Some cats grow by the laws of the wild.

Eis que meu cafofo está um caos.
Até ontem a mesa de jantar estava coberta de ferramentas, incluindo uma serra circular com uma lâmina do tamanho da minha cabeça. Mas agora é oficial: esta casa que vos fala não tem mais carpete! *salva de palmas* Isso mesmo, depois de quase dez anos (!) vivendo com o espécime mofado que veio com esse imóvel finalmente vencemos a inércia e deixamos no lixão municipal aquilo que só servia pra acumular poeira, ácaros e alimentar traças.

Infelizmente como essa casa é nova (foi construída nos anos 90, eu acho) o que eu achei embaixo do carpete não era o belíssimo piso de madeira maciça que se costuma encontrar nas residências mais antigas, e sim um compensado verde horrorendo. Compramos um piso de madeira moderno (não tão bonito quanto os vintage, mas pelo menos é novo) e instalamos nós mesmos; o trabalho levou dois fins de semana pra ser concluído e ENCHEU a casa de pó de serra num nível que eu não vou conseguir explicar sem espirrar ou chorar; mas a sensação de andar num piso LIMPO não tem preço. Dei adeus à minha estimada mancha de vômito da Chantilly (lembranças de quando trocamos a ração dela por uma vermelha sem nos dar conta de que o output também seria da mesma cor, rs) e desde então não vi mais UMA traça voando pela casa. Obrigada Mun-rá pela graça alcançada.

(Ok, ainda tem carpete na biblioteca, mas ele está em “bom” estado e não é um cômodo que usamos com frequência então por enquanto vou deixar como está.)

Algo que aliviou um pouco essa situação desagradável de bagunça foi ter aberto umas gavetas disposta a jogar metade do conteúdo fora e deixar Marie Kondo orgulhosa. Enchi uns três sacos pretos de coisas que estava guardando para alguma eventualidade, mas se em vários anos essas eventualidades não deram as caras eu decidi que era hora de dizer tchau. Pelas semanas seguintes fiquei bastante feliz com o desapego – até precisar de uma das coisas que tinha jogado fora. Isn’t that ironic, Alanis Morrissette?

Também comecei a assistir Hilda Furacão no Globoplay – sim, descobri que agora funciona aqui e desde então sou uma pessoa mais feliz e menos presente em redes sociais pois nada melhor que uma bacia de pipoca e cinco capítulos seguidos de novelas que eu assisti pela primeira vez quando ainda nem sabia ler o nome do elenco na chamada. Joy, joy, joy. Na época em que Hilda foi exibida eu até tive interesse, mas a vida estava um turbilhão de acontecimentos e sentimentos e durante esse horário eu ou estava dormindo ou passando a noite em claro. Agora temos pipoca e uma variedade de superfícies confortáveis onde me acomodar para assistir. Até porque agora eu realmente preciso do conforto, caso não queira ganhar um torcicolo. A velhice é uma maravilha. Eu lembro da Ana Paula Arósio quando ela era uma pirralha de treze anos na capa da Capricho.

O jardim está se preparando pra hibernar. Eu já disse que tivemos um verão terrível? Porque tivemos um verão terrível. Pela primeira vez vi os termômetros do reino marcando 40 graus, e com esse clima seco isso não foi nada agradável. A maioria das minhas plantas ainda está em processo de recuperação – exceto os gerânios, claro, que tiveram o seu Hot Girl Summer e estão belíssimos. Dizem que as rosas também gostam de calor e secura; então as minhas devem ser um bando de frouxas impostoras pois produziram meia dúzia de rosinhas mixurucas e NENHUMA repetiu a floração. Decepcionadíssima. Mas as suculentas brilharam em 2022 – e as fúcsias que eu lembrei de colocar na sombra também.

Esse livro foi a melhor coisa que eu li em setembro. Ok, foi a única coisa que eu li em setembro, mas foi uma baita trip nostálgica para um tempo que eu sequer vivi mas que teve a trilha sonora da minha adolescência. Comprei há muitos anos numa promoção de livraria, e só porque meu amigo comprou também e eu invejei. Sofri pra trazer pra casa pois pesa umas quinze toneladas e nem é capa dura – o que eu achei um pecado. Passou a década juntando pó em alguma prateleira, até que esbarrei nele quando fui organizar e resolvi dar uma folheada pra ver as figuras. Meu dedo abriu justamente a página com uma entrevista do Johnny Marr falando sobre a época em que formou a banda, a cena de rock em Manchester nos anos 70/80, os pais viciados em música, a primeira visita à casa do Morrissey onde ele ficou encantado com a “pequena, porém absolutamente impecável” coleção de álbuns que o rapaz lhe mostrou. Foi mais ou menos com sentar num boteco e ouvir essas histórias dele. E aí não parei até a última página.

(Ah! E se eu quisesse apenas “ver figuras” estaria igualmente bem servida; me dei conta que o livro foi escrito pelo Kevin Cummins, simplesmente o fotógrafo da New Musical Express responsável pelas fotos mais icônicas do Joy Division – uma das minhas bandas preferidas.)

E o que mais… Outubro, né? This is my happy place/month/season.
O primeiro dia do mês amanheceu nublado e me encontrou de pulôver cheirando a amaciante, Aztec Camera no player, sentada no Starbucks com um toffee apple muffin e o primeiro pumpkin spiced latte da estação – e também o último, já que não é meu preferido e eu só compro pelo ritual. O rapaz que veio me entregar o muffin sorriu e disse “you look happy today”.

Happy? Your girl was GLOWING, friends.
O outono chegou. Seja bem vindo.

(O que, dois posts em dois dias? She must be happy indeed.)

Emerging from a winter slumber.

Não que alguém tenha notado, mas… não foi minha intenção terminar dezembro sem um post de fim de ano e passar todo o mês de janeiro sem aparecer aqui. Estive até considerando dar uma desistida temporária e deixar um post de HIATUS como a gente fazia em blogs e livejournals lá pelo começo do milênio (quem lembra? Era o cúmulo da presunção achar que alguém realmente ligava se a gente sumisse no éter da internet ou não), mas achei que isso seria, bem, presunçoso. Preferi deixar acontecer naturalmente e apenas não-estar.

Porque aqui desse lado da tela a situação é essa: quem de fato está em HIATUS é o meu computer – funciona quando quer, e ultimamente vem querendo cada vez menos. Desliga sozinho no meio do trabalho (eu que lute salvando tudo a cada 5 minutos para evitar lágrimas), o wi-fi outro dia resolveu que não ia mais conectar ($ tive que comprar um adaptador externo $) e o único browser que não trava no mesmo instante em que abre agora simplesmente resolveu que vai fechar quando der na telha. E como paciência pra lidar com eletrônico temperamental não é o meu forte (e já quebrei alguns tentando) eu acabo me esforçando cada vez menos, passando cada vez menos tempo diante dessa tela. O tablet e o celular agora são meus principais meios de acesso à internet; pena que eles não têm photoshop e o aplicativo do WordPress é um lixo. Ou seja, blogar só no desktop. E enquanto eu não decido se chamo o técnico outra vez (talvez pelo preço de um PC novo) ou se jogo tudo pela janela, este é o impasse.

(Por favor não digam que meus eternos problemas com computadores se resolveriam se eu tomasse vergonha na cara, tirasse o escorpião do bolso e comprasse um Macbook. Milhões de pessoas usam produtos de outras marcas sem problemas e eu me recuso a aceitar que não posso ser uma delas e terei que gastar cinco vezes mais num produto sem a menor garantia de que ele vai dar certo pra mim como deu pra vocês. O meu computador atual é um Dell relativamente novo e com boas especificações; não é culpa da marca, e sim da PRAGA DO EGITO que algum desaplaudido desbrilhoso jogou sobre mim há 15 anos e desde então não tenho tido sorte com absolutamente nenhum laptop ou desktop).

Bom, então é isso. E é outra coisa também: ando fazendo cada vez menos fotos quando estou na rua. É raro levar a câmera e tem sido raro até lembrar de usar a do celular. Não sei o porquê, talvez eu tenha perdido o hábito; mas resolvi que não vou fazer nenhuma promessa com cara de resolução de fim de ano “tenho que voltar a fotografar, yada yada” porque a velhice me ensinou isso: entusiasmo não se força. Se a vontade não aparece é porque há um motivo para tal. Não adianta se obrigar e transformar o que já foi prazer em tarefa, que isso é pra enterrar de vez o tesão pela atividade. Se um dia eu voltar a sentir o chamado, bem, estamos aí nesses pixels, mas por enquanto sigo escrevendo com caneta falhada, o texto faltando pedaços como um hard drive cheio de arquivos corrompidos e esperando conseguir ter algo do meu presente pra ler no futuro.

(Vou tentar fazer uns posts retroativos assim que o técnico me garantir que a situação tem conserto, só pra não deixar os arquivos de dezembro e janeiro desfalcados; mas até lá #PrayForLolla amigos)

Building shrines for the ashes of dead hopes.

Ficou mundialmente combinado nos últimos 18 meses que romantizar a pandemia e usá-la como suposto trampolim para “auto conhecimento”, “revolução pessoal” e “volta às raízes” é de extremo mau gosto. Mas vou humildemente pedindo desculpas e licença para dizer que pelo menos uma coisa positiva esse período fez por mim: eliminar de vez o FOMO – Fear of Missing Out, o famoso “medo de estar perdendo alguma coisa”, de não ter sido convidado para o evento onde todo mundo está. Depois de um ano e meio vivendo com tantas restrições, aquela ansiedade de “planejar o fim de semana” enchendo a agenda de atividades me abandonou. Sábado passado, por exemplo, eu cancelei uma festa de rua no sul da cidade (com direito a barraquinha de pão de queijo e presença da amiga que eu não vejo desde janeiro de 2020) porque tinha planos muito importantes para aquele dia: resolvi que eu iria me MIMAR.

O mimo? Comprar uma lata de Farrow & Ball Pink Ground na B&Q e passar dois dias pintando a sala de rosa, bebendo Koppaberg e ouvindo a trilha sonora de Dirty Dancing.

Ela faz o evento dela.

Mas às vezes a gente precisa tirar as pantufas, calçar sapatos e ir resolver a vida.

E numa dessas passei em frente à loja da Versace, me deparei com essas ofertas e fui obrigada a pagar o mico de tirar foto de vitrine de grife. Porque a pegada 90s/00s das bolsinhas de piriguete suburbana com os tamanquinhos combinando (tanto nos tons pastel quanto na vibe “sábado no Mercadão de Madureira“) me deixou encantada. Não, não é meu estilo, mas isso foi o figurino de uma época. Quem viveu sabe, e completou mentalmente esse lookinho com uma camiseta baby look, calça de cintura baixa e quem sabe uma boina de veludo se a ocasião merecer.

Já se eu fosse madame, rica e usasse salto acho que só teria sapatos Roger Vivier. Acho finos, delicados e bem old-fashioned – especialmente os modelos forrados de seda. Ok, também tem uma certa vibe “festa de 15 anos da filha da vizinha” mas eu sou cria dos anos 80/90 e compartilhar cafonices retrô é a minha love language.

Foi mais ou menos por ali que eu me dei conta de que não estava longe do Pantechnicon, um mercado nórdico/japonês (i know…) que abriga entre outras hipsterices o Café Kitsune. Que faz um puta egg sandwich e um iced latte bastante razoável. E estava na hora do almoço. Fiz o que tinha vindo fazer na área e depois trotei alegremente em direção à felicidade:

“Kitsune” significa raposa em japonês. O cookie é uma gracinha, mas meio caro pelo tamanho. O sanduíche foi uma reincidência e continua irretocável – eu não sei qual o truque dos japoneses, mas ninguém faz pão de forma gostoso como eles.

“Expect Magic and Miracles” – nada mais mágico e milagroso que encontrar lugar para sentar na Linha Central metrô às quatro e meia da tarde de uma quarta feira. Por outro lado nesse mesmo dia, segundo o aplicativo do NHS, eu estive próxima de uma pessoa aleatória que depois testou positivo para Covid. Na semana seguinte recebi uma mensagem de que, por precaução, teria que fazer auto isolamento em casa por alguns dias. Imediatamente cancelei compromissos, baixei revistas no Readly e me preparei para o pior – meu maior pânico sendo infectar o Repectivo. Porém cumpri a mini quarentena sem nenhum sintoma, yay! Miracles do happen indeed. ♥

P.S.: Fiz um banner novo pro blog. O anterior estava meio infantil, e então eu troquei para esse… que não está muito maduro também. Mas eu gosto dessa cor e não sei mais brincar com tipografia, então por enquanto fica assim.

P.S.2: Estou arrumando a página de links. Percebi que muitos blogs do meu blogroll já tinham sido deletados, infelizmente. Fiz a Marie Kondo na lista, removi os links quebrados e adicionei alguns, animadíssima na missão de ressuscitar a blogosfera. Let’s do this.

I look at your picture and I smile.

Poucas coisas me deixam mais feliz do que quando alguém tem algo gentil a dizer sobre os meus hobbies. Gostar de uma página de um journal, de uma roupa que fiz, deve ser como os pais se sentem ao ouvir elogios a um filho. Não sei a razão; é menos vaidade (acho quase tudo o que faço no máximo básico) e mais esperança de que essas coisas tenham algum valor intrínseco e eu não seja apenas uma louca que se cerca de objetos e atividades inúteis cujo único propósito é preencher o longo espaço de tempo daqui até o fim.

Sunday Scenes.

Me apaixonei pelos anjos gangsta, mas eles não combinam muito com a minha atual asthetics minimalista. Vazei pra outro canto em Essex com planos de fazer piquenique – o parque tinha bambis! – e depois voltei pra casa a tempo de curtir a varanda (meus cactos estão florindo de novo), fazer um tabuleiro de pão de queijo e abrir uma garrafa de prosecco. Amanhã é outra semana e que promete ser punk, mas me sinto recarregada. Bring it on.

Book keeping.

Quase saio sem pagar esse café porque meu cartão de débito não estava sendo lido pela máquina (e eu não tinha um centavo em cash). O cara já tinha enchido a xícara, então “deixou pra lá” com uma cara de bunda imensa, e eu me perguntei se ele era o dono e estava regulando mixaria (café é basicamente água, ele não ia falir por oferecer um de graça quando a culpa nem era minha) ou se era empregado e tinha um patrão regulador de mixaria que ia obrigá-lo a pagar 2.75 do próprio salário.

Dali a 10 minutos ele voltou com a máquina e pediu pra eu “tentar de novo”. Juro que se eu carregasse ID ia sugerir que ele ficasse com ela até eu achar um caixa rápido, porque puta que pariu. Felizmente para todos a máquina dessa vez funcionou como devia e ele conseguiu me cobrar.

Anotei no meu bullet que é pra nunca mais sair de casa sem moedinhas. Tá louco.

Sun’s out.

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Primeiro dia do ano com cara de verão. Não estou bem certa se aprovo, mas curtimos uma excelente caminhada, cerveja geladíssima, churrasco de cordeiro, chá com bolo como sobremesa sentados do lado de fora, cerejeiras em plena floração, Pimm’s caseiro e um encontro casual com o CU de Londres (Coventry University, that is…).

I call you by you’re not worth the dime.

E começa a farofada de páscoa.
Não me sentindo muito criativa hoje decidi almoçar num italiano em Hampstead Village – me arrasa quando as batatas fritas não estão boas, mas a carne valeu a pena – e depois visitamos o Real Ale Fest em Essex. Nada de ale pra mim, no entanto; bebi um excelente Pimm’s (apesar de caríssimo para um copo tão pequeno) e uma mais excelente ainda garrafa de Magnus Classic Pear Cider.

Acho que essa é a minha cidra preferida no momento. Cansada dos xaropes extra açucarados pra quem não gosta de beber e que se tornaram populares alguns verões atrás. Diabetes engarrafada. Chegou enfim meu momento de  beber com responsabilidade.

A feeling that you have that could change your life.

além de compromissos chatos de trabalho, minha quinta-feira incluiu uma viagem fracassada à Selfridges para comprar algo que eles não tinham (e onde tomei um dos piores cafés de todos os tempos na Lola’s cupcakes, mas olhei livros bonitos e decoração cara e usei os banheiros – sempre tão limpos). Cobicei sandálias gelatinosas na F21, tomei chá gelado na Yumchaa e caminhei pelas ruas vazias por conta das manifestações pelas mudanças climáticas que bloquearam a Oxford Street e a Regent Street. Muitas palavras de ordem sendo gritadas em megafones e pessoas meio fedidas (truth needs to be told). As lojas ainda estavam cheias; a máquina consumista está ON e bem lubrificada e talvez sejam necessárias mais do que palavras de ordem.

Ou será que realmente precisamos de alguma coisa? Me senti meio nauseada (talvez efeito do café terrível) e corri para casa a fim de me auto administrar uma dose terapêutica de pinot grigio.

This and that.

não aguentava mais os pés marrons da poltrona, então comecei o dia abrindo uma lata de tinta eggshell e mandando ver. Depois de algumas demãos (e alguns berros para tirar o gato de cima do pote de tinta) fui no jardim admirar minha forsítia – a única coisa que parece prosperar no momento. Tem morango ribena no Asda e é minha bebida favorita da semana.

Mas olha esse dia de primavera? Glorious. Me levei para almoçar (uma fatia de pizza de berinjela + um ótimo café) depois passei nas lojas procurando renda e fita adesiva, mas em vez disso me apaixonei por um sofá de brechó (mas não comprei; não tenho espaço para mais nada), comprei produtos de higiene pessoal em pechinchas (incluindo o pacote “humilde” de lenços acima) e aquela barbie preta na gigantesca loja de brinquedos nova da cidade. Preta, plus size com cabelo 4C? Oh, yeah. Passando no caixa. ♥

Inside, we are ageless.

eggs + mayo no café da manhã, louça favorita, gato dormindo, colher galhos de forsythia para pôr em vasos, usando o artefato bizarro que resgatei do lixo como suporte de plantas (é perfeito para a função) e enchendo as cestas de flores na frente da casa com violas amarelas e lilás.

Inside, we are ageless and when we talk to ourselves, it’s the same age of the person we were talking to when we were little. It’s the body that is changing around that ageless centre.— David Lynch

The Ordinary – 2 meses

Amanhã completam-se dois meses de uso diário (mesmo!) dos produtos da The Ordinary que recebi em novembro. E apesar de realmente ser pouco tempo para avaliar mudanças significativas na qualidade da minha pele, acho que já posso tecer alguns breves e descompromissados comentários sobre como tem sido a minha relação com os ácidos.

Para fins de informação: esse post não é patrocinado. Os produtos foram adquiridos na Cult Beauty e obviamente não recebi (e nem desejo receber) nenhum tipo de desconto ou compensação da marca. Também não se guiem pela minha experiência pessoal; não sou dermatologista e não me consultei com nenhum. Dei um tiro no escuro e comprei os produtos após pesquisar o site, as propriedades dos princípios ativos e tirar uma ou outra dúvida no Reddit.

Recomendo esse approach? Não, mas minha pele é relativamente boa (apesar do dano solar/melasma) e resistente – ou seja, não tenho acne nem sensibilidade/alergias. També  não moro no Brasil e não tenho acesso rápido e fácil a dermatologistas. Se você puder (e sua pele necessitar) por favor procure orientação profissional antes de experimentar qualquer tipo de ácido. Até porque o médico poderá receitar fórmulas de manipulação bem mais potentes e com foco voltado para o seu problema específico.

Também nem preciso dizer que ao usar ácidos na pele você DEVE proteger o rosto diariamente com filtro solar. This is a must, ok? Non negotiable.

Hidratante + Tônico de ácido Glicólico + serum de Alpha Arbutin
Esse é o “turno da manhã”. Como eu ainda tinha mais da metade do potinho de L’Oreal e do frasco de gel hidratante Clinique ao fazer o pedido dos ácidos resolvi continuar usando. Assim que acordo e entro no banheiro já puxo um algodão e limpo o rosto com o tônico de ácido glicólico; em seguida aplico o serum de Alpha-Arbutin e o hidratante. Fazer isso assim que acordo me ajuda a manter a rotina e sinto que se deixar pra mais tarde acabo esquecendo.

O tônico vem num vidro grande e vai durar pelo menos uns 4 meses porque só agora chegou na metade. Algumas pessoas acham forte demais e reclamam de ardência; a mim não incomodou. Já o serum (que tem uma textura de gel ralo, bem fresquinha e gostosa) acabou antes de todos porque eu também uso à noite. E estava usando em excesso; duas gotinhas pro rosto bastam.

Granactive Retinoid 2% + peeling AHA + BHA 3%
Turno da noite: Granactive Retinoid 2% e peeling AHA 30% + BHA 3%. O retinol eu uso diariamente antes da dose noturna do alpha arbutin, exceto quando uso o peeling (duas noites por semana; esse eu prefiro não misturar com outras coisas). O retinol tem uma textura meio rala e as gotas escorrem logo; como eu não curto pôr o produto na mão antes de passar no rosto (pra não desperdiçar) tenho que inclinar um pouco a cabeça para trás e ser rápida. O uso deve ser exclusivo noturno (e o frasco mantido em local escuro) porque a luz do sol degrada a vitamina A. O rosto deve estar 100% seco porque a água também reduz as propriedades do retinol. Você deve deixar o produto agir sozinho por 15 minutos antes de aplicar outra coisa.

O peeling tem uma cor vermelho sangue lindíssima que vai ficar na sua cara durante os 10 minutos em que você deixa o produto agir – cuidado pra não assustar o carteiro. :) Ele tem fama de causar uma certa ardência/formigamento na pele, mas eu só senti esses efeitos, muito de leve, na primeira vez que usei; hoje em dia é sussa. Muitos usuários se queixam de que o ácido irrita a pele e se você nunca usou esse tipo de química é preciso ir aos poucos. Como eu já conheço a minha “casca grossa” resolvi arriscar; deixo os 10 minutos inteiros e uso duas vezes por semana. Mas há quem só use uma vez por mês. Cada um com a sua realidade.

RESULTADOS
Como eu disse anteriormente, dois meses é pouca coisa. Resultados com o retinol, por exemplo, costumam aparecer por volta dos 6-12 meses de uso contínuo. Vou perseverar e manter a esperança de que meus poros e ruguinhas vão diminuir, mas mesmo que não *melhore* nada (eu negligenciei minha pele ou usei os produtos errados por muito tempo; dei sorte por não estar destruída e não espero milagres) pelo menos ajuda a não piorar. Retinol é certamente um produto que vou usar para a vida, e encontrar nesse preço ajuda muito a não desanimar – é chato pagar 200 pilas por mês num vidrinho e não ter nada pra se gabar, né migs? Risos.

O peeling e o tônico de ácido glicólico pelo menos já melhoraram um tanto a textura da pele. Eu a sinto finíssima, mais brilhante, saudável e como consequência a maquiagem fixa melhor. A sensação de pele limpa depois de usar o tônico pela manhã é deliciosa. Estou satisfeita com esses dois produtos e pretendo comprar novamente. O serum é OK, mas não percebi nenhuma melhora nas manchas de melasma. De novo, vou dar tempo ao tempo e tentar por mais alguns meses; se não notar nenhuma alteração significativa vou partir pra hidroquinona.

E você, tem alguma rotina de cuidados com a pele? Ou é novinha(o) demais pra não se ocupar disso?

Qualquer que seja o caso, usem filtro solar. Não era comum nos anos 90 mas me arrependo de ter exposto minha desprotegida face ao sol por tantos anos. Hoje não tem desculpa. Go!

Under the skin an empty space to fill in

essa almofada bordada (e suas irmãs, que moram na biblioteca) eu comprei há muitos anos em jersey. estavam numa banca de desconto e talvez só por isso eu tenha levado; não sou muito fã do estilo “american-midwest country”, com muita estampa gingham e mensagens clichê. fora que a minha casa recebe raras visitas e eu não sou uma pessoa exatamente sociável, então respectivo sempre tira uma com a minha cara quando passa por ela. “this isn’t you”, ele diz, e eu concordo. mas não deixar passar uma boa promoção is also very, very me. :)

de vez em quando eu troco a gravura desse quadrinho de cortiça. meu study é uma muvuca de móveis velhos misturados com ikea e apesar das minhas tentativas de virar musa minimalista ele parece um mercado de pulgas com prateleiras cobertas de livros e tralhas de valor puramente emocional. mas olha que linda a peace lily nova e as micro flores no vasinho colhidas da minha kalanchoe – que as pessoas jogam fora depois que as flores murcham, mas a minha já está na terceira floração and counting. you go, little one.

esse cinzeiro esteve na primeira casa em que morei e acompanha minha família há décadas. foi a única peça que eu peguei na casa do meu pai – além da estante de vime, que obviamente não pude trazer e deixei com a minha mãe. ele usava o cinzeiro quando fumava; depois que parou com o cigarro virou peça decorativa. lembro da lolla criança encantada com os peitinhos da moça e fingindo abanar o rosto com o cinzeiro, como se fosse um leque. criança besta. estou feliz por ter esse memento aqui comigo.

fez sol por algumas horas essa semana enquanto eu rodava brechós atrás de mobília usada e me apaixonava por uma monstera – plantinha tendência, que eu procurava há tempos mas me recusava a pagar os 50-70 paus que as lojas hipsters cobravam e estava sempre esgotada. achei essa por DEZ libras na B&Q e trouxe pra casa no ônibus, sorrindo e arrancando sorrisos (e dicas de jardinagem) das velhinhas.

no sábado fui a uma praça de alimentação oriental onde comi tonkatsu japonês, bebi cerveja kobra indiana e comprei um monte de doces chineses para levar pra casa – inclusive essas tortinhas da foto (ovos, côco, queijo e pandan). tudo uma delícia; essa semana eu dou a dica direito.

no domingo levei uma amiga à pets at home porque ela queria comprar peixes (não gosto de aquários ou gaiolas, mas cada um na sua). nessa mesma loja ficava a clínica veterinária onde eu levava a chantilly; tive um momento de deja vu lembrando da minha amiguinha preferida. bati papo com os hamsters e gerbils, comemos um hamburguer no “food truck” do estacionamento com uma diet pepsi estúpida de tão gelada (coisa rara nesse país) e comprei um bird feeder para alimentar os pássaros do jardim. que está abandonadíssimo; folhas acumuladas depois de meses de outono, limo na calçada depois de meses de chuva e escuridão, galhos de árvore quebrados depois de meses de ventania… finjo que não é comigo. por enquanto mal piso lá. deixo o playground liberado para os esquilos se divertirem com as nozes e passas que deixo pra eles.

passei a semana quase toda em casa trabalhando, cortando quadradinhos de tecido para a minha colcha de retalhos (quase pronta), fazendo uma limpa no conservatório (o frio danificou fatalmente duas plantas; deixei uns dias na UTI mas tive que admitir derrota e desligar os aparelhos – R.I.P.) e terminando de crochetar (?) o meu snood – está bem longe de ser perfeito mas já foi estreado num dia de muito vento e serviu ao seu propósito; what a joy.

fevereiro é supostamente o mês mais frio do ano, mas com o fim de janeiro eu já sinto o inverno me escapando por entre os dedos. por ora ainda acho que vai deixar saudades; foi muito bom esse período de hibernação, eu realmente precisava. mas sei que lá pelo fim de fevereiro estarei na expectativa da primavera e pensando “my body is ready”. já plantei primroses nas cestas em frente da casa, já notei narcisos começando a brotar do chão (os meus bulbos no potinho estão na atividade), já tenho até flores desabrochando: rosas miniatura de supermercado, um mimo para amenizar o cinza chumbo dos céus de janeiro – que se despedem amanhã.

january, you’ve been a good boy. thanks for everything. ♥
come on over, february. brighter skies, longer days, cold mornings, frosty grass and all. my body is always ready.

Isn’t it rich? Isn’t it queer?

A garota que achava super sussa pegar três ônibus pra chegar na faculdade e não via nada de mais em sair da balada de madrugada e ir esperar condução pra casa na Central do Brasil hoje em dia faz muxoxo e reclama porque o trem direto pro centro demora dez minutos pra chegar.

A velhice, meus amigos, lhes transforma em bananas.
Corram seus riscos agora.

Fazendo as malas para uma pequena “road trip” pelo continente. A trabalho, mas com alguns dias off.
Consegui alugar meu primeiro apartamento no AirBnB. A principal motivação era ter cozinha e poder preparar refeições (leia-se: esquentar sopas enlatadas no microondas). O apartamento tem uma varandinha linda e boa localização; espero que a gente goste de lá.

Canecas de ovelha da páscoa, cheias de marshmallow. É assim tão errado eu querer uma? E querer pelo menos três daqueles plushies? Mesmo que eu não tenha espaço e nem goste muito de expôr bichos de pelúcia?

A mulher que “tem pavor de gatos” mas que havia sido alocada para cuidar da minha enquanto eu estiver fora resolveu que não tem condições psicológicas. Eu super entendo fobias, e espero que respectivo não tenha essa magnífica ideia de novo no futuro. Mas cancelar o trato nas vésperas da viagem? Não foi legal.

BUT. Não vou negar o alívio.

A cat sitter já veio pegar as chaves. Virá diariamente.
Good.

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O cocô terrorista.
Pinturas em miniatura. ♥
Necessito fazer esse bolo.
E esse aqui, também.
Esse aqui eu não tive a menor vontade de comer, mas ah, essas fotos…
Por que eu nunca terei uma casa organizada.