Jersey shores.

Jersey é uma dependência autônoma da Coroa Britânica. É a maior das Ilhas do Canal (118,2 km²) e está localizada a 22 km da península de Cotentin, na Normandia, França. Tem um litoral de 70 km de extensão e cerca de 9 milhas de oeste a leste e 5 milhas de norte a sul, o que lhe dá o nome carinhoso entre os locais de “nine by five”.

A ilha é dividida em doze paróquias (todas com o nome de sua igreja), a maior sendo St Ouen e a menor St Clement. A ilha é caracterizada por uma série de vales que geralmente correm de norte a sul, como Waterworks Valley, Grands Vaux, Mont les Vaux, embora alguns sigam em outras direções, como Le Mourier Valley. O ponto mais alto da ilha é Les Platons (136 m).

Jersey fazia parte do Ducado da Normandia, cujos duques se tornaram reis da Inglaterra a partir de 1066. Depois que a Inglaterra perdeu a Normandia no século 13, o título ducal foi entregue à França mas Jersey permaneceu leal à Coroa inglesa (embora nunca tenha se tornado parte do Reino da Inglaterra). É uma democracia parlamentar autônoma sob uma monarquia constitucional, com seus próprio sistema financeiro, legal e judicial. Jersey não faz parte do Reino Unido e tem uma identidade internacional separada, mas o Reino Unido é constitucionalmente responsável pela defesa de Jersey.

A ilha possui uma grande indústria de serviços financeiros, que gera 40% da sua receita. A influência cultural britânica na ilha é evidente no uso da libra esterlina como moeda e do inglês como idioma principal. Outras semelhanças culturais incluem dirigir à esquerda, acesso à televisão e jornais britânicos, um currículo escolar seguindo o da Inglaterra e a popularidade de esportes como o críquete. A ilha também tem uma forte cultura normando-francesa, presente na sua antiga língua normanda Jèrriais e nomes de lugares com origens francesas ou normandas.

01. Aeroporto de Jersey

02. Antigo galpão da extinta Jersey Airlines

03. Baía do Rozel, a minha praia local. Eu caminhava até lá pelo Vale Rozel pelos campos de narcisos até chegar à costa.

04. Um hambúrguer no Hungry Man, o café da praia de Rozel. Eu gostava de caminhar até lá para tomar um café e ver as ondas, enquanto jogava migalhas de muffin para os patos. As casinhas coloridas ao fundo são cabanas de praia.

05. Outra vista de Rozel. A maré está baixa, expondo a areia da praia. Tinha um excelente restaurante de frutos do mar ali (a casa quadrada azul no centro da foto), mas acredito que agora esteja fechado.

06. Jersey tem 19 praias que são habitat de uma infinidade de fauna e flora. Massas de suculentas em cascata pelas rochas ensolaradas, fornecendo abrigo para pequenos lagartos.

07. Aqui ficava o antigo abatedouro. Nos últimos anos foi transformado em shopping. Não acho que seja muito popular. O varejo não é um dos pontos fortes de Jersey; não há habitantes suficientes para justificar ter muitas lojas. As pessoas fazem suas compras online (Ebay, Amazon, etc., mas vários varejistas não entregam nas Ilhas do Canal), em viagens de fim de semana para o Reino Unido ou França ou sobrevivem com o que estiver disponível localmente. A vantagem: Jersey não cobra VAT, o que significa que qualquer coisa comprada na ilha ou vinda do Reino Unido é pelo menos 20% mais barata – daí as muitas lojas de cosméticos / perfumes, muito populares entre os moradores e turistas.

08. e 09. Saint Helier é a capital de Jersey e principal zona comercial. Muitos cafés, restaurantes e lojas, e também a rodoviária para onde todas as linhas de ônibus convergem. O transporte público também não é um ponto forte; a maioria das pessoas tem carro e quase nunca usa ônibus.

10. Le Crapaud, a estátua do sapo em Saint Helier em homenagem ao apelido dado ao povo de Jersey pelos franceses. Às vezes é usado como ponto de encontro: “te encontro às três no sapo!”

Channeling the island II

a vista do driftwood café na baía de archirondel continua maravilhosa.

e a comida continua sem graça. queijo com gosto de plástico e faltou crocância nas batatas. se quiser fazer lanchinho tem opções melhores (o próprio hungry man na baía de rozel, mencionado no outro post).

acordar com um céu desses:

e admirar um mar desses (essa cor ♥).

noirmont point em saint brelade, fica a dica.

a vista da baía de portelet é imbatível, tem uns bunkers alemães da segunda guerra lá em cima e essa micro ilha ali embaixo (pra onde eu estou olhando) é a ile au guerdain, que ficou conhecida como “tumba de janvrin”. philippe janvrin era capitão de embarcação e fazia o trajeto jersey-frança; numa dessas viagens (no ano de 1721) houve um surto de peste negra do outro lado da poça e esther, o barco do philippe, foi impedido de desembarcar em jersey. depois de dois dias de quarentena philippe morreu, mas por medo de contaminação as autoridades impediram que trouxessem o corpo. ele então foi enterrado nessa pequena ilha a que se tem acesso somente durante a maré baixa. anos depois as autoridades reconsideraram, o corpo foi exumado e enterrado num cemitério tradicional – mas o nome ficou. pronto, eis a historinha do dia pra vocês. :)

oyster box, na baía de saint brelade. jersey tem sempre ostras fresquinhas (pra quem curte) pois tem “viveiros” dela espalhados pela baía de gorey.

risotinho verde com hadoque defumado e ovo pochê + terrine de pato, patê de frango e chutney de pêssego com brioche. e depois teve pub crawl com direito a bandinha de rock (coisa rara de se achar em londres, ultimamente):

baía de gorey na maré baixa, com o castelo de mont orgueil ao fundo:

aqui tem o sumas, que é um dos meus restaurantes preferidos na ilha. sentar na varanda num domingo de sol com vista privilegiada do castelo era bom demais. note ali na areia um veículo “anfíbio” (anda na terra e flutua no mar) que a gente chama de puddleduck. :)

abaixo a baía de saint aubin, uma das minhas preferidas (pena que um inferno pra achar estacionamento) também durante a maré baixa. tem um monte de restaurantezinhos legais aqui, wine bars, hotéis e a marina cheia de barcos coloridos.

casinhas em st. aubin’s bay:

jersey tem os melhores garden centres; esse aí embaixo é o saint peter’s:

meu preferido é o ransoms, que ficava perto da minha casa e serve bolos do tamanho de tijolos (e uma das melhores banoffee pies que já provei):

a reserva da florestinha de saint catherine (imperdível).

o sapão gigante em waterworks valley:

escala (risos):

baía de saint brelade:

o farol de la corbière:

durante a maré baixa o mar recede e você pode andar até o farol.

já voltei, não deu tempo de rever tudo e já quero ir de novo; alguém topa dividir uma semana num airbnb? :)

Channeling the island

vamos tentar ressuscitar esse blog antes que março acabe depois do trauma de perder outro hard drive?

vamos.

e vamos de jersey, porque é o que sobrou pra postar.

visita obrigatória ao hungry man em rozel bay. MELHORES bacon baps.

devo informar que já tomei coca colas em lugares piores. risos.
(isso ficava a 20 minutos andando da minha casa. quero morrer)

logo antes da primavera a paisagem fica cheia desses retângulos que de longe parecem piscinas, mas que na verdade são plantações protegidas por lonas de plástico. estamos na época da colheita das jersey royals, as famosas batatinhas inglesas que são produto de exportação da ilha.

engraçadão nas ruínas do castelo de grosnez. o vento ali em cima sempre é uma coisa impressionante, quase tanto quando a vista. de um lado em dias sem fog você pode ver a costa francesa; de outro a sua vista não alcança, mas se alcançasse você veria ‘murica.

really windy. really silly. :)

honeysuckle cottage, nossa casa por três noites. uma vista excelente do banheiro (o círculo branco no topo do fort regent é uma casa de shows/eventos) e noites excelentes depois de pub crawls ouvindo música e bebendo cerveja em frente à lareira. thanks for the hospitality, J.

momento nostalgia, para quem se lembrar:

café da manhã bom é café da manhã em dobro. ♥

as maravilhosas vitrines de saint helier:

outro produto exportação muito amado: vaquinhas jersey. você sabia que essa é a única raça de gado permitida aqui e que o leite delas é extremamente cremoso e produz os melhores sorvetes e iogurtes e cremes e fudges? e que elas são extremamente lindas com olhos enormes e doces que parecem estar usando rímel e são muito amigáveis?

mais produto exportação: narcisos. jersey tem um subclima próprio, alguns graus acima da média do reino unido e por isso os daffodils florescem aqui primeiro.

já pra esse chocolate eu daria nota seis no máximo. well, nothing is perfect. ¯\_(ツ)_/¯


não acabou não, tem mais; o post continua/termina daqui a pouco.

(todas as fotos feitas com o iphone 6)
(a primeira foto parece publi da easyjet, mas não é. eu paguei minha passagem. thank you.)

Nostalgia

“When things went wrong for you? When the knives came out for you?”

“You don’t have to have the solution, you’ve got to understand the problem and don’t go hoping for a miracle. All this will fade away.”

I’ve been missing parts of my previous lives lately.

Jersey, briefly.

















Cinco dias em Jersey, dois dias de sol glorioso, rever pessoas, lugares e sentimentos. O azul dominou as fotos, o céu, o mar e o meu estado de espírito. Curioso é que em inglês “blues” representam tristeza, enquanto no português “tudo azul” quer dizer justamente o contrário. Nessa, pelo menos, eu estou com Camões.

Estou aqui editando fotos e curtindo o tempo nublado e úmido, um contraponto gostoso ao sol do feriadão. I’ll be back soon.









Say hello, wave goodbye.

Semanas atrás eu disse um adeus às pressas, meio relutante, meio incerto porque não sabia se ia voltar ou não para o dia da mudança. Não voltei. E acho que já sabia que não voltaria; foi apenas um truque (in)consciente para evitar o momento do adeus – que sempre, sempre me incomodou. Não funciono em despedidas, especialmente as irreversíveis. Afaguei a Maluca, que dormia em sua cama favorita: um enorme cachorro de pelúcia do lado da janela que mais recebe sol. Um banho no banheiro azul (“não é o último” – mas foi), que eu projetei, decorei e pintei sozinha; observei a vista da janela e os erros de iniciante que o meu pincel deixou nas paredes. Olhei pela janela do sótão, minha vista preferida, o jardim que já estava sendo cuidado por estranhos. Entrei no carro para o aeroporto a fim de pegar meu vôo para Londres e, atrasada, esqueci de olhar para trás.

Uma semana depois, assim que o último caminhão de mudança saiu, Respectivo trancou a porta da frente e jogou a chave para dentro pela abertura do correio – em definitivo, oficializando a entrega. Mas deixou para chorar no carro, quando o amigo que veio ajudar com as caixas já tinha ido embora. Na saída arrancou do muro a placa de madeira velha e gasta (que nunca trocamos) com o nome da casa e a trouxe consigo. Maison de La Palloterie. Que doravante se chamará “Saint Honoré” (argh, se me permite) e não nos pertence mais.

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chave da casa, quando a recebemos em 2004

Muito obrigada, Jersey. Por tudo. Por me acolher, me ajudar a adaptar, me ensinar a ser daqui. Pela beleza, as vacas, a comida, os poucos mas queridos amigos que fiz, o sótão rosa, os natais e aniversários, os muitos pubs visitados, as manhãs de domingo ao som do vento nas árvores e do sino da igreja, as longas caminhadas de inverno onde nos conhecemos aos poucos através dos seus atalhos, pelo silêncio, pela Maluca e por seis anos maravilhosos com o meu melhor amigo.

Goodbye and thank you. We’re missing you already, and hope to see you again someday. ♥

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There’s beauty in chaos.

Para quem estava com saudades da ilhazinha.

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Estive em Jersey por duas vezes nos últimos dois meses. Achei o jardim diferente. Após tanto tempo de “abandono” sem ninguém cuidando dele, passou a crescer selvagemente, se infiltrando nas rachaduras da calçada. Flores que não estavam ali antes brotando da noite para o dia, sementes vindas de longe graças aos pássaros e abelhas – os únicos frequentadores do meu antigo endereço.

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O mato quase engoliu a summer house:

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Era como se a natureza estivesse clamando de volta o espaço não utilizado pelos humanos. E ela não perde tempo. Lembrei-me das casas abandonadas de Detroit, onde a natureza tomou conta do que foi deixado para trás. Existem sites inteiros dedicados a documentá-las antes que desapareçam em meio a hera, arbustos e árvores. Onde humanos medem, calculam, planejam, programam e organizam, a natureza expande, envolve, espalha, atravessa e prolifera. Nem sempre há simetria na aleatoriedade. Mas existe beleza no caos.

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What do you think of getting lost?

Gatwick North Terminal ontem, por volta das nove e meia da noite:

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É engraçado dizer “voltei para casa” quando estou voltando de Jersey. Quando chego lá, cheguei em casa. Quando volto para cá, voltei para casa. O mesmo vale para o Brasil, que sempre será a minha casa. Confuso? Imagine eu. Ser expatriado = nunca estar em casa em lugar algum, sempre estar em casa em qualquer lugar. Aquelas raízes que eu tinha medo de ver crescendo dos meus pés para dentro do chão do meu quarto de adolescente ressecaram e morreram; agora eu me sinto livre. Meio sem direção, é verdade, mas não trocaria a sensação de vento nas velas por nenhum porto.

Mas enquanto fazíamos as malas para voar de volta para a capital. Saudade antecipada do silêncio, das paredes azuis do quarto onde eu sempre dormi tão bem, da casa que fizemos juntos. Eu entendo. Mas de novo, deixo essa decisão para o vento. Espero que ele me leve para eu devo ir, porque acredito que no momento nem eu sei para onde – e nem se fico.

And this is Jersey! No sábado chegamos por volta das três da tarde e foi difícil achar um restaurante que ainda estivesse servindo almoço. O clima estava perfeito, o céu uma piada de tão azul e a sorte nos trouxe essa mesa na janela no Navigator, em Rozel. Almoçamos só nós dois e o staff do restaurante.

Sentei-me e absorvi a vista. Incrível pensar que eu morava aqui perto e vinha andando sentar nessa praia.

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Nossas entradas foram iguais: salada de mozzarela de búfala, prosciutto defumado, pimentões grelhados e azeitonas.

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Meu peixe: pargo servido com vieiras grelhadas. Eu não curto muito a consistência dessa parte vermelha.

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O prato principal dele: truta ao molho de camarão. Estava melhor que o meu. ODEIO QUANDO ISSO ACONTECE.

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No domingo tivemos a festa de aniversário da Mel, o recheio dessa cobertura de iogurte aí embaixo.

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Teve cerveja, vinho, champagne e brigadeiro, e depois todo mundo veio pra minha casa assistir a Inglaterra ser chutada para fora da Euro 2012 nos pênaltis. Quer dizer, os meninos assistiram (menos Respectivo, que não curte futebol e se enfiou num pub com um amigo); as meninas foram fumar maconha e dançar Tchu Tcha na cozinha, em volta de cerca de 40 coxas de galinha do tamanho de tacos de baseball cobertas em molho barbecue que a mãe da aniversariante trouxe da festa dentro de um saco de lixo. I kid you not. As 38 restantes devem estar no freezer até hoje.

E esse foi o almoço no último dia, horas antes de partir pro aeroporto. Foco na lindeza que é o pier de Gorey – infelizmente o toldo cobrindo a vista para o castelo de Mont Orgueil. Maldita chuva.

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E este foi o fim de semana. Chegando em casa ontem à noite o dvd esperava por mim; obrigada, Amazon. :)

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O livro me esperava já há tempos. :)

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next in line – walk the moon

Ladies who lunch.

Eu gosto da expressão “ladies who lunch” (damas que almoçam) para designar as senhoras/senhoritas de sociedade que fazem pouco ou nada além de se reunir para almoçar. Jersey é cheia delas, na versão terceira idade ou então “yummy mummies” – as mamães de skinny jeans e botas UGG. Estou apenas fazendo uma observação sócio-cultural, não julgando ou criticando o estilo de vida das pessoas. Até porque eu poderia me considerar uma “lady who lunch”; a diferença é que meu “lunch” costuma ser uma salsicha na frente da TV.

Mas, quando temos companhia, por que não? Estive em Jersey há umas duas semanas e, aproveitando a licença maternidade da amiguinha, fomos almoçar no Rozel Inn.

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Meia porção de “hambúrguer” pra J. Olha o tamanho desses onion rings…

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She thinks it’s yummy.

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Belly pork + vegetables. Vinha originalmente com purê de batata, mas preferi pegar leve e optei por essa meiga tigelinha de saúde. Pena que no Brasil o costume de fazer legumes no vapor ou no forno seja menos difundido. Depois que prová-los assim você nunca mais vai querer jogar a sua cenourinha/batatinha/brócolis num balde de água e fervê-los até que percam toda a forma, cor e sabor.

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Ladies? Nem tanto. :)

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Happy Halloween!

Se eu não me canso de fotografar as mesmas coisas todos os anos?
Não. Nem um pouco. :)

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Esse ano eu não esperava visitar o Pumpkin Patch em Jersey, mas por acaso estive lá duas semanas antes do dia das bruxas e tive a chance de apreciar a decoração anual em toda a sua glória. Muita coisa é reaproveitada de ano para ano, mas às vezes surgem novidades e mesmo os velhos itens de sempre são apresentados de maneiras diferentes. Tudo isso para vender abóboras.

Essa é a época do ano em que eu gostaria de estar numa cidade pequena dos Estados Unidos, onde o Halloween é celebrado com festas temáticas espalhadas pelas vizinhanças com direito a teias de aranha fake e esqueletos iluminados saindo de caixões. Na Inglaterra ou você tem cinco anos e um baldinho plástico em forma de Jack-o-Lantern ou tem dezoito e uma fantasia de bruxinha sexy, enfermeira sexy, zumbi sexy e demais versões do mesmo tema. Oh well, a gente se vira como pode.

Feliz Dia das Bruxas, e boa sorte lidando com os espíritos – especialmente os de porco, que não esperam o dia 31 de dezembro para se manifestar.