Little Lewes

Lewes é mais tranquila e menos badalada que a vizinha (e LGBT-friendly) Brighton, mas é famosa pelos antiquários – ou melhor dizendo, mercados de pulgas. Você pode perder tranquilamente um dia inteiro subindo degraus e explorando os andares de casarões antigos entulhados de tralhas pertencentes a décadas variadas. Me arrependi muito de não ter comprado esses chaveiros maravilhosos com as caricaturas do Charles e da finada Lady Di:

Isso aí embaixo parece um acidente de trânsito mas na verdade é uma torta de frango, estava muito boa e fortificou corpo e espírito para continuar a exploração.

Um dos antiquários tem um pátio externo nos fundos que por acaso é um dos meus lugares preferidos no mundo. O motivo vem de um sonho de infância onde eu entrava numa casa muito antiga, os muros cobertos de hera e musgo, e espalhadas por um jardim de aspecto sombrio estavam dezenas de estátuas como essas. Soa meio assustador, mas eu raramente estive tão feliz na vida do que quando naquele lugar – que só existia na minha imaginação até eu chegar aqui.

My favorite girl. Ela está sempre aqui, sempre emburrada como se quisesse saber quando enfim vou levá-la pra casa.

Muitos tree spirits, trolls e outras deidades da natureza.

Não comprei nada dessa vez e fui afogar as mágoas da melhor maneira possível:

Chá + scones + creme batido + geléia = cream tea. ♥

That was the week that was.

Março foi brutal.
A vida me sacudiu tanto que eu acho que estirei um músculo do pescoço. Mas não vamos culpar apenas esse mês, porque estou levando rasteira há pelo menos dois anos. Embora eu não possa realmente reclamar de nada, eu também não tenho muito a agradecer além da nossa saúde; acho que 2013 foi o meu último ano realmente bom. Mas tenho medo de reclamar em voz alta porque tudo pode piorar e eu posso desejar ter esse ano aqui de volta.

Eu me desculpo pelo sumiço. Não apenas desse site, do qual nunca fui assídua, mas principalmente da inbox e da caixinha de correio dos amigos que não me abandonaram, mas esperaram em vão.

Eu só preciso ficar quietinha, fazendo pouco, falando ainda menos.
Spring is here, summertime is on, the days are getting longer and there’s birdsong in the evenings. Every day is showering me with reasons to be cheerful but I feel trapped inside myself, under a thousand tiny rocks. They’re small and light, some are even beautiful; but together they weigh a ton and I can’t breathe.

Maybe I don’t like spring after all.
It’s easier to hide when it’s dark.

Dói, mas passa. Dói mas a gente cresce, dói mas a gente aprende, dói mas a gente muda. Dói porque fica.

Vou ali aceitar a oferta de uma xícara de chá e uma massagem nos pés.
Bear with me. But I’m back.

homens pelados lendo na cama. so much culture.
fotografias reproduzidas com massa de modelar.
os novos modelos da Barbie.
quando abortos eram ilegais nos EUA.
my LA food diary (pra quem está cansado da modinha “comida saudável”).
carta do Romário para Ivy, 11 anos, sua filha com síndrome de down.
turistando em Londres? aqui as crianças comem de graça.
os melhores brechós de Londres.
– essas lindas cottages na lituânia.
things i’m glad i failed slow at.

That was the week that was

1. Biscoitos poloneses. Têm mais cara de bolo, custam meio caro mas eu não consigo resistir sempre que encontro.
2. Achado de charity shop; eu provavelmente não vou testar as receitas porque o forno dessa casa é uma porcaria e queima tudo antes de assar, mas fica no acervo de wishful thinking para um futuro distante onde eu terei de novo uma casa no campo, uma Aga e vontade de assar bolos.
3. Tentativa falha de fazer uma monstrinha de feltro; a carinha simpática não me deixa jogá-la jogar fora. Vou manter como voodoo doll, porque né, vai que um dia eu encontre uma loira baixinha e cabeçuda que precise aprender uma lição.
4. Vignettes domésticas.
5. Her Meowjesty teve uma semana ótima, comendo melhor e tomando sol no jardim, no carpete do meu quarto e na sua poltrona predileta. Thankful for this mercy.
6. Na mesma deli polonesa de onde vieram os biscoitos encontrei rice crisps – ou como as crianças da minha geração chamavam, “cocô de rato”. Comprei pela nostalgia (foram muitas tardes de 27 de Setembro subindo e descendo ladeiras atrás de doces de Cosme e Damião) mas revisitá-la decepcionou: eles não têm gosto de nada.
7. Luz matinal. Depois de semanas de chuva, céu nublado e baixas temperaturas, what a delight. ♥


O exagero das festas infantis brasileiras (discutam, pfvr).
Baby frida kahlo.
Diadorims anônimos nos 60 anos de grande sertão veredas.
Quando um casal decide ficar junto pra sempre.
Orkestra obsolete toca Blue Monday com instrumentos de 1930.
Madonna every time you break my heart demo 1986.
Egg bread. Quero.
Qual a idade do seu ouvido?
Tênis de cherry blossoms. ♥
Fãs de Star Wars: you gotta see this shit.

Maids of Honour

Quando em Richmond/Kew: indispensável trazer para casa um carregamento das famosas tortinhas Maids of Honour – Henrique XVIII teria roubado uma delas da mesa das damas de honra da rainha e virado fã. O salão de chá que leva o mesmo nome fica em Kew Road e desde o século 18 se especializa em servir as empadinhas com recheio de queijo coalho doce.

Mas também pode ser uma idéia ficar para o chá – caso você consiga uma mesa, porque o lugar vive lotado.

Todo afternoon tea que se preza começa com mini sanduíches (os clássicos: rosbife, salmão, pepino, queijo, ovos):

Seguido de mini scones + creme fresco + geléia:

E finalizado com um doce à sua escolha, e eu fiquei com o mini bolo de baunilha (note o tamanho “mini” das coisas, que é pra você conseguir se levantar da mesa depois):

A clássica louça azul é Spode e um charme à parte.

E a “sobremesa” tem que ser uma Maid of Honour tart – que quase ficou sem o registro porque quando lembrei de fotografar metade já tinha passado do point of no return:

Very delicious, though. E eu trouxe mais duas pra merenda noturna. :)

Carrinho retrô que quando não está fazendo entregas locais fica estacionado na porta (e que você viu no post passado):

O salão Newens – The Original Maids of Honour Tarts fica em frente aos jardins de Kew, que também são programa imperdível para quem gosta de plantas e tem um dia inteiro para explorar a maior coleção de plantas vivas do mundo.

[6×6] Transports

6×6 na correria porque a vida continua estressante por aqui. Ficou difícil esse mês sair para fazer fotos bacanas (uma pena, porque o tema é ótimo e a cara de Londres), uma vez que as atividades principais têm sido cuidar de gatinha dodói e ciceronear minha mãe pelos brechós e lojas de plantas do meu bairro – as duas únicas atividades que parecem deixá-la feliz. Março está sendo difícil, mas está acabando, um dia de cada vez. KEEP CALM AND CARRY ON.

1. Morris 8 que fica em frente ao café Maids of Honour em Kew.
2. Magrelinha cheia de charme (tenho uma certa paúra de ciclistas, mas adoro bikes).
3. Van retrô de entregas da Mount Street Deli, em Mayfair.
4. Brasília Amarela, ooops, Lotus Elan +2 dando pinta em algum ponto de Swiss Cottage.
5. Double whammy: Routemaster vermelhinho clássico + foto bônus do “leaper” (assim chamado porque o bichano foi pego no pulo) de um Jaguar Mark II, ambos numa exposição automobilística em Alexandra Palace (o ônibus servia para transportar os visitantes ladeira acima).
6. Foto tosca porque o Snapchat comeu a resolução com angu, mas num post temático sobre transportes em Londres eu não poderia deixar de incluir as Boris Bikes – assim apelidadas em homenagem ao prefeito (Boris Johnson) que popularizou as bicicletinhas de aluguel mais amadas pelos turistas e hipsters da cidade.

Transporte-se por aí: Taís (Irlanda) – Ana (Alemanha) – Alê (Ucrânia) – Paula (Holanda)

 

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