registros. olha todo esse tratamento diferenciado mas, hmmm, já viram esse banquinho da praça aqui? HAHAHA bom demais]

    1. sim, eu também prefiro esses lugares! quer dizer, os turísticos são inegavelmente instagramáveis e interessantes (se não fossem não estariam lotados, haha), mas esses a gente consegue ver em qualquer busca de hashtag e até no google images. eu tento trazer as partes que as pessoas jamais veriam se não fosse pela minha obsessão de me espalhar e me enfiar nos lugares onde ninguém tem interesse em ir. talvez por eu ter nascido e sido criada num lugar assim.

      e essas coisas também não fazem parte do meu dia-a-dia, exceto talvez champanhe em ocasiões especiais – mas só porque custa relativamente barato aqui. no brasil era CIDRA CERESER no ano novo e olhe lá. :D

  7. Leitora antiga, por aqui…adoro seu jeito de narrar os acontecimentos, seja, eles viagens ou uma ida despretenciosa a algum local na vizinhança…as árvores com as laranjas são a cara da Espanha! Gostei de conhecer Gibs!

  8. Quando li o título, achei que tinha a ver com a música do Amos Lee. Nem sabia que Gibraltar era um lugar haha

    E olha, se eu não lesse, eu ia jurar que eram fotos do Rio, talvez não com tantos iates estacionados perto do hotel, mas vai saber se você não encontrou um lugar escondido onde só os ricos entram…

    Esses croquetes estão com uma cara ótima, mesmo que sejam “quase de presunto”.

    E eu também não gosto de arroz duro. Parece que a pessoa que não sabe fazer e joga essa de al dente pra ficar chique haha

    1. e eu que nem sabia quem era amos lee nem conhecia a música dele? conheço outra música com o mesmo nome, mas é do nick cave.
      esse morrinho deu uma boa enganada no pessoal, mas caso exista um lugar escondido onde só os ricos entram eu certamente não seria convidada. 😂 e arroz duro não tem a me-nor condição, prefiro papa.

    1. obrigada, dear! gibraltar é pequeno e não sei se vale a visita pra quem não é do uk, mas pra passar uns dias de sol na espanha sem precisar falar espanhol foi ótimo, haha. :)

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