May (6×6)

image

1. “friendship is the bread of the heart” – e como pão engorda eu estou evitando, risos. o livrinho faz parte da edição “love and life” da flow magazine que recebi esse mês, e como tudo o que eles fazem é gracioso e entremeado de poesia escrita e visual.

image

2. passamos um dos feriadões de maio em gloucestershire e finalmente conheci hidcote, um dos jardins mais famosos do national trust. o nome é velho conhecido meu e de quem curte jardinagem já que muitas variedades de plantas foram desenvolvidas lá; tenho algumas em casa, inclusive uma lavanda. em breve sai um post mais completo; a estufa com suculentas gigantes já vale o preço do ingresso. :)

image

3. falando em plantas: a primavera em reta final traz dias mais claros, longos e quentes, o que acelerou o movimento no jardim. hora de plantar, limpar, organizar e torcer pra dar certo. em mais um ataque de otimismo consumista essa foi a última aquisição no garden centre; já está tudo plantado, regado e adubado – OREMOS.

image

4. outra primeira vez foi conhecer o teleférico da emirates em greenwich, que eu vinha adiando por falta de saco. aproveitei um show na O2 arena (essa lona branca enorme à direita da foto, também conhecida como millenium dome) para testar a experiência e curtir a vista do tâmisa num dia de céu azul com canary wharf ao fundo. ♥

image

5. maio também trouxe o chelsea flower show promovido pela maravilhosa royal horticultural society (post também em breve) e as ruas da cidade floriram em homenagem. essa é a fachada da peggy porschen, um dos lugares mais bonitos e chiques pra comer bolo em londres. essa foto já tinha sido postada no instagram but whatever, it’s so pretty…

image

6. fomos ver a exposição pink floyd – their mortal remains no museu victoria & albert e uou, eles fizeram um trabalho de curadoria e ambientação bem legal. o ponto alto tecnológico é esse sistema de som que vocês estão vendo comigo na foto; sendo individual ele permite que você ouça explicações, áudio de vídeos, entrevistas e shows à medida em que se aproxima deles, no seu tempo e sem ter que se irritar com gente ao lado falando alto e atrapalhando a experiência. a sensação é de uma “silent disco” cultural – awesome. fora isso tem instrumentos, instalações, manuscritos, roupas, fotos, making-ofs e momentos emocionantes pros fãs da banda.

6×6 staff: Alê (Ucrânia) | Ana (Alemanha) | Paula (Holanda) | Taís (Irlanda)

April 6×6

image
image
image
image
image
image

aaaaaaand it’s gonna be may! mas antes disso um breve recap de momentos aleatórios do mês que ficou pra trás – meio parado mas florido, açucarado, de vez em quando ensolarado e fechando a tampa com uma roadtrip pra escócia. could’ve been worse, bitches.

1. the highland spring adventure, com respectivo pagando de james bond entre as montanhas de glen coe. #SkyFail
2. a páscoa da fartura, feat. trufas de strawberries & cream da lindt (o ovo ainda está intacto) #TheCarbLifeChoseMe
3. não sei o que são, mas parecem um tipo de bluebells. florescem no mesmo lugar do jardim toda primavera. hello, beauties. #WelcomeBack ♥
4. as flores das cerejeiras já não estão mais entre nós (um minuto de silêncio) mas ficou a memória dessa incrível tarde de sol (!) em london fields, fugindo das abelhas, tirando foto de letreiros, comprando biscoito de polvilho em lojinha brasileira e copiando pose de blogueira féxion. depois passamos no supermercado onde eu comprei um “meal deal” (potinho de salada de macarrão com frango + saco de batatinha + 1 coca zero) e fomos pra casa da amiga fazer piquenique na sala. #LifeGoals
5. falando em comida, segunda visita ao dishoom (dessa vez o de covent garden) e tem mais sobre isso em breve. #SentaClaudia
6. os campos de canola não decepcionaram esse ano. aqui no entanto tivemos um momento de stress: um velho passou numa pickup com o dedo enfiado na buzina e xingando algo ininteligível. fomos dedurados, porque minutos depois apareceu um camaradinha gato num trator perguntando se a gente tinha permissão pra fazer fotos ali – num campo de canola na beira da estrada, fofo? me economiza. no fim das contas o gatin riu, deu de ombros e foi embora. eu devia ter pedido uma foto dele porque mais bonito que a canola. #BenzaDels

6×6 staff: Alê (Ucrânia) | Ana (Alemanha) | Paula (Holanda) | Taís (Irlanda)

Categories 6x6

March (6×6)

1. mews houses coloridas em holland park. esse tipo de casa é popular em cidades grandes do reino unido (especialmente londres) e devo falar sobre isso num post em breve. :)

2. saint katherine’s docs num dia LINDO de sol em little london. fui procurar um café que em tese serviria delícias, mas na vitrine só vi croissants e eles ainda tinham um DJ metendo dubstep na vitrolinha. fui comer bolo no café rouge porque seriously.

3. chegou finalmente a hora desses blossoms pom-pom; não têm a delicadeza dos antecessores, são pouco sutis, exibidos e in yo face – but oh, tão lindos.

4. panquecas com creme no 202 de notting hill. a amiga comeu as panquecas (e não gostou muito; as de ricota da granger & co seguem imbatíveis como as melhores da cidade) e eu tomei o chá, que estava ótimo mas era demais pra uma pessoa só: apesar de não parecer, esse bule rendeu umas seis xícaras.

5. pensando na morte da bezerra em shere, surrey. que inclusive é a village onde o filme “the holiday” foi gravado. lembram da cottage onde vivia a personagem da kate winslet e que hospedou a personagem da cameron diaz? pois era totalmente cenográfica e não existe nenhum resquício dela além de uma plaquinha no meio de um pasto identificando a sua antiga localização.

6. ganhei muitos livros esse mês, entre eles essa coleção do douglas adams com o guia do mochileiro das galáxias e suas sequências. eu tinha a versão em português, mas taí um livro que se possível deve ser lido no original, porque muita coisa (inclusive os trocadilhos) se perdem na tradução. eu também tinha um livro enorme de capa dura com a “trilogia de cinco” completa – mas a versão era americana e eles simplesmente cortaram alguns trechos – what the f.?

e antes tarde do que nunca, não é mesmo? :D teve muita coisa em março (vários blossom hunting pela cidade, roadtrips de fim de semana para shere, suffolk, st albans, hampshire, cotswolds), muita comida e até alguma socialização. :) o que não teve foi vontade e talento pra registrar tudo isso em pixels, mas eis uma humilde colagem com os offcuts aqui e hey ho, let’s go. \o/

6×6 staff: Alê (Ucrânia) | Ana (Alemanha) | Paula (Holanda) | Taís (Irlanda)

Categories 6x6

Soon spring (6×6)

meio que estava querendo fazer esse inverno durar, mas o tempo urge e a primavera já começa a se esgueirar pelos cantos, espalhando frozinhas variadas no meio do mato. e eu fico encantada pois sou a louca das plantas, mas por outro lado já vi essa novela e, antes que a última flor de cerejeira caia murcha, os próximos capítulos trarão a participação especial do “quarteto terrível”: horário de verão, ventilador, filtro solar e suor.

well, que puedo hacer? vivi duas décadas num país onde só existia calor. me desculpem se a novidade de acordar com o sol batendo na janela perdeu um pouco do viço.

mas o tempo passa, o ano acelera e os narcisos 2017 já estão nos supermercados, o café da manhã já pode ser degustado na varanda (que há dez dias estava matando as suculentas congeladas), jaquetas leves substituem casacos de lã e no sábado eu consegui sentar do lado de fora de um café para tomar um cappuccino (!). this is it. here comes the sun.

e com ele a visão dessa cesta vazia e a constatação de que não tenho mais um bichinho peludo aguardando ansiosamente pelo fim do inverno a fim de poder usá-la. é o primeiro verão em muitos verões que a expectativa dela pelo sol não me faz sorrir. percebi que não considerei guardar a cesta; ela ficou ali, sem utilidade prática mas sem outro paradeiro. nove meses em que a cesta, já parte da mobília, saiu do meu radar; mas hoje me lembrou de que o verão virá diferente esse ano.

6×6 staff: Alê (Ucrânia) | Ana (Alemanha) | Paula (Holanda) | Taís (Irlanda)

Categories 6x6

The sandwich theory (6×6)

chá e cookies aquecendo um dia cinza (eu já adoro dias cinzas, imagina com biscoito!)

já é valentines day na leader magazine (sou viciada nessa torta de cookie da millie’s)

jacintos porque já sinto a primavera virando a esquina (perdão pelo trocadilho porco, mas olha essas flores!)

receber revistas que além de bacanas vêm com capas assim ♥

pegar o protetor labial na bolsa e sorrir porque ele me lembra que realizei meu tokyo dream

bullet journalling ♥ eu amo as horas passadas 100% offline colando papel e ouvindo música com velas da yankee on rotation

atrasei o 6×6 de novo, mas foi por uma péssima causa: não esqueci, mas o dia de ontem não foi moleza. médicos, traumas, internet baleiando quando eu precisava trabalhar, faxina, carteira perdida (e depois de duas horas de pânico, reencontrada), sandices de família e a nítida sensação de que fevereiro não está muito a fim de entrar para o meu time. pelo menos consegui ouvir cyndi lauper, comer miojo light (zero noodles + maionese light + caldo knorr de frango; é perfeito), comprar washis novas no ebay, comprar flores para a casa e carboidratos para o fim de semana, ouvir gansos sobrevoando o jardim depois de semanas de silêncio e me sentir um pouco melhor depois de um weekend alternando pizza com xarope, supermercado com analgésico, roadtrips para o campo com tardes de febre sob o cobertor mais grosso do armário. folgo em informá-los de que estamos sobrevivendo, though.

então eu pensei em fazer o 6×6 de fevereiro não como um recap dos eventos do mês de janeiro (que fora a minitrip de aniversário e alguns fins de semana comendo o meu peso em açúcar no west end não foi lá muito movimentado) mas como uma coleção de pequenas alegrias que ajudaram a fazer esses últimos 30 dias melhores. eu acredito no poder dessas doses homeopáticas de coisas simples que fazem bem, porque são elas que seguram o dia-a-dia, quando nem sempre vai ter uma viagem, conquista ou grande vitória pessoal para comemorar. às vezes a gente precisa dar um jeito de celebrar a beleza e o valor do que está ao alcance da mão.

o que sempre me traz de volta à teoria do sanduíche:

https://68.media.tumblr.com/5b38b6585c09f20928028fdcb0af098f/tumblr_ol07tps0RT1s5j6nko7_r2_1280.jpg

calvin: se você pudesse ter qualquer coisa no mundo agora, o que seria?
hobbes: hmm…
calvin: qualquer coisa mesmo! o que você quiser!
hobbes: um sanduíche.
calvin: UM SANDUÍCHE?!? mas que desejo estúpido é esse?? que fracasso de imaginação! eu pediria um trilhão de bilhão de dólares, minha própria nave espacial e um continente só pra mim.
hobbes (comendo o sanduíche): eu realizei o MEU desejo.

muita gente aposta todas as suas fichas de felicidade em uma ou duas coisas, e se elas colapsam (pode acontecer a qualquer instante) essas pessoas desmoronam junto. sonhar e almejar é preciso, mas sobreviver também é, tentando cultivar uma rede de interesses, prazeres e alegrias possíveis onde se abrigar caso o grande sonho falhe. uma versão resumida do famoso “plano b”, mesmo que seja b de biscoito. it’s up to you. :)

outros janeiros: Alê (Ucrânia) | Ana (Alemanha) | Paula (Holanda) | Taís (Irlanda)

Categories 6x6

6×6: December (goodbye, 2016)

house hunting/houseporn em dulwich, terra das yummy mummies que usam prada e lêem o guardian. a pesquisa de imóveis não era pra mim (não possuo dinheiros o suficiente para habitar a área, e nem gostaria). mas o lugar é bonitinho daquele jeito “candy shop” e a gail’s bakery faz uns pãezinhos hipsters bem gostosos. :)

um dia de natal que começa assim (cidra na banheira, vela perfumada, óleos de banho penhaligons e dean martin na vitrolinha enquanto os ovos estão sendo mexidos na cozinha) não pode terminar mal.

o segredo dos ovos mexidos é pôr leite. ou creme de leite, se você quiser mesmo pisar no acelerador. e o salmão defumado é tradicional (assim como o prosecco). comece o dia bem com 12.5% álcool.

um dia que, entre outras coisas, me ofereceu uma londres vazia de nativos porém cheia de turistas usando casacos pesados demais para os inacreditáveis ONZE graus (quase verão, peoples…) e encantados com a mágica discreta que se espalha por todos os cantos da cidade nessa época. dizem que para o natal em londres ser realmente perfeito só falta neve – e esse certamente seria um bônus, apesar dos transtornos relacionados – mas na real eu diria que não falta nada, não. it’s all good. ;)

teve natal em hannover também, dessa vez pouquíssimo registrado em imagens (a foto acima foi a ÚNICA que eu não fiz com o celular, risos). engordei uns dois quilos em uma semana but OH BOY was it worth it. mercados natalinos germânicos são o bicho. bring on quentão, eggnog, porco assado, bolo e muita batata. ♥ frohe weihnachten!

e na reta final de 2016 teve passeio no norte, mais precisamente lake district/scotland. porque lagos e porque colinas e porque estar perto da natureza faz bem e renova as energias, algo que julguei muito necessário na hora de gritar o “corta!” para 2016 e começar um filme novo, com o mesmo elenco de sempre e um roteiro surpresa cheio de plot twists, mas que (assim espero) também terá um final feliz. para todos nós.

happy new year! and 2017, please, be a darling. ♥

outros dezembros: Alê (Ucrânia) | Ana (Alemanha) | Paula (Holanda) | Taís (Irlanda)

Categories 6x6

November

eis o inverno, que começou *meteorologicamente* cinco dias atrás (astrologicamente no dia 21) e só restam os carvalhos ainda com folhas. o centro está intransitável e lotado de turistas; já fiz as minhas “compras de natal” (1 pacote de 10 cartões a ser dividido entre a família do respectivo e as amigas aqui que apreciam recebê-los) e entrei em hibernação física e financeira até janeiro. torço por alguns dias de sol e frio proporcionando muitas caminhadas de fim de semana no campo – com quentão no pub pra encerrar.

aberta também a temporada gastronômica natalina. já comi dois panetones e uma caixa de mince pies – e eu nem gosto muito de mince pies, mas alguma bruxaria faz com que elas se tornem extremamente comíveis nessa época do ano. respectivo queria assar um ganso pra ceia mas acho que vou começar a fazer um lobby pra substituir a ave aquática por um tender bolinha. porque pork is the best meat e porque vou me sentir mal degustando um daqueles pássaros que me deixam encantada ao sobrevoar a minha casa aos berros o ano inteiro. (ou: o ganso vai sujar mais tabuleiro e panela)

falando em animais, tivemos um agradável encontro com os veadinhos de richmond park. muitas pessoas me perguntam como fazer para vê-los, já que foram ao parque mas não encontraram nenhum. é meio complicado, mesmo. pra começar, sem carro fica difícil. richmond é um parque MUITO grande e não dá pra sair catando veado a pé. eles raramente se aproximam dos portões de entrada porque essas áreas costumam ser mais movimentadas. é preciso também ter sorte de avistá-los próximos de algum estacionamento; é proibido parar o carro fora deles.

outro dia tentando fotografar animais, só que com menos sucesso. as gaivotas de bognor regis me esnobaram e consegui apenas uma meia dúzia de fotos ruins. NO PAPARAZZI! aposto que se eu tivesse levado um saco de pão velho as mercenárias teriam se engraçado. fica a dica para a próxima vez, que não será em bognor regis porque o lugar é meio deprimente (ainda mais nessa época do ano): nenhum restaurante ou salão de chá, quadras de apartamentos feios de concreto, uma única loja mirrada e triste vendendo ímãs de geladeira e sorvetes que pareciam vômito e ainda levamos multa por estacionar em local indevido (a placa estava semi-obliterada por cocô de gaivota. great).

essa é decoração de natal na burlington arcade. não estou com a mínima vontade de encarar multidões e pular obstáculos pelas calçadas. até queria ver algumas vitrines, fachadas e decorações natalinas (será esse o primeiro ano que eu não irei a covent garden?) mas haja preguiça. acho que vou apenas curtir as fotos alheias no instagram e ficar tomando chá debaixo de dois edredons com minhas meias de pele (fake) novas.

aquelas fotos bestas feitas por acaso e que nunca sairiam do cartão de memória – mas algo nelas fala com você. tarde de domingo em ingatestone, os dois adolescentes vestindo o uniforme de agasalhos e tênis típicos caminham cabisbaixos por uma rua deserta em direção ao pôr do sol. passei tantos domingos chatos como esse exatamente assim, percorrendo quilômetros de calçadas de subúrbio na companhia de algum(a) amigo(a) tão desesperado(a) quanto eu para estar em qualquer outro lugar, finalmente “vivendo a vida de verdade”. ou simplesmente encerrando a semana com uma daquelas conversas profundas sobre o futuro que a gente só tem aos 16 anos. eu me vi nesses dois e se pudesse ter ouvido a conversa ficaria desapontada caso eles não estivessem praguejando por morar naquele fim de mundo e fazendo planos de sair por aí algum dia e não voltar. e eu percebi que a lolla de 16 anos não sabia, mas às vezes a gente vai preenchendo o vazio de modo bastante satisfatório com coisas bem mais simples e mundanas que viagens, fama e dinheiro – como essa amizade e aquele pôr do sol, por exemplo. e que essas coisas, mais do que qualquer ambição megalomaníaca ou promessa de felicidade instantânea, são a vida de verdade. mas que o vazio existe sim, e é um buraco mais fundo do que parece, e certas partes dele não serão preenchidas, jamais.

Categories 6x6

October.

Outubro acabou e foi lindo. O melhor mês do ano até agora (mas com um 2016 péssimo feito esse convenhamos que a disputa não foi difícil) e esse tem sido o outono mais bonito que eu já vi por aqui. A natureza está literalmente enlouquecida, numa trip lisérgico-fluorescente com um céu azul perfeitamente azul como background. Pelo chão as pilhas de folhas amarelinhas/laranjas/vermelhas de maple são um convite diário a fazer a louca do outono e sair pulando/chutando/jogando pro alto.

Tenho feitos muitos passeios a fim de admirar a paisagem; muitas vizinhanças e villages novas, portinhas coloridas, comida. Muito halloween também. Meu primeiro ano “dando doce” e percebendo que a) as crianças são umas graças, mas a empolgação aqui realmente é vibe quarta feira de cinzas se comparada aos estados unidos e b) doce de halloween é um fracasso: chocolate, balinhas Haribo e uns pirulitos anêmicos. Foi pra isso que a gente assiste tutorial de makeup de calavera e deixa metade do salário do mês na loja de fantasia? Doce de Cosme e Damião vence. Muitas saudades de quebrar o dente mordendo um Zorro, das cocadas 100% açúcar, do Batom de chocolate genérico, velho e esbranquiçado, daquele doce de abóbora em forma de coração que eu levei anos pra aprender a gostar e das banananas MEU DEUS AS BANANADAS

Meu pico glicêmico foi lá no Everest via Aconcágua só de escrever esse parágrafo. Voltemos à programação pseudo-paleo normal, sim?

(sim. até sábado que vem. teehee.)

Outros outubros: Alê (Ucrânia) | Ana (Alemanha) | Paula (Holanda) | Taís (Irlanda)

September

Os últimos morangos do verão. Usei para fazer frosé e saladas e me despeço deles até junho do ano que vem. Uns vão, outros chegam: goodbye morangos, hello couve de bruxelas. ♥

Falmouth, Cornwall. Tão bonita, mas tão chuvosa. Esse foi um dos raros momentos de sol que tivemos e jamais esquecerei aquela tarde onde meus sapatos praticamente se dissolveram na chuva e eu rodei a high street inteira atrás de galochas baratas, mas as únicas que encontrei custavam 35 pilas na Joules. O que eu comprei? Três cartelas de adesivos. Risos.

Gato que aparentemente resolveu mesmo se mudar. Já passa o dia todo aqui e só sai à noite porque o colocamos pra fora (apesar de ter pernoitado algumas vezes). Ele é tranquilão, good natured, gosta de carinho, de enfiar o focinho dentro da minha caneca de café, de beber a água do vaso sanitário do Respectivo (what) e de subir em cima de mim pra se acomodar e dormir. E como dorme. Obviamente ele tem dono (o número de telefone gravado num pendente na coleira não deixa dúvidas) mas estou curtindo a idéia de ter um gato cujas despesas com veterinário eu não vou ter que pagar. Teehee.

As folhas das horse chestnuts já estão caindo. Elas sempre são as primeiras; não são as mais bonitas – não mudam de cor, apenas secam como se enferrujassem e soltam dos galhos. Ali no meio vejo umas folhas amarelinhas de poplars, mas são minoria e as que ficam em torno da minha casa ainda estão bem verdes. But it’s coming.

Os campos já foram ceifados e os rolos de feno que vão ser usados como alimentação e abrigo para o gado no inverno já estão secando. Sinal claro da época de colheita e do fim do verão.

Já é Halloween na Primark e eu já garanti as canecas comemorativas – que esgotaram logo. Vai  ter chá com calavera e gato preto sim. ♥

E essas foram seis cenas da vida diária antes de dar adeus a Setembro.
acordaram o Billie Joe? Good. :)

Outros setembros: Alê (Ucrânia) | Ana (Alemanha) | Paula (Holanda) | Taís (Irlanda)

Categories 6x6

August.

Agosto foi um mês quente e seco. De muitas maneiras.
A estiagem que tostou as plantas (dentro de potes ou fincadas na terra) pelo menos não matou de sede as roseiras, que me presentearam com flores belíssimas. Teve bebidas geladas pra amenizar o calor (menção honrosa para o maravilhoso cordial de morango com kiwi da Robinsons) e uma viagem para o litoral que em boa parte deu em  chuva – mas que fechou minha wishlist de “condados ingleses por conhecer”, me encheu a barriga com 8352643 pasties da Cornualha e me levou para os confins do oeste.

Enfim, parecia interminável mas terminou. 30 dias que não vão deixar muitas saudades dentro de um ano daqueles que a gente consideraria apagar dos registros.

Não, esse não é um resumo do mês (ainda bem), mas um retorno ao nosso projeto 6×6 que andava meio abandonado porque todo mundo estava ocupado com a vida e/ou sem inspiração. E o projeto volta em novo formato: o tema agora é livre e pretende retratar a nossa rotina de expatriadas através de pequenos recortes do dia-a-dia. Agosto não foi muito frutífero porque a câmera me sabotou (outra perda registrada no mês do cachorro louco) mas é nóis na pista pra negócio de novo e, haja o que houver em setembro, será pelo menos registrado. Challenge accepted.

Alê (Ucrânia) | Ana (Alemanha) | Paula (Holanda)  | Taís (Irlanda)

Categories 6x6

[6×6] Last destination

E o 6×6 (atrasado) desse mês traz o nosso último destino de viagem; no nosso caso foi uma “viagem”curta de apenas duas horas de carro. Voltamos a Ickworth semana passada a fim de ver a floração dos lilacs, mas chegamos adiantados e eu esqueci a câmera – typical.

Mas não lamentei; Ickworth é uma linda manor house cuja arquitetura neoclássica de inspiração italiana é uma adição atípica ao interior do condado de Suffolk. Os vastos salões são decorados com obras de Velazquez e Titian, coleções de prataria, móveis em estilo Regency e porcelana, enquanto do lado de fora os jardins fartos de gramados verdinhos convidam a estender uma toalha de piquenique e ouvir os pássaros e os insetos e o vento agitando as folhas já não mais tão jovens das árvores anunciando que o verão vem aí.

E os lilacs também, risos.

 

Outros destinos: Taís (Irlanda) – Ana (Alemanha) – Alê (Ucrânia) – Paula (Holanda)

[6×6] Nature

E o tema desse mês não podia ser mais lindo, embora as imagens como sempre não façam justiça. Existem poucas coisas que me fazem tão feliz por estar aqui do que a reta final da primavera. Cerejeiras, magnólias, tulipas, camélias, forsítias, bluebells, lilacs, wisterias, blueblossoms, fotínias… Pássaros preparando ninhos, esquilos voltando à ativa, ouriços saindo da hibernação. O poder e a beleza da natureza sempre me acalmaram ao me trazer perspectiva; observando a passagem das estações, as ondas se sucedendo no oceano, os animais em seus grupos que são pequenos universos, o ciclo de vida das plantas – tudo isso me faz sentir pequena e transitória, assim como os meus problemas e mediocridades.

Quando fazemos mal à natureza estamos assinando a sentença de extinção da nossa própria espécie. O planeta passou e vai passar por desafios maiores do que uma legião de mamíferos descuidados e arrogantes. Somos pequenos demais diante de uma força tão irrevogável, de uma solidez tão ancestral. Temos o poder de destruir outras espécies e o nosso próprio habitat – mas não o planeta, quando o que nos cerca é mais forte e retribui na mesma moeda. Estamos sofrendo as consequências destrutivas do que fazemos e quando finalmente não estivermos mais aqui a vida vai se encarregar de brotar de cada cratera – assim como as casas abandonadas de Detroit, se erguendo aos poucos e imperfeita, mas irrefreável e tomando de volta o espaço que lhe foi temporariamente negado.

We shall pass, but nature will remain.

De outras naturezas: Taís (Irlanda) – Ana (Alemanha) – Alê (Ucrânia) – Paula (Holanda)

[6×6] Neighbouring Town

Para o 6×6 desse mês, cujo tema é “Cidades Vizinhas”, eu escolhi Ilford. Ok, é uma cidadezinha periférica (noroeste de Londres, região administrativa de Redbridge), sem muitos atrativos além de um centro comercial no máximo satisfatório e muitos restaurantes indianos para atender a população hindu, muçulmana e sikh.

A maioria das pessoas diria que não vale a visita, mas a área que fica no entorno de Cranbrook Road é uma graça: casinhas vitorianas/mock Tudor, cafés charmosos e um dos meus parques preferidos que atende pelo romântico nome de Valentines. ♥

Nesse lago rola de pedalinho a competição de caiaque (!) – e, claro, os patos, gansos, cisnes e galinhas d’água estão sempre por ali. Indispensável levar um saquinho de ervilhas para eles; já os esquilos preferem amendoins, thank you

Outras vizinhanças: Taís (Irlanda) – Ana (Alemanha) – Alê (Ucrânia) – Paula (Holanda)

[6×6] Transports

6×6 na correria porque a vida continua estressante por aqui. Ficou difícil esse mês sair para fazer fotos bacanas (uma pena, porque o tema é ótimo e a cara de Londres), uma vez que as atividades principais têm sido cuidar de gatinha dodói e ciceronear minha mãe pelos brechós e lojas de plantas do meu bairro – as duas únicas atividades que parecem deixá-la feliz. Março está sendo difícil, mas está acabando, um dia de cada vez. KEEP CALM AND CARRY ON.

1. Morris 8 que fica em frente ao café Maids of Honour em Kew.
2. Magrelinha cheia de charme (tenho uma certa paúra de ciclistas, mas adoro bikes).
3. Van retrô de entregas da Mount Street Deli, em Mayfair.
4. Brasília Amarela, ooops, Lotus Elan +2 dando pinta em algum ponto de Swiss Cottage.
5. Double whammy: Routemaster vermelhinho clássico + foto bônus do “leaper” (assim chamado porque o bichano foi pego no pulo) de um Jaguar Mark II, ambos numa exposição automobilística em Alexandra Palace (o ônibus servia para transportar os visitantes ladeira acima).
6. Foto tosca porque o Snapchat comeu a resolução com angu, mas num post temático sobre transportes em Londres eu não poderia deixar de incluir as Boris Bikes – assim apelidadas em homenagem ao prefeito (Boris Johnson) que popularizou as bicicletinhas de aluguel mais amadas pelos turistas e hipsters da cidade.

Transporte-se por aí: Taís (Irlanda) – Ana (Alemanha) – Alê (Ucrânia) – Paula (Holanda)

 

Categories 6x6

Cozy

O tema do Projeto 6×6 desse mês é conforto (ou aconchego, palavra pela qual eu não nutro um grande afeto, risos), e para mim isso significa casa, carboidratos, chá e café quentinhos e superfícies macias onde eu possa me esticar e esquecer que o lado de fora existe – exceto para admirar pela janela o sol de inverno iluminando os galhos do álamo e aquecendo os brotos das folhas que muito em breve vão cobrir de verde essa vista. A primavera está quase virando a esquina. :)

More comfort for your eyes around the world: Taís (Irlanda) – Ana (Alemanha) – Alê (Ucrânia) – Paula (Holanda)

 

Categories 6x6