Mariage Frères at Covent Garden

Mariage Frères, tradicional marca francesa de infusões (since 1854!), abriu um salon de thé podre de chique em plena Covent Garden. O menu devia ter umas 10 páginas só de chás e foi difícil chegar num consenso; a sua escolha chega à mesa em louça monogramada (do guardanapo aos pratos, passando pela delicada colherzinha de prata do açucareiro que você pode comprar por uma mini fortuna na loja) e já pronto, sem as folhas. Não gostei muito do fato de não poder controlar a intensidade da infusão; meu chá (de damasco) veio forte demais, com um leve saborzinho amargo que denunciava cozimento. Não sei estava passando do ponto ou se escolhi   errado, só sei que já tomei chás melhores.

Os scones estavam muito bons, e mais ainda a dupla de geléias de fruta saborizadas com earl grey. Não espere creme, no entanto; você vai receber um pote minúsculo de manteiga (tivemos que pedir extra). Não é um lugar barato;  as infusões mais acessíveis custam cerca de 9 libras por bule individual, que fornece umas quatro xícaras e não se pode dividir. Obviamente todos os chás do menu estão disponíveis para compra e também custam os olhos da cara; mas tão chiques as latinhas… Os bules de vidro, super delicados, saem por cerca de 300 dinheiros cada. Ouch. Franceses, com todo aquele socialismo, não são nem um pouco tímidos na hora de cobrar. Mas em se tratando de chá eu ainda fico com os ingleses.

Maison Bertaux

A Maison Bertaux é um tearoom meio excêntrico plantado desde 1871 no coração do Soho. O decór é peculiar e um tanto quanto caótico, no melhor sentido possível; a vibe é francesa, principalmente na patisserie – mas o chá é servido à moda britânica e você só precisa dizer “two teas, please” que a mensagem será entendida e um bule de english breakfast lhe será apresentado como se deve, com direito a pote extra de água quente para fazer top up.

Nunca experimentei, mas reza a lenda que o croissant de amêndoas é imbatível. O bolo da foto estava estupendo, molhadinho e sem pesar a mão no açúcar. As paredes com rabiscos da clientela (nesse dia composta por 80% de milenials chineses e coreanos), as trocentas fairy lights e pilhas de livros surrados espalhadas por todos os cantos e a louça simples dão ao lugar um charme de casa de avó. Se fizer um dia bonito sente-se numa das mesas da calçada, tire o pote de flores mortas da frente, peça um pote de english breakfast, abra um jornal ou simplesmente veja a vida passar – e sendo o Soho você vai ter bastante coisa pra ver; confia.

Sweet heart

Impromptu valentine’s day celebration. Mesmo evitando restaurantes lotados com decoração cafona, menu temático e casais sorvendo prosecco quente e arrotando ressentimento, essa mini trip pela floresta com direito a chá e bolinho inesperado em formato de coração hit the spot. Happy Valentine’s.

Press for Bubbly.

Bob Bob Ricard. O restaurante que tem um botão de champanhe, mas a £15 (o mais barato) por flute de 125ml eu acho que prefiro dispensar o teatrinho, andar até o mercado e comprar uma garrafa de Chandon.

Mas não fui pelo espumante e sim pelos pierogis e tortas (a minha de frango e a dele de peixe, com “estampa” de escamas; very instagrammable) e sinto informar que nenhum deles valeu realmente a pena. Essas não eram as opções mais custosas do menu e talvez os pratos mais caros sejam melhores, mas estava tudo tão pouco inspirado que duvido. Purê de batata e fritas aceitáveis (com a opção de adicionar trufas, a nova moda entre árabes ricos e a classe média alta wannabe), mas as porções são pequenas e well, é fácil acertar com batata, right? Nota 6.