








Umidade alta, suor pegajoso na pele, nuvens cinza ardósia pavimentando o céu e logo as gotas grossas farão música batendo no telhado de vidro da varanda. E talvez trovões, para animar a sinfonia. Minha alma canta junto. As folhas já começam a adquirir tons acobreados. As castanheiras estão mudando. Parece que a vida finalmente está voltando aos trilhos. Nem perto do normal. Mas a volta de algumas cenas familiares, clima que me faz bem, poder fazer planos ou andar descalça na grama seca do quintal pegando do chão as frutas verdes que os esquilos jogam do carvalho… Parece normal. Soa normal. It’s good enough. I’ll take it.
Come on over, Autumn. Not a day too late.
“What happens is that you tend to gather around you very different types of people. It’s impossible to please everyone all the time, and even more so when you have to meet such varied expectations. The opinions that one person agrees with are not the same ones the other person wants to hear; the problem is that they’re both sitting at your table. Next time you wonder why is it that you seem to attract so much hate, remember this.”
It’s funny to remember the late 90s and that promise of “connection at a global level” with the internet. Everyone excited about the possibility of making friends all over the world and expanding their contacts to unimaginable levels. Now the world is literally at our fingertips and yes, it’s easier to get in touch with people from far away to whom we feel connected to, but I don’t think I’ve ever seen people feeling so alone.
Everyone has become dependent on the internet for so many things that if the connection doesn’t happen online then we don’t know how to make it happen in real life anymore. This is a skill I have never developed, so it doesn’t make that much difference to me but I can’t help thinking that living inside the big network ended up hampering many of the skills needed to survive outside it.
Mês passado fiz minha primeira incursão na zona 1 desde março; quatro meses só saindo para caçar papel higiênico e álcool 70%. Lojas não essenciais receberam o sinal verde para abrir, mas a maioria das pessoas ainda está trabalhando em casa. As ruas vazias o suficiente para dar uma vibe desolada e pós-apocalíptica a uma das megalópoles mais populosas do planeta. Tomei meu primeiro café fora de casa e foi bom. A torta foi um erro; estou sempre caindo na armadilha mais chamativa. Devia ter pedido um croissant.
Foi bom poder saltitar pelas calçadas sem esbarrar nas pessoas ou ter que desviar de carrinhos, tirar fotos sem as malditas vans brancas passando na frente e não me sentir sufocada e empurrada pela multidão. Mas a cidade precisa de trabalhadores, compradores e turistas para prosperar; sem gente respirando vida em suas artérias lotadas, ela murcha e morre.