We gotta dance with the devil on a river to beat the stream.







































E o restaurante escolhido para ser o primeiro pós-lockdown a fim de celebrar o começo do fim da quarentena (*toc toc* bate na madeira) foi bem prosaico. Acontece que eu tinha um enorme desejo de comer uma pizza bem servida. Porque pizzaria hipster gosta de se gabar da massa, mas o diferencial pra mim é o que vai por cima dela. Pão eu como em casa. Beijo.

So, Pizza Express it was! Como a filial do nosso bairro estava fechada (nem todas abriram) e a mais próxima além dessa ficava numa área meio boring eu decidi me despencar pra Ipswich. Sim, Suffolk de novo. Eu estou quase me mudando, já que não saio de lá e assim economizava gasolina. Ipswich é a capital do condado; uma cidade cheia de prédios históricos, uma marina bonitinha repleta de barcos e gaivotas e margeando o rio Orwell um calçadão bastante agradável, pontilhado de restaurantes e cafés. E ainda assim eu acho que não moraria ali.

Talvez porque o centro da cidade seja meio bunda e tenha um aspecto meio abandonado fora dos dias de movimento. Talvez porque as lojas do centrinho me pareçam versões “amostra grátis”, pequenas e com pouca variedade. Talvez por outros motivos que eu talvez não devesse discutir aqui. Mas apesar de curtir horrores sentar numa mesinha externa daquele Pizza Express (e já o fiz algumas vezes) o fato é que Ipswich não me encanta. Mas o dia estava lindo, as tirinhas de polenta frita estavam deliciosas, a cerveja estava gelada e tomar um expresso de verdade depois de quatro meses de café instantâneo foi glorioso.

Depois fomos aproveitar o all-day parking, bater perna no centrinho, tomar um smoothie no Kaspas e um esporro light de uma velha por estarmos sentados nos degraus da saída de emergência de um museu. Bela bosta, mas enfim. Saímos e uns 100 metros depois eu olho pra trás e percebo que os degraus estão novamente ocupados, dessa vez por dois adolescentes, e a velha parada em pé ao lado caladinha. Excuuuuuuse me? Rodei nos calcanhares e voltei salivando feat. sangue nozóios, muito a fim de quebrar o meu jejum de barraco. Mas como se me adivinhasse a intenção, a velha dos infernos pegou uma reta, se enfiou pra dentro do museu e sumiu.

Ok, eu queria saber por que só a minha bunda era indigna de sentar ali, mas não a ponto de pagar ingresso de um MUSEU BÍBLICO EM FORMA DE ARCA DE NOÉ só pra soltar uns perdigotos nervosos na cara daquela senhora. Fuén. Fica pra próxima.

Now my riverbed has dried, shall I find no other?

Um dia amanheci me sentindo bela demais para Northeast London, então fui espalhar glamour em Suffolk com meu cabelo de poodle e tênis de paetê furta-cor.

Em outras palavras: dirigi 100 quilômetros pra comprar sausage rolls.

Mas não é qualquer sausage roll, Adalberto. São os sausage rolls da Pump Street Bakery. É uma padaria artesanal que fica na village de Orford em Suffolk.

Parada no Oyster Inn de Butley para uma cider (na verdade pra fazer xixi) e essas porções de batata frita simplesmente aconteceram (e combinaram a cor com as bebidas). Da próxima vez que pedir sweet potato fries, no entanto, lembra-se de que elas combinam com maionese, e não catchup.

Em casa jantamos as compras da Pump Street bakery. Essa foi a minha quiche eu fiquei chocada com a leveza da base. Só faltou bacon, mas aquela área de Suffolk é o paraíso dos hipsters de meia idade então é preciso manter um percentual vegetariano nas prateleiras. I can deal with this.

You have to be kind.

“You don’t have to get a job that makes others feel comfortable about what they perceive as your success. You don’t have to explain what you plan to do with your life. You don’t have to justify your education by demonstrating its financial rewards. You don’t have to maintain an impeccable credit score. Anyone who expects you to do any of those things has no sense of history or economics or science or the arts.You have to pay your electric bill. You have to be kind. You have to give it all you got. You have to find people who love you truly and love them back with the same truth. But that’s all.“

– Cheryl Strayed, Tiny Beautiful Things: Advice on Love and Life from Dear Sugar