Shotguns up familiar sleeves

a semana rendeu em termos de diy; pintei uma estante, uma mesa, quatro cadeiras, duas mesinhas laterais e comecei uma parede. dias frios e escuros me despertam o nesting instinct e o meu foco se volta para o cafofo; mal pus os pés pra fora de casa, acendi velas, fiz e ouvi playlists, assisti harry & sally (porque essa é a época do ano ideal pra assistir harry & sally), tomei muito café com creme de leite e foi uma delícia. cada estação traz uma vantagem, e a do inverno é que ele me desobriga de sair. me sinto culpada por desperdiçar dias de sol, que são tão raros, mesmo que eu não aprecie tanto assim o calor.

será que não gostar de sair de casa é uma patologia? comecei a seguir o instagram de uma moça que tem uma casa linda e, no meio do texto de uma das fotos ela revela ser, entre outras coisas, agorafóbica e mal consegue sair de casa sozinha (a última vez foi em março). aquela casinha finamente decorada era na verdade uma prisão involuntária; as fotos deixaram de ser bonitas e se tornaram deprimentes. dei unfollow – por desconforto e também por medo. vai que eu estava olhando pro meu futuro? talvez eu devesse calçar galochas e um casaco em forma de edredon e me forçar a sair?

é quando toca a campainha e o carteiro me entrega um pacote com meias e pijama felpudos e eu encaro como sinal divino e resolvo adiar a crise existencial para a primavera. cocooning untill march? hell yes. i’ll put the kettle on.

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