Rascunhos.

O serviço de meteorologia informa que a heatwave deve voltar amanhã, mas esses dois dias de interlúdio climático me restauraram a vontade de viver. E aqui temos mais uma opinião impopular que me vi forçada a admitir: eu realmente não gosto do verão. Em nenhum hemisfério.

Quando eu era mais jovem as pessoas me diziam que aquela era a melhor fase da vida e eu devia aproveitar. Por um lado eu até hoje acho que eles estavam certos; algumas coisas são, de fato, mais bonitas quando vistas através de olhos ingênuos e com o encantamento da primeira vez. Mas uma das maiores conquistas da idade adulta foi a experiência que me permitiu entender que não faz sentido querer o que os outros têm ou desejam quando eu já me conheço o bastante para saber que quero outras coisas. Que podem não fazer sentido para quem está de fora, mas deixá-las para trás em busca de uma realização “one size fits all” é garantia de frustração.

Sinto que passei os últimos três ou quatro anos da minha vida em hiato, passando a limpo os rascunhos dos meus planos para o futuro e descartando supostos “sonhos” que eu nunca realmente sonhei. Ou que talvez fossem os sonhos de infância de alguém que cresceu, mudou e ajustou suas expectativas de criança à personalidade que veio se revelando através do tempo. Perdi “amizades”, fui vista como estranha, ressentida, delusional. Tentei me enquadrar e querer e sonhar parecido com os demais e assim transformei meus dias numa interminável festa chata ouvindo música ruim, bebendo vinho morno e cercada de malas me entediando com histórias que eu não queria ouvir. I think I’m done.

Vou ali pôr algo mais confortável, queimar uma vela, chamar Tori Amos no stereo e fazer outro bule de chá. It’s finally ok to be who I am.

“There must be some other door that they are saving
behind which my happiness lies
I won’t be wasting my words
To tell you hopes that I had – we can just leave it alone, for now
.”

playlist 1:
1. acceptance – colliding by design
2. then jerico – the motive
3. jane weaver – slow motion
4. chain wallet – driving
5. trespasser william – different stars
6. hoops – cool 2
7. king – the taste of your tears

playlist 2:
1. manic street preachers – hold me like a heaven
2. ina wroldsen – sea
3. airiel – molten young lovers
4. maven grace – innocent dreams
5. lump – curse of the contemporary
6. maybeshewill – he films the clouds
7. icehouse – crazy
8. the go betweens – bye bye pride
9. the vaccines – maybe

We laughed like we were queens

i’m Creedence Clearwater Wright
best friend of Elodie Eye
we’ve been tight since Percy Elementary, class of 1985
we moved together out to Philly after college
took a two bedroom at South & 9th
i sold my violin so we could have it easy
El got her grandmother’s money when she died

we laughed like we were queens and split our ballgowns at the seams
and every single time I’d dream it was only El & me
but then she slipped away from me, she met a boy from New Jersey
and they fell fast in love of course
i swear it felt like a divorce

this september i’ll be 26 years old
and El’s the only one besides my dad who’s ever said i love you Creedence
took got a job downtown, it’s an hour on the bus each way
typing letters for a lawyer in a bad toupee
it’s dumb i know but it pays okay

and did i mention i moved out?
i got my own place off of South and  i’ve been living hand to mouth
for going on a year by now
and  yes i still see El around, it’s different but i can’t say how
she cut her hair, it’s back to brown
she’s living with her boyfriend now

and since september i’ve been 26 years old
she’s still the only one besides my dad who’s ever said
i love you Creedence.

casiotone for the painfully alone

High street em Ingatestone, Essex, ready for halloween.
(“high street” é como se chama aqui a rua principal de um bairro onde fica o comércio, lojas e serviços)

Winter Blues.

E aí, tudo em cima para o Natal? :)
Sou fã dessa época do ano. Por motivos de atmosfera festiva, luzinhas natalinas (eu amo fairy lights, costumo tê-las espalhadas pela casa o ano inteiro e elas imediatamente melhoram o meu astral), especiais bregas na TV e muita comida. Especialmente agora que não como mais carboidratos, ter vários dias para me esbaldar neles é razão o bastante para comemorar. E para gastar calorias (e dinheiro) nas liquidações que costumam pipocar pela cidade no dia seguinte ao Natal.

Outro dia eu fiz uma pesquisa de opinião no formspring a fim de saber os motivos que levavam as pessoas a gostar ou desgostar de Natal. Entre os motivos para não curtir sempre estava o fato de ter que se reunir com familiares chatos. Acho que tive sorte nesse aspecto. Sempre passei meus natais em casa, decorando a árvore, ouvindo música, comendo e assistindo a TV sem ter que visitar ou ser visitada por ninguém. Minha mãe sempre se ressentiu, porque para ela essas datas são sinônimo de casa cheia. Mas eu sempre vou agradecer à rabugice do meu pai que vetava essas idéias antes de serem postas em prática. Não consigo imaginar minha casa cheia de tias chatas comendo o meu bolo e os primos que praticavam bullying com a minha pessoa. Assistir o Especial de Natal da Xuxa em paz comendo panetone e cercada de luzinhas coloridas? Essa é a minha praia, esse é o meu clube. ♥

Para celebrar a data, toma a playlist de Natal versão 2012. Tem até Auld Lang Syne em ritmo de samba, OU SEJA. E me desculpo previamente por ter incluído GLEE, mas não achei outra versão mais animadinha de Deck the Rooftops no Grooveshark.

CHRISTMAS TIME VOL. II
01. It’s beginning to look a lot like christmas – Dean Martin
02. Jing-A-Ling-A-Long – Wayne King and his Orchestra
03. What Christmas Means to Me – Cee Lo Green
04. Joy to the world – Whitney Houston
05. Holly Jolly Christmas – Various
06. A Marshmallow World – Brenda Lee
07. Winter – Big Scary
08. Auld Lang Syne – Pink Martini
09. Welcome Christmas – Boris Karloff
10. Here Comes Santa Claus – Doris Day
11. Santa Claus is Coming to Town – Faith Hill
12. O Come All Ye Faithfil – Johnny Cash
13. Jingle Bells – Frank Sinatra
14. O Holy Night – Kelly Clarkson
15. Carol of the Bells – Disney
16. Angels We Have Heard of High – Mormon Tabernacle Choir
17. Christmas Lights – Coldplay
18. Patapan – O Come, O Come – Mindy Gledhill
19. Maybe this Christmas – Ron Sexmith
20. I’ll Be Home for Christmas – Elvis Presley
21. What Child is This? – Charlotte Church
22. It’s Not Christmas Without You – Victoria Justice
23. Gloria – Jewel
24. Christmas TV – Slow Club
25. Deck the Rooftop – Glee

E aproveitando também para repostar a playlist do ano passado, que teve algumas músicas deletadas graças à n00bice do Grooveshark e que eu consegui recuperar graças à uma leitora que me enviou a relação completa de músicas novamente – obrigada, sualinda. :)

CHRISTMAS TIME VOL. I
01. Winter Wonderland – Bing Crosby
02. Do They Know it’s Christmas? – Band Aid
03. Driving Home for Christmas – Chris Rea
04. Let it Snow – Dean Martin
05. Santa Claus is Coming to Town – Jackson 5
06. All I Want for Christmas is You – Mariah Carey
07. Rudolph the Red Nosed Reindeer – Destiny’s Child
08. Last Christmas – Wham!
09. Silent Night – Frank Sinatra
10. Have Yourself a Merry Little Christmas – Judy Garland
11. Merry Christmas Darling – The Carpenters
12. Jingle Bell Rock – Bobby Helms
13. Rockin’ Around the Christmas Tree – Mel & Kim
14. Baby, It’s Cold Outside – Tom Jones & Cerys Matthews
15. Santa Baby – Eartha Kitt
16. Fairytale of New York – The Pogues & Kirsty MacColl
17. Walking in the Air – Aled Jones
18. A Wonderful Christmas Time – Paul McCartney
19. Merry Christmas Everybody – Slade
20. We Wish you a Merry Christmas – Weezer
21. Blue Christmas – Elvis Presley
22. Christmas Through your Eyes – Gloria Estefan
23. War is Over – John Lennon, The Harlem Community Choir, Yoko Ono & The Plastic Ono Band
24.O Come All Ye Faithful – Luther Vandross
25. White Christmas – Darlene Love

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Todos os anos o “inferno astral” inaugura uma temporada salutar de blocks, unfriends e unfollows. Eu sempre termino um ano e começo outro tendo problemas com pessoas. Sempre. Juro que não entendo. Há quem diga que são os ânimos exaltados dessa época, mas não é o meu caso porque o Natal e o Ano Novo só me deixam feliz e com vontade de mandar amor, cartão de Natal e bolo para as pessoas. E só não faço isso com frequência por questões de distância física e, talvez, por ter sido mal interpretada no passado.

É sempre com tristeza que vejo amizades indo embora. Principalmente tendo tão poucas. Mas por outro lado eu sempre recebo de braços abertos qualquer oportunidade de renovação; sou daquelas que ama fazer limpeza de gavetas, armários e jogar fora o que não tem mais utilidade e só ocupa espaço. Eu não acredito em astrologia, nem em forças ocultas, mas se existir alguma coisa não-palpável por aí (nem que seja o acaso) que me ajuda a limpar a vida de presenças nefastas, inúteis e que servem apenas para pesar sem necessidade, estaremos agradecendo viu? Mais espaço para encher de livros, bolo, viagens e amigos de verdade. Venha leve, 2013.

Desculpem pelo mimimi e um Feliz Natal para todos os lindos e lindas. ♥

Autumn Tracks

Passo uma semana fora e, na ida ao supermercado essa tarde, me dou conta de que o outono já está mesmo por aqui. Umas fotos bestas de celular para registrar o momento. :)

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E casualmente, como se fosse um gato, uma raposa desfila pela rua.

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E por falar em estações, uma playlist intitulada “The Summer that (almost) Never Was”. Porque na verdade aqui ele praticamente não existiu, salvo o período das olimpíadas. Mas aí eu já tinha desistido de esperar por ele, engavetado meus planos e trilhas sonoras, e foi como se nunca tivesse de fato acontecido. Enfim, postei os vídeos no formspring e resolvi deixar aqui também. :)

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Closer than this – St Lucia
Forever – Haim
Sweet Disposition – Temper Trap
Summertime Sadness – Lana del Rey
Something Better – Beat Club
Velvet Elvis – Alex Winston
Before the Dive – St Lucia
Origins – Tennis
The Reflection of You – Bear in Heaven
Major – The Asteroids Galaxy Tour
Ashtma Attack – CockNBullKid
In the Backseat – Staygold
Mesita – Pineapple Peak

Aproveitando para postar também um meme musical que eu recebi da Cacá. ♥

1. Pegue seu player (no computador iTunes, WMP, etc) ou MP3/iPod/celular e coloque no aleatório.

2. Liste as 5 primeiras faixas ouvidas.

Bury My lovely – October Project
All Over the World – Spy X Spy
There’s a World Outside – Psychedelic Furs
Hiding Out – Sucré
Crossover – Magnetic Man


3. Qual delas representa o que você está sentindo hoje?

Na verdade nenhuma. Hoje eu estava voluntariamente ouvindo trash. :)

4. Qual delas você não ouvia há algum tempo?

As duas primeiras. Essa do Spy então, jeez, não devo ouvir isso desde a adolescência, haha.

5. Alguma delas te traz uma lembrança marcante? Qual?

“Bury My Lovely” lembra uma longa e feliz viagem de ônibus que durou dez horas. “All Over the World” me lembra intervalos da faculdade, onde eu e a Beth tentávamos explicar para uma patty o significado de “surf music”. “There’s a World Outside” me lembra romances da juventude. “Hiding Out” me lembra de alguma coisa que eu ainda nem sei se vivi. “Crossover” me lembra o Brasil ano passado, ouvindo essa música no mp3 player sentada no ônibus.

6. Qual delas é a sua favorita?

Difícil… Acho que hoje seria “Bury My Lovely”, porque fazia tempo que não ouvia October Project e me fez ter vontade de ouvir o CD (EDIT: acabo de perceber que ele sumiu).

7. Qual delas você definitivamente indicaria para as pessoas ouvirem?

Não sei, eu não costumo indicar músicas porque o meu gosto musical varia entre o mainstream e o bizarro. Acho que nenhuma dessas cinco é particularmente ofensiva, mas também não combinam tanto com esse mundo de Beyoncés e Gagas.

8. Algumas delas possui um clipe que é o seu favorito? Sendo positiva a resposta, poste link do clipe para o YouTube.

“Bury My Lovely”, sem dúvida. No link que eu pus, o top comment explica tanto a letra da música quanto o vídeo. Também gosto do vídeo dessa versão de Hiding Out por ser ao vivo.

9. Relacione as músicas com 5 pessoas e as indique para o meme.

Vou ter que pular essa porque da última vez que relacionei músicas com pessoas (lá pelos idos de 2002) rolou um constrangimento coletivo. Mas quem quiser fazer o meme fique à vontade, por favor. E se quiser deixe o link nos comentários, porque eu adoro conhecer música nova. :)

The world is stone.

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stone, the world is stone
cold to the touch
and hard on the soul
in the grey of the streets
in the neon unknown
i look for a sign
that i’m not on my own
that i’m not here alone

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stone, the world is stone
from the far away look
without stars in my eyes
throught the halls of the rich
and the flats of the poor
wherever i go
there’s no warmth anymore
there’s no love anymore

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so i turn on my heels
i’m declining the fall
i’ve had all i can take
with my back to the wall
tell the world im not in
i’m not taking the call

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stone, the world is stone
but i saw it once
with the stars in my eyes
when each colour rang out
in a thunderous chrome
it’s no trick of the light
i can’t find my way home
in a world of stone

Reading Festival 2012

Lucy Rose

Conheci através desse vídeo no YouTube. Gostei da voz e do estilo folk da moça (que fez parte do Bombay Bicycle Club), uma espécie de Joni Mitchell moderninha; e o show me apresentou uma infinidade de músicas novas. O álbum de estréia sai em breve, e depois de assistir a esse show eu recomendo.

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Niki and the Dove

Eu nem ia assistir, mas a descrição do som da banda no programa do festival me pegou pelo pé: electro pop gótico sueco. Corri pro palco Festival Republic e peguei o show no comecinho. A Niki se veste como a Madonna no início da carreira, tem a voz da Sia e o som é uma mistura de Cindy Lauper com Kate Bush. É claro que eu amei.

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Paramore

Poucas fotos e de longe porque eu ainda estava tentando me inserir na massa do palco principal depois do show da Niki. Hayley estava vestindo uma camiseta do The Cure e disse que “sabia que todo mundo estava ali só esperando Bob Smith”. Bonitinha. Não precisava do mimimi, viu? Mas valeu por encerrar o show com Misery Business. :)

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Cure

Eu não fiz muitas fotos por motivos de: dane-se, prefiro curtir. E também porque estava tentando chegar mais perto do palco; no fim, ficamos a uns 30 metros de distância. Rolou stress com um drogadinho querendo me empurrar (baixou a barraqueira e eu o ameacei com um spray de pimenta que eu nem mesmo tinha na bolsa, mas funcionou) e com um idiota gritando “TOCA MINT CAR!” do meu lado. Respectivo, que comprou até banquinho dobrável pra sentar (ele tem dor crônica nas costas) acabou nem sentando e, no fim do show, mal conseguia se mexer. E, bem, era o dia do ANIVERSÁRIO dele… Acabei com a festa do meu marido, mas OLHA, foi por um motivo nobre: a última vez que o The Cure tocou em Reading for em 1979 (!!) e dessa vez meteram DUAS HORAS E MEIA de show, com um set-list totalmente “pra galera” – tipo coletânea de sucessos.

Bob Smith parecia um globo de espelhos de boate de puteiro em dia de função: redondinho e cintilante, refletindo as luzes no meio do palco. E tentando explicar, de forma awkward, por que ele não conversa com o público: “I can’t explain why I don’t talk, talking between songs breaks the spell in my head – but I’m thinking it all, I promise”. Amor pra vida inteira. ♥

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Hand in hand is the only way to land

Outro dia me fizeram essa pergunta no formspring: Top 10 Músicas do The Cure.
Eu respondi por lá, mas queria deixar por aqui também já que respostas se perdem naquele emaranhado sem arquivos. No fim do mês tem show do Cure no festival de Reading (EU VOU!); eis a oportunidade perfeita pra fazer uma listinha e entrar no clima. :)

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SÓ DEZ? Difícil. Vai ser complicado resumir a obra de uma das minhas bandas favoritas (com uma quantidade imensa de singles lançados) numa compilaçãozinha “the best of”. Estamos falando aqui de álbuns INTEIROS bons. E não foram poucos assim – os ruins são minoria e mesmo desses dá pra salvar coisas. E tem dias em que eu acho A Letter to Elise uma obra prima, noutros uma cafonice sem tamanho. Como toda banda que a gente conhece bem, temos relações estranhas com muitas músicas. Definitivamente depende do clima.

Charlotte Sometimes – Essa foi a música que fez com que eu me apaixonasse. Uma amiga querida e meio gótica sempre trazia fitas cassete recheadas de coisa boa quando ia trabalhar lá em casa. Acho que ela estava tentando fazer uma lavagem cerebral em mim, porque minha mãe só ouvia Roberto Carlos (que eu adoro) e Agnaldo Timóteo (errr… nope) e ela queria me salvar. Ela pegava a minha mão e a gente deslizava e rodopiava pelo piso de cerâmica da varanda da frente que tínhamos acabado de lavar. Eu pedia pra ela voltar a fita de novo e de novo até que um dia embolou no toca fitas e a gente passou horas desenrolando e enrolando tudo de volta (os ADOLESCENTES devem estar confusos com a tecnologia jurássica) mas, como mastigou um pouco, o som nunca mais foi o mesmo. Eu sempre me culpei por isso; sorry, Irene. Tomara que o destino tenha lhe trazido muitas alegrias – e a discografia inteira do The Cure em CD.

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The hanging garden –  Lembro da primeira vez que ouvi. Estava numa festa no quintal da casa de alguém e me encaminhando para o banheiro a fim de fazer um xixi básico. Essa música começou a tocar e eu fiquei lá, paralisada, pensando “puta que pariu, puta que pariu, puta que pariu” e testando a elasticidade da minha bexiga. Por fim, não vi outra saída: me agachei atrás de uma cerca e mijei ali mesmo, só pra não ter que entrar na casa e deixar de ouvir a música. NINGUÉM FAZ MAIS FESTAS ASSIM, DAMN IT.

In Between Days – Dispensa apresentações, um clássico das FMs nos anos 80. Um exemplo do talento dos caras para compor introduções longas e fabulosas. Adoro a letra meio bipolar e me identifiquei com ela em diversos momentos da minha existência, por diferentes motivos. Da série “radiofônicas populares” do Cure, essa é de longe a melhor.

Sinking – De novo, introduções intermináveis e atmosféricas. Essa versão do link é um pouco diferente da versão do álbum porque se não me engano é uma live em estúdio (posso estar errada). Mas é mais bonita que a versão oficial, na minha opinião. Acredito que seja ótima para ouvir quando se está high on something.

A Night Like This – Essa música caberia perfeitamente num teen movie do John Hughes (vide o sax 80s) e tenho até sugestão: entraria no final de Pretty in Pink (ao invés de “If You Leave” do OMD). Breguinha, mas tão, tão bonitinha… Boa pra road trips. Boa pra soundtrack de festinha, em que cada um traz um prato de salgadinho e uma garrafa de tubaína. “I want it to be perfect like before” Me too.

Grinding Halt –  Essa música é de… 1979!! Instant dance. :) Perdi a conta de quantas vezes ouvi isso nas festas rock que rolavam às sextas naqueles “clubes” (puteiros) da área do Lido em Copacabana. O que tinha importância: EVERYTHING IS COMING TO A GRINDING HALT! EVERYTHING IS COMING TO A GRINDING HALT! ok, parei.

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Just Like Heaven – Uma das preferidas de todo mundo, imediatamente me coloca num astral melhor. Não tem como não estar numa compilação. Da fase mais pop da banda, e eu acho engraçado como uma música tão alegrinha quanto um fim de semana na praia durante as férias de verão pode ter tanto a cara do The Cure.

Push – Uma das que eu e meu ex, que também gostava muito de Cure, tínhamos em comum. Ele dizia preferir os álbums mais antigos e que eu gostava da fase farofa (well, that’s a lie). Essa ele julgava ser farofenta. Certa vez fomos de carro para Juiz de Fora (não pergunte) cantando essa música no repeat. GO GO GO, PUSH HIM AWAY!

Killing an arab – Outra obrigatória de festinhas góticas. Não achei nenhuma versão com áudio realmente bom e fiel à versão original de estúdio; essa é meipodrinha, mas foi a melhor que encontrei. Enfim, dá pra ter uma idéia. Simples, curtinha, com punch quase punk. Hoje em dia meio que ficou marginalizada porque tem um arzinho xenófobo. What a pity.

Lovesong – Nostálgica, levemente melancólica sem ser sombria. Bob compôs pra esposa dele. A Adele fez uma cover aceitável – mas podíamos ter passado sem, obrigada, porque a música não combina com ela. Apesar de eu achar que até combina com a Tori Amos, eu também não posso dizer que gosto da versão que ela fez. Por favor, mocinhas torturadas, queridas ou não: deixem essa música em paz. Obrigada.

Play for today –  Alguém aí que lembre, ainda que vagamente, dos anos 80 lembra da propaganda da Aldeia dos Ventos (marca de surfwear) usando a introdução de Play for Today? Talvez seja um pouco mais conhecida no Brasil uma vez que, por causa da tal propaganda, essa música foi incluída numa coletânea de surf music. SURF MUSIC. HAHAHA

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Just One Kiss – Essa música… FEELINGS. ♥ Direto do Japanese Whispers, um álbum só de singles soltos e lados B bem legal (que inclusive tem a ótima Love Cats).

Fascination Street – Muda a formação da banda, mudam os rumos musicais mas você ainda sabe que é The Cure mesmo antes de ouvir os vocais. ♥

Pictures of you – Outro clássico inevitável. Essa versão do link é a única que deveria existir. Eles costumam “resumir” a intro para tocar no rádio e caber em coletâneas. Noooo. Never. Isso é pior que editar a Bíblia. Se eu fosse de chorar, eu teria chorado quando eles tocaram isso ao vivo no Hollywood Rock. A letrinha é piegas, mas não compromete.

Trust – Eles abriram a apresentação do Hollywood Rock com essa, numa versão extended. Fog falso, Robert Smith no palco e uma música que ninguém esperava. Meu queixo caiu. O queixo de todo mundo caiu. WHAT IS QUEIXO.

The Same Deep Water As You – Quase dez minutos de vocais lisérgicos e instrumental atmosférico. WHO NEEDS DRUGS? Dizem que é perfeita como trilha sonora de sexo. Experimentem e depois me contem. Ou não.

Friday I’m In Love – Tem que citar, né? Apesar de eu não gostar tanto dessa faixa quanto gostava há tempos atrás. Vale o mesmo pra Boys Don’t Cry, obrigatória num Top qualquer coisa do Cure, I think.

Closedown – Eu acho que eu poderia morar dentro dessa música. “the need to feel again the real belief of something more than mockery, if only i could fill my heart with love.” *TEARS MANY TEARS*

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MENÇÕES HONROSAS:

Splintered in her head – Apavorante. No bom sentido, eu acho. Trilha sonora pronta para a sua festinha de Halloween. :)
A Forest – Magnífica; tão boa que deveria estar na lista principal. Essa introdução mais longa sempre é cortada. Bastards.
Cold – “Your name, like ice in my heart”
Lament – Não sei exatamente porque eu acho essa música bacana. Ela me lembra uma época legal da minha vida. E talvez eu não precise de outros motivos. :)
 – Subway song – Não posso dizer que gosto muito dessa faixa, MAS aquele “berro” do metrô no final já me proporcionou diversões assustando incautos. :)
Fight – Não entendi por que não consegui encontrar uma versão de estúdio, mas enfim.
The Final Sound –  Trilha sonora incidental de filme de terror.  Aliás, menção honrosa pro Seventeen Seconds (álbum). E acabo de me dar conta de que ele foi lançado há 32 ANOS. Wow.

Enfim, essa é a lista para hoje. Daqui a 15 minutos vou lembrar de outras 30 que deveriam estar aqui e não me perdoarei por tê-las esquecido; mas lista de coisas que a gente ama é assim mesmo. Não tem fim, nem forma definida, nem limite de quantidade. Just like real love. ♥

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“Aprendi a passar batão com Bob Smith – 2745238976 membros”

Cereja do bolo, deixarei essa entrevista de 1982; dois minutos e meio de puro amor e tchutchuquice pós adolescente de Bob Smith. Atualmente carinhosamente apelidado por mim de TIA VÉIA mas, apenas de a cútis de alabastro e o corpitcho esguio terem se alterado consideravelmente nos últimos anos (erm… décadas), o cabelo ninho-de-rato e as manhas de passar Ruby Woo continuam as mesmas.

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Love you long, long time, Bob.
See you soon. xx

(título do post = trecho de Lovecats, talvez também deveria ter entrado na lista)

Through fox’s eyes, I’ve been watching you

Acordei cedo e fui ao shopping comprar o presente da filha da amiga, que aniversaria no domingo. A festinha será em Jersey e, por bondade do acaso, eu estarei lá durante o fim de semana a fim de preparar a casa para um open viewing com possíveis interessados na semana que vem.

O tempo aqui está  nublado e venta muito, por isso voltei logo para casa para relaxar e finalmente ouvir o cd novo da Tori Amos, Night of Hunters. É um álbum conceitual e eu costumo ter medo dessas coisas. Mas o fato é que eu gostei do conceito em si e das críticas que li. Certamente não é uma obra comercial e é preciso ouvir algumas vezes para que a estranheza do início seja substituída por admiração pelos arranjos clássicos (o álbum é 100% acústico) e da poesia dolorosa resultante da viagem de autoconhecimento da personagem.

Os vocais do álbum e fotos do livro trazem a participação da Natashya, filha da Tori. Fiquei impressionada com a voz da menina e o quanto ela se parece com a mãe.

Acho que esse é um daqueles álbuns estranhos que se desenvolvem e “crescem” depois de algumas audições. De qualquer maneira, beautiful. ♥

The Miracle.

How many sorrows do you try to hide?
In a world of illusion that’s covering your mind
I’ll show you something good
Oh I’ll show you something good.
When you open your mind you’ll discover the sign
That there’s something you’re longing to find…

Cruel is the night that covers up your fears
Tender is the one that wipes away your tears
There must be a bitter breeze to make you sting so viciously
They say the greatest coward can hurt the most ferociously
But I’ll show you something good.
Oh I’ll show you something good.
If you open your heart you can make a new start
When your crumbling world falls apart.

The miracle of love will take away your pain
When the miracle of love comes your way again.

25 merry melodies

Não tendo nascido numa família religiosa, o Natal para mim sempre se resumiu a duas coisas somente: comida e música.

Entre as as lembranças mais remotas dos natais da minha infância eu incluo passar o dia 24 de dezembro sentada no chão da cozinha lambendo latas de leite condensado descartadas pela mãe e os vinte e cinco primeiros dias de dezembro ouvindo esse disco até furar o vinil. O cheiro do peru sendo assado e o vizinho tocando pagode no último volume enquanto queimava a carne do churrasco. Minha mãe polvilhando as rabanadas (que eu adoro) com canela (que eu odeio) enquanto colocava na vitrola mais um CD do Roberto Carlos (que eu adoro) ou do Agnaldo Timóteo (que eu odeio). Meu pai assando castanhas, eu assando sob o sol e ouvindo minha fita mal gravada dos Smiths enquanto esperava a chuva que *sempre* caía na véspera de natal. A melodia piegas, porém grudenta do comercial do Banco Nacional ou o emocionante jingle natalino da Varig pontuando os especiais de TV, enquanto a pequena Lolla engolia bolinhos de bacalhau ainda quentes em série, sentada no sofá da sala sob as luzinhas piscantes na árvore. Não havia tanta expectativa pelos presentes como havia pelos cheiros, sabores e sons do Natal.

Por isso hoje eu pensei em fazer uma mixtape indie, depois mudei de idéia e considerei fazer uma rock’n’roll. E depois uma clássica anos 50, ou uma com regravações, ou uma só com vocais femininos ou ainda uma só de hinos religiosos cantados por artistas pop. Depois resolvi parar de ser hipster, me render ao clichê da data, misturar tudo e saiu isso aí. Curiosamente, eu nem mesmo gosto de algumas dessas músicas, mas é inconcebível pensar em Natal sem elas. Músicas que me acompanham desde a infância e outras que conheci quando mudei de país. Elas me irritam, me emocionam, me fazem rir, me fazem dançar, me fazem ter vontade de assassinar os intérpretes com requintes de crueldade, me deprimem, me lembram de fantasmas de natais passados e de como eu gosto dessa época do ano. E querendo ou não, se tornaram parte da trilha sonora do meu Natal e da minha vida.

Trilha que eu já passei para um CD e estarei ouvindo amanhã. All day long, como é de hábito.

(mas deixei a Simone de fora; NOT SORRY)

01. Winter Wonderland – Bing Crosby
02. Do They Know it’s Christmas? – Band Aid
03. Driving Home for Christmas – Chris Rea
04. Let it Snow – Dean Martin
05. Santa Claus is Coming to Town – Jackson 5
06. All I Want for Christmas is You – Mariah Carey
07. Rudolph the Red Nosed Reindeer – Destiny’s Child
08. Last Christmas – Wham!
09. Silent Night – Frank Sinatra
10. Have Yourself a Merry Little Christmas – Judy Garland
11. Merry Christmas Darling – The Carpenters
12. Jingle Bell Rock – Bobby Helms
13. Rockin’ Around the Christmas Tree – Mel & Kim
14. Baby, It’s Cold Outside – Tom Jones & Cerys Matthews
15. Santa Baby – Eartha Kitt
16. Fairytale of New York – The Pogues & Kirsty MacColl
17. Walking in the Air – Aled Jones
18. A Wonderful Christmas Time – Paul McCartney
19. Merry Christmas Everybody – Slade
20. We Wish you a Merry Christmas – Weezer
21. Blue Christmas – Elvis Presley
22. Christmas Through your Eyes – Gloria Estefan
23. War is Over – John Lennon, The Harlem Community Choir, Yoko Ono & The Plastic Ono Band
24.O Come All Ye Faithful – Luther Vandross
25. White Christmas – Darlene Love

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Have yourself a merry christmas. ♥
E mandem mensagens de amor pro meu TIM Infinity.

The Smiths Project

OMG. Janice Whaley regravou a discografia inteira dos Smiths (incluindo suas próprias versões das capas originais) e lançou em CD/box. Detalhe: não há instrumentos. Todos os sons em todas as faixas são cortesia da própria voz da Janice. Tudo disponível para ouvir online, comprar ou fazer download.

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Ainda não consegui descobrir se gostei ou não, já que para mim versões da “sagrada” obra dos Smiths são sempre ou excelentes ou péssimas. Ouvi algumas faixas da Janice mas vou precisar ouvir outras e mais vezes para estabelecer uma opinião. A princípio achei mais interessante como projeto do que, de fato, bom de se ouvir. Mas a pergunta real aqui nem é “amei ou detestei?” e sim “como é que eu não fiquei sabendo disso antes??”

Você pode ouvir faixas no site do projeto ou no canal da Janice no YouTube.

Asleep.

sing me to sleep
sing me to sleep
i’m tired and i
i want to go to bed

sing me to sleep
and then leave me alone
don’t try to wake me in the morning
‘cause i will be gone

don’t feel bad for me
i want you to know
deep in the cell of my heart
i will feel so glad to go

there is another world
there is a better world

“well, there must be.”

St. Saviour’s cemetery, Jersey.
Lyrics: Morrissey