After the rain.

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voltei do feriadão e encontrei roseiras desabrochando rosas gigantescas, fuschias em flor, abelhas fazendo um banquete nas verbenas e nenhuma planta morta ou devorada por lesmas. i call it success, bitches.

não temos exatamente um “jardim”, é difícil cultivar qualquer coisa com o pé de carvalho e seus 200 anos de raízes sugando a umidade do solo e obstruindo a luz do sol – por isso a grama na verdade é um matagal controlado e a maioria das minhas flores sobrevive em potes. mas eu não penso em derrubar a árvore (nem poderia, ela tem uma ordem de proteção ambiental) que fornece ninho para os melros e abrigo para as pupas de borboleta. os esquilos roem os brotos do carvalho na primavera e no outono abrem buracos no chão para enterrar suas nozes e guardar alimento para enfrentar o frio. o carvalho exige, mas retribui.

e quando os pássaros que voltaram do exílio de inverno iniciam a sinfonia matinal/do entardecer e eu sento para acompanhar a performance, então esse jardim estropiado, com plantas caprichosas, pombos histéricos e insetos inoportunos é o meu lugar preferido em todo o universo.

Thirty in tree.

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menos de três dias em terras irlandesas regados a guinness (não sou fã de stout porém é verdade que ela é mais gostosa lá, mesmo que seja apenas sugestão mental) e tentando cumprir um roteiro com muita coisa pra ver em pouco tempo. devo ter conseguido riscar metade da lista, e sendo eu essa turista preguiçosa e lenta já considero vitória. :)

dublin é definitivamente uma cidade jovem. muitos hipsters barbudos, quase nenhum carrinho de bebê. vi poucos idosos, poucas crianças, poucas minorias étnicas, MUITO restaurante mexicano, donuterias e, infelizmente, pedintes. vi muito menos brasileiros do que esperava. irlandeses passam manteiga nos scones ao invés de clotted cream, dormem tarde e acordam tarde aos fins de semana (ruas vazias às nove da manhã, impensável nessa minha megalópole) e comigo foram muito gentis. no quesito gororoba foi meio hit or miss, deu super certo algumas vezes e super errado em outras. há programas que eu não repetiria e outros que me fariam voltar amanhã – a sopinha de frutos do mar do the bank, por exemplo. ♥

Wisteria Hysteria

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cream tea e glicínias para incorporar um pouco de doçura e beleza num dia vagamente indigesto.

a glicínia floresce brevemente no final da primavera antes que as folhas nasçam; em inglês se chama “wisteria” e são tão fotogênicas que têm até hashtag própria no instagram: #WisteriaHysteria. :) perdi o pico da floração porque estava na escócia (e antes estava com preguiça de ir em busca delas pela cidade), mas voltei algumas coordenadas geográficas na direção do norte e lá estavam elas, galhos já cobertos de folhas e quase indo embora, como se esperando por mim.

e pra quem tinha perguntado por onde andava o gato bengal do vizinho:

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entre outros lugares, na minha casa.

Passei o dia ontem fazendo pesquisa musical para uma matéria. A parte boa é que conheci coisas novas; a parte menos boa é que me lembrei do quanto a história do Nick Drake é triste.

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Ele morreu de overdose de antidepressivos aos 26 anos, desiludido depois de três álbuns que não fizeram sucesso (hoje tidos como referência para muitas bandas, inclusive R.E.M. e The Cure).“Vocês disseram que eu era genial; por que eu não tenho dinheiro e nem fama?” perguntou ao seu produtor. (Nick evitava dar entrevistas e fazer shows para promover o trabalho, o que certamente não ajudava muito)

Extremamente introspectivo e severamente deprimido, costumava pegar o carro dos pais e dirigir sem destino até a gasolina acabar. Uma semana antes de ter sido encontrado no quarto pela mãe (“he was lying across the bed, the first thing I saw was his long, long legs”) uma grande amiga (e paixão platônica) decidiu encerrar a amizade. “Eu não soube lidar com a tristeza. Pedi um tempo e nunca mais o vi novamente.”

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Foi enterrado debaixo de um pé de carvalho e seu epitáfio traz a inscrição “now we rise / and we are everywhere” – trecho de “from the morning,” a última música do seu último álbum. Não deixou nota de suicídio.

If he tells me all he knows
About the way his river flows
I don’t suppose
It’s meant for me.

Oh, how they come and go
Oh, how they come and go.

Figurinhas.

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eu sempre achei que no topo da Lista de Desculpas Esfarrapadas do Manual do Fotógrafo Ruim estava o famoso “as fotos não fazem justiça”. a gente costuma tirar essa da manga quando não conseguiu fazer justiça, mas não quer dar o braço a torcer. acredito que seja possível fazer foto boa em praticamente qualquer canto do planeta – mas reconheço que levar pra um lugar bonito uma câmera meio quebrada devia ser punido com a cassação da carteirinha de blogueira (a de fotógrafa eu nunca tive).

mas se é que existem lugares nesse planeta a que fotos realmente não fazem justiça, então as highlands estão entre eles. tentar trazer para um jpg de 700 pixels toda a glória do ben nevis (o ponto mais alto do reino unido), do sol brilhando feito glitter no mar da ilha de skye e dos intermináveis vales de glen coe poderia até resultar numa foto bonitinha – caso minha câmera não estivesse meio quebrada – mas que não vai fazer o seu queixo cair como a realidade faria.

é uma vibe diferente do countryside inglês, onde tudo parece ter sido feito à mão para encantar os olhos. aqui eles simplesmente cortaram uma estrada ruim no meio da natureza bruta, pura e intocada que se esfrega na sua cara por quilômetros e mais quilômetros de imensidão onde você se sente um inseto. the luckiest bug alive.

esses são alguns registros aleatórios das highlands – da janela do carro, com tempo nublado, sob neve, à noite, com sol demais, com lente travando, com o ISO errado que eu esqueci de ajustar e que mesmo imperfeitos são momentos de surpresa, encantamento, estranhamento, engraçados ou de pura alegria por estar viva que eu quero guardar. essas imagens não são as memórias que fiz, mas ajudam a evocá-las.

enquanto os pneus deslizavam por vales cortados em meio a montanhas de proporções absurdas (para os meus padrões) e o CD player alternava entre músicas escocesas com gaita de fole e a playlist de indies atmosféricas que eu escolhi como trilha sonora da viagem eu deixava a câmera guardada e meus olhos livres. não há lentes melhores que eles anyway.

April 6×6

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aaaaaaand it’s gonna be may! mas antes disso um breve recap de momentos aleatórios do mês que ficou pra trás – meio parado mas florido, açucarado, de vez em quando ensolarado e fechando a tampa com uma roadtrip pra escócia. could’ve been worse, bitches.

1. the highland spring adventure, com respectivo pagando de james bond entre as montanhas de glen coe. #SkyFail
2. a páscoa da fartura, feat. trufas de strawberries & cream da lindt (o ovo ainda está intacto) #TheCarbLifeChoseMe
3. não sei o que são, mas parecem um tipo de bluebells. florescem no mesmo lugar do jardim toda primavera. hello, beauties. #WelcomeBack ♥
4. as flores das cerejeiras já não estão mais entre nós (um minuto de silêncio) mas ficou a memória dessa incrível tarde de sol (!) em london fields, fugindo das abelhas, tirando foto de letreiros, comprando biscoito de polvilho em lojinha brasileira e copiando pose de blogueira féxion. depois passamos no supermercado onde eu comprei um “meal deal” (potinho de salada de macarrão com frango + saco de batatinha + 1 coca zero) e fomos pra casa da amiga fazer piquenique na sala. #LifeGoals
5. falando em comida, segunda visita ao dishoom (dessa vez o de covent garden) e tem mais sobre isso em breve. #SentaClaudia
6. os campos de canola não decepcionaram esse ano. aqui no entanto tivemos um momento de stress: um velho passou numa pickup com o dedo enfiado na buzina e xingando algo ininteligível. fomos dedurados, porque minutos depois apareceu um camaradinha gato num trator perguntando se a gente tinha permissão pra fazer fotos ali – num campo de canola na beira da estrada, fofo? me economiza. no fim das contas o gatin riu, deu de ombros e foi embora. eu devia ter pedido uma foto dele porque mais bonito que a canola. #BenzaDels

6×6 staff: Alê (Ucrânia) | Ana (Alemanha) | Paula (Holanda) | Taís (Irlanda)

Categories 6x6

Castles and tea.

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narcisos, snowdrops, crocus, jacintos, cerejeiras e magnólias já encerraram a floração do ano e estamos em plena temporada de azaléias, rododendros, lilacs, wisterias, tulipas, canolas e bluebells; dedicarei os próximos dias a correr atrás delas. spring really is the gift that keeps on giving. ♥

em scotney castle, no castle inn pub e no tulip tree shop & tearoom, no condado de kent. no salão de chá praticamente TUDO exceto as paredes estava à venda – mesas, cadeiras, abajures, enfeites, luminárias, quadros, almofadas, etc. fica ao lado da lojinha da vila, que leva a fama de ser a working shop mais antiga da inglaterra, datando do século XV.

o afternoon tea é servido em louças vintage descombinandinhas. muito fofo, mas a minha fatia de bolo parecia  ter sido pré-mastigada e vomitada pelo cachorro – fotografei a dele então, que veio parar inteira no prato.

acabamos de voltar de uma semana linda, porém cansativa na escócia; logo em seguida veio um evento cujo vinho me deu uma ressaca monstruosa, dessas que a gente tem na adolescência quando ainda não aprendeu a beber (e só bebe porcaria) mas que eu não esperava ter que reencontrar na idade adulta. estou respirando com a ajuda de aparelhos (aquecedor, coca zero e spotify) porém já fora de perigo.

vou ali desfazer as malas, lavar umas roupas e solas de sapato sujas de barro escocês e tentar manter minha cabeça em cima do pescoço. be right back. :)