Do your worst and do it proper

sábado de manhã eu estava animadinha com o plano de inaugurar uma tag nova no blog quando notei que o tumblr, onde hospedo essa página há alguns anos, tinha feito o (des)favor de desconfigurar a formatação de vários posts. as imagens apareciam em tamanho reduzido e, mesmo que eu edite e conserte o código manualmente, horas depois o problema retorna. não há explicação para isso, o suporte do tumblr é inexistente (eles nem mesmo oferecem um fórum para que os usuários possam se ajudar) e eu espalhei perguntas em diversos fórums de html aleatórios internet afora, sem retorno.

preciso admitir: depois de sucessivas derrotas além dessa – como por exemplo o photobucket deletando minhas imagens em vários anos de posts (ainda estou consertando isso e vai levar meses) e a perda de dois hard drives em menos de três anos com milhares de fotos destruídas – está difícil encontrar motivação. eu não faço dinheiro aqui e estou gastando um tempo e energia consideráveis para manter e consertar o hello lolla sem receber nenhum tipo de retorno ou incentivo (só perco seguidores e recebo comentários deseducados, que não publico) enquanto páginas que mantenho sem pretensão alguma – como o meu tumblr sobre journaling, por exemplo – têm cinco vezes mais followers, compartilhamentos e feedback positivo.

o mesmo vale para o instagram, onde tento manter um certo nível de qualidade e não entupir os stories de conversa fiada mas os únicos seguidores novos são lojas tentando me empurrar lixo, spammers, gente agressiva que vai descontar frustração nas dms e bots de sites que “vendem” followers e likes. novamente: eu não sou influencer e não planejo ganhar dinheiro com blogs ou redes sociais (agora ou no futuro), mas não deixa de ser intrigante ver contas que postam praticamente a mesma foto todo dia em ângulos diferentes crescendo na plataforma. é óbvio que estou fazendo algo de errado e desagradando, e nesse caso por que desperdiçar energia e horas preciosas do meu dia com isso?

horas em que eu poderia estar lendo histórias interessantes na internet, ouvindo minhas playlists, me dedicando aos meus outros hobbies, tomando flat whites com respectivo, cuidando do jardim (god knows the garden needs it), assistindo filmes, fazendo frilas que rendem dinheiro para sair pra comer com meus amigos, batendo perna na cidade sem levar a câmera e fazendo melhor uso do meu tempo do que carregar lente pesada na bolsa com a preocupação de “registrar o momento” – e depois perder dois dias editando 200 fotos, selecionar 20 e receber três likes e um emoji. o que não seria problema (não era até sabado) se eu não estivesse passando por tantos perrengues pra conseguir simplesmente manter essa página.

(as plataformas podiam me ajudar sendo mais user friendly e menos full of shit, mas infelizmente os surtos de identidade do tumblr é o que tem pra hoje; chupa essa uva, lollamum.)

talvez a internet tenha de fato se transformado em território de youtubers que ganham seus clicks comendo vastas quantidades de miojo em desafios ou dando biscoito com pasta de dente pra morador de rua, de tutoriais de maquiagem que deixam todo mundo com a mesma cara, de “reviews” para ganhar mimo de loja/editora, de foto de look do dia e textões engajados socialmente. uma pena que nenhuma dessas coisas me interesse ou me inspire. e se talvez ainda não seja a hora de fazer como quase todos os blogueiros que surgiram comigo lá em 2001 (ou antes) e curtir uma merecida aposentadoria então pelo menos eu devesse mudar a forma como administro os meus sites e deixá-los mais fáceis de manter. dedicação só ao que me traz retorno positivo; fora isso, less is more. ;)

And it’s here

e chegamos a pensar que a primavera tinha desistido. mas a natureza, ao contrário das pessoas, jamais decepciona. isn’t she lovely?

hora de tirar os cardigans e chapéus da gaveta e limpar as sandálias, fazer spring cleaning, playlists novas para novas caminhadas, planejar piqueniques no campo, churrascos no quintal, sessões de fotos em campos de canola amarelinhos, cidras em pubs variados, shows de verão, roadtrips e afternoon teas em jardins de manor houses.

quero bordar um quadro, passear em mercados de pulgas ao ar livre, comer em mercados de rua com molho escorrendo pelos dedos, começar a reforma da cozinha (god help me), comprar um sofá, escolher o perfume do verão 2018, resolver o problema chamado “jardim” (quase licença poética, a essa altura), voltar a me exercitar diariamente, fazer algumas das receitas que venho colecionando num fichário de verdade (nada de folder no laptop), planejar movie nights, passar meu tempo com quem de fato quer estar comigo e sair do casulo onde venho me escondendo confortavelmente desde novembro.

now it’s time to say hello to the sun.

Channeling the island II

a vista do driftwood café na baía de archirondel continua maravilhosa.

e a comida continua sem graça. queijo com gosto de plástico e faltou crocância nas batatas. se quiser fazer lanchinho tem opções melhores (o próprio hungry man na baía de rozel, mencionado no outro post).

acordar com um céu desses:

e admirar um mar desses (essa cor ♥).

noirmont point em saint brelade, fica a dica.

a vista da baía de portelet é imbatível, tem uns bunkers alemães da segunda guerra lá em cima e essa micro ilha ali embaixo (pra onde eu estou olhando) é a ile au guerdain, que ficou conhecida como “tumba de janvrin”. philippe janvrin era capitão de embarcação e fazia o trajeto jersey-frança; numa dessas viagens (no ano de 1721) houve um surto de peste negra do outro lado da poça e esther, o barco do philippe, foi impedido de desembarcar em jersey. depois de dois dias de quarentena philippe morreu, mas por medo de contaminação as autoridades impediram que trouxessem o corpo. ele então foi enterrado nessa pequena ilha a que se tem acesso somente durante a maré baixa. anos depois as autoridades reconsideraram, o corpo foi exumado e enterrado num cemitério tradicional – mas o nome ficou. pronto, eis a historinha do dia pra vocês. :)

oyster box, na baía de saint brelade. jersey tem sempre ostras fresquinhas (pra quem curte) pois tem “viveiros” dela espalhados pela baía de gorey.

risotinho verde com hadoque defumado e ovo pochê + terrine de pato, patê de frango e chutney de pêssego com brioche. e depois teve pub crawl com direito a bandinha de rock (coisa rara de se achar em londres, ultimamente):

baía de gorey na maré baixa, com o castelo de mont orgueil ao fundo:

aqui tem o sumas, que é um dos meus restaurantes preferidos na ilha. sentar na varanda num domingo de sol com vista privilegiada do castelo era bom demais. note ali na areia um veículo “anfíbio” (anda na terra e flutua no mar) que a gente chama de puddleduck. :)

abaixo a baía de saint aubin, uma das minhas preferidas (pena que um inferno pra achar estacionamento) também durante a maré baixa. tem um monte de restaurantezinhos legais aqui, wine bars, hotéis e a marina cheia de barcos coloridos.

casinhas em st. aubin’s bay:

jersey tem os melhores garden centres; esse aí embaixo é o saint peter’s:

meu preferido é o ransoms, que ficava perto da minha casa e serve bolos do tamanho de tijolos (e uma das melhores banoffee pies que já provei):

a reserva da florestinha de saint catherine (imperdível).

o sapão gigante em waterworks valley:

escala (risos):

baía de saint brelade:

o farol de la corbière:

durante a maré baixa o mar recede e você pode andar até o farol.

já voltei, não deu tempo de rever tudo e já quero ir de novo; alguém topa dividir uma semana num airbnb? :)

Narcisos & chocolate

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é bacana estar nesse lado do hemisfério onde a páscoa coincide com a primavera. celebrar esse simbolismo de renascimento enquanto os bulbos rompem a barreira da escuridão para brotar no solo, crescendo e florindo sob o solzinho que volta a fazer presença é especialmente significativo. o horário de verão já está vigente, as primeiras ovelhas do ano acabam de nascer, os narcisos já abriram, as cerejeiras já se preparam e logo as árvores estarão cobertas de folhas; é a vida que segue, que se renova, e também a lembrança de que ela passa.

fiz um “easter tea”, uma påskeris (árvore de páscoa; eu devia ter usado galhos de cerejeira/macieira em flor, mas fiquei com vergonha de roubar da árvore da esquina, risos – ano que vem eu capricho) e comprei narcisos pra me animar achando que ia passar a páscoa sozinha, mas respectivo voltou pra casa antes do esperado (trazendo metade do estoque de doces dos supermercados da baixa saxônia na mala; someone help me) e agora eu estou em meio a um sugar coma cercada de mini galinhas de marzipan, aguardando pelo meu biryani de cordeiro e amanhã ainda é feriado aqui. diabetes a caminho, não tenho dúvidas, mas hoje é dia de comemorar djisãs cráist saindo da tumba e subindo pra arrasar – ou, se você também não for religioso, celebrar o renascimento que essa época representa.

todos os anos recebemos esse pequeno lembrete do tempo: existe mais de um caminho e mais de uma chance. o inverno não dura pra sempre, a luz cedo ou tarde triunfa sobre a escuridão e você sempre pode recomeçar. e vai ter até chocolate. ;)

happy easter, beautiful bunnies. ♥