Valley of Health + Three Things

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Eu fiz essas fotos há uns 2 anos, quando descobri esse lugar onde uma criatura muito sortuda das minhas relações tem o privilégio de habitar. Mas quando baixei as imagens vi que estava tudo desfocado – provavelmente consequência do sensor imundo da minha câmera. Mas sei lá, essa semana senti um afeto nostálgico por esse pedacinho de interior escondido numa quebrada no norte de Londres e aí lembrei que essas fotos ainda estavam por aqui. Tá borrado, mas é de ♥

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Essas plaquinhas azuis indicando que pessoas célebres ocuparam aquele endereço estão por toda a parte.

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3 coisas que mal posso esperar
– minha próxima viagem (seja pra onde for)
– outubro, outono, “sweater weather” e poder voltar a usar botas quentinhas
– a renovação do meu banheiro: pisos, pia e armário novos

3 coisas que me dão medo
– insetos (especialmente os voadores ou rápidos)
– escadas espiral em ambientes fechados
– a vinheta de encerramento da Porta da Esperança (sim, até hoje)

3 coisas que me dão preguiça
– vlogs e podcasts
– gente super extrovertida
– passar roupa (por isso nunca passo)

3 coisas de que eu gosto
– meias felpudas da Primark
– barulho de chuva
– passar chá de folhas pelo coador

3 cheiros que eu gosto
– cloro/água sanitária
– loção hidratante Johnson’s Baby
– cimento fresco

3 cheiros que eu não gosto
– perfumes marc jacobs
– peixe
– cigarro (de maconha, inclusive)

3 comidas GIMME MORE
– biscoitos (desde que não levem chocolate/gengibre/nozes)
– bacon (o corte britânico)
– panetone com passas (fuck chocotone)

3 comidas “prefiro a fome”
– quiabo
– beterraba
– chocolate amargo

3 redes sociais favoritas
– instagram
– twitter
– pinterest

3 redes sociais desgracentas
– facebook
– linkedin
– google +

3 bebidas preferidas
– coca zero
– cidras (menos a tradicional de maçã, porque boring)
– vinho

3 bebidas que nope
– chá verde (e derivados)
– água de coco
– red bull

coisas que eu quero fazer
– me livrar dos carpetes no andar de cima
– ir a Tóquio novamente
– assistir meus dvds novos

3 coisas que eu deveria fazer
– pintar as paredes do estúdio
– plantar as roseiras antes que a temperatura esfrie
– terminar de editar as fotos que estão na fila

coisas que eu sei fazer
– versões de improviso para músicas
– bordar ponto de cruz
– entediar todo mundo

3 coisas que eu não sei fazer
– cozinhar
– deixar o avesso do meu bordado organizado
– olho esfumado (mas estou melhorando)

3 coisas que estão na minha cabeça
– a to-do list da faxina semana
– pôr os macarons na geladeira para não estragarem
– a necessidade chata de renovar o passaporte brasileiro

3 coisas que eu falo bastante
– caralho
– fuck me sideways
– good grief

3 assuntos de que eu falo bastante
– música
– comida
– natureza humana

3 coisas que eu quero
– Perfume Vol de Nuit da Guerlain
– três fotínias para plantar no jardim
Funko Pops Bob’s Burgers

3 coisas que me acalmam
– desenhar
– assistir filmes
– dormir

3 coisas que me estressam
– Drama/carência
– Pessoas que falam aos berros
– Sites que travam o meu computador

3 coisas que eu vou fazer essa semana
– plantar as suculentas que comprei em borough market
– jantar no duck & waffle
– tomar café com a S.

3 coisas que eu fiz na semana passada
– comi donuts quentinhos sentada no south bank olhando o sol se pôr sobre o tâmisa
– degustação de macarons na pierre hermé
– tomei meu primeiro pumpkin spiced latte do starbucks (e o xarope estava todo no fundo do copo)

East end boys, West end girls

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Camden market é um lugar esquisito.
Visualmente interessante, SE você não prestar muita atenção nas porcarias para turista – embora muita gente alegue que o lugar inteiro vem se transformando, nos últimos tempos, em “porcaria pra turista”. E eu penso nas diversas “fases” pelas quais o mercado passou nessa década em que nos conhecemos (incluindo uma breve, porém maciça, invasão de lojinhas asiáticas vendendo tralha Made in China) e penso que há muitos anos não sou importunada por algum rapaz de dreadlocks rastafari me oferecendo erva. É, as mudanças são fato. Estive lá semana passada para fazer uma pesquisa e também porque queria comer churros – a versão brasileira, gordinha e recheada de doce de leite, não os espanhóis fininhos pra mergulhar em chocolate. Era fim de semana e o lugar estava lotado, mas foi um sacrifício válido. Só os 2.50 cobrados e o fato de que hoje em dia Camden é um lugar que vende churros me deixaram surpresa.

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[6×6] Food

O post devia ter entrado ontem, mas uma das fotos só pôde se materializar hoje de manhã e então phew! eis o 6×6 desse mês, tema COMIDA ♥ Até pensei em incluir os fish and chips e full breakfasts, mas como já temos uma irlandesa e uma australiana honorárias no grupo eu resolvi honrar meu recém-adquirido sweet tooth (coisas que uma dieta lowcarb faz por você!) e fazer um top 6 cakes and desserts.

Mesmo sendo Cake Lover eu tenho minhas preferências. Entre elas não consta bolo com legumes ou chocolate. Frutas são apreciadas, nozes nem tanto. Massas do estilo “mil folhas” me interessam menos, e as crostinhas finas cobertas com muito creme típicas da patisserie francesa idem. Cupcakes são visualmente bonitos, mas é pouco bolo para muita cobertura.

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Eu tenho que admitir que Carrot Cake não está na minha lista de favoritos por motivos de *cenoura no bolo*, mas quis incluí-lo no post por ser um hit no Reino Unido e pela história. De origem medieval, o bolo se popularizou na Inglaterra no período do pós-guerra, onde o racionamento de farinha fez com que as donas de casa se tornassem mais criativas e usassem legumes (que não eram racionados e podiam inclusive ser cultivados no quintal) para substituir. Aqui a cobertura costuma ser de cream cheese ou buttercream, com opção de nozes salpicadas (que podem entrar na massa, mas não é obrigatório). A cobertura de chocolate é uma invenção, se não me engano, tipicamente brasileira. A massa também é diferente: mais escura, menos gosto de cenoura e geralmente é um bolinho denso, com farelos grossos e textura macia.

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Não existe “Afternoon tea” que se preze sem a presença de Scones quentinhos, cortados ao meio e cobertos com geléia de morango e “clotted cream” – um tipo de creme de leite consistente e cremoso. Os da foto têm passas, mas não é obrigatório. Costumam fazer parte do “afternoon tea” tradicional (que inclui também sanduichinhos e bolo) ou em carreira solo no não menos tradicional “cream tea” (dois scones + creme e geléia + chá). Existe toda uma controvérsia sobre o que deve vir primeiro: creme ou geléia? Meu pitaco: se o scone estiver quentinho a geléia vai primeiro – do contrário o clotted derrete logo. Fora isso meu time é o “creme primeiro, geléia por cima”.

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Esse cubinho colorido se chama Battenberg cake, e apesar da vibe alemã do nome ele é 100% britânico. Reza a lenda que foi criado em comemoração pelo casamento de uma das netas da Rainha Victoria com o príncipe germânico Louis of Battenberg. O nome da família foi alterado para “Mountbatten” durante a guerra porque ninguém queria estar associado a nada de origem alemã; até o Rei teve que mudar de sobrenome, mas o nome do bolo foi preservado. Respect the cake heritage! :) Enfim, o Battenberg não é tão complicado quanto parece. Basta assar dois bolinhos, um de massa branca e outro rosa, cortar e juntar alternando as cores dando esse efeito quadriculado (usando geléia de damasco para colar as partes) e envolver com uma camada de marzipan. Ou então comprar no supermercado, rs.

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Um dos meus preferidos, Victoria Sponge é um dos bolos mais tradicionais e presença obrigatória nas vitrines de salões de chá, seja na cidade ou no interior. Batizado em homenagem à Rainha Victoria (que aparentemente curtia um bolinho com o seu cup of tea – quem nunca, Vicky?), consiste em um bolo branco básico, recheado de geléia de frutas (geralmente framboesa ou morango) e creme fresco batido ou buttercream. Muitas vezes o creme é omitido, e quando isso acontece eu sinto vontade de chorar e abrir um processo contra o estabelecimento por crime contra o patrimônio cultural. Não deve ter cobertura (ou seja, é um “naked cake” muito antes da invenção desse termo besta) a não ser por um leve polvilhado de açúcar de confeiteiro.

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French fancies são pequenos petit fours de inspiração francesa criados pela empresa britânica Mr. Kipling e notoriamente difíceis de fazer – vide o fracasso que foi a tentativa de reproduzi-los no Great British Bake Off… São quadradinhos de bolo branco menores que um cupcake; normalmente não há recheio, mas no topo é colocada uma bolinha de buttercream e então tudo é então coberto com fondant – rosa (morango), amarelo (limão) e marrom (chocolate) – e por fim decorados com fios de fondant em cores contrastantes. São bastante populares nas prateleiras dos supermercados e consumidos por senhorinhas britânicas buscando um acompanhamento doce para a hora do chá + programas da tarde. 30% de açúcar e muito amor na sua corrente sanguínea. ♥

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E para concluir a hiperglicemia, Sticky Toffee Pudding. ♥ Apesar da cor não tem chocolate algum aí; trata-se de um bolo úmido e fofinho, assado em banho-maria, com tâmaras raladas, molho de caramelo e geralmente servido (como o da foto) com creme de leite batido e/ou sorvete de baunilha. Apesar do nome a textura não é grudenta; o bolo é servido quente em contraste com o sorvete gelado que derrete incorporando o sabor à massa. O creme batido serve para compensar o sabor doce das tâmaras. É um mix de sabores, temperaturas e texturas, um dos meus “puddings” preferidos e bastante comum em menus de sobremesa de pubs. Esse aí foi consumido ontem mesmo no Castle Inn, um pub de 600 anos de idade na vila de Chiddingstone, junto com uma trifle gigantesca (bolo ensopado com licor, coberto de creme inglês, frutas e creme de leite batido e que ia entrar no post também por ser super british mas eu já tinha cumprido a meta)

Hmm, algo me diz que vou ter que fazer um follow-up. :D

Outras delícias: Taís (Irlanda) – Paula (Holanda) – Alê (Ucrânia) – Loma (Coreia do Sul) – Paula (Austrália)

Aleatórias de sexta

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Nos anos 90 no Brasil se você fosse homem e não curtisse bermudão, tênis com meia e bonê então você era gay. Isso não faz o menor sentido. Lembro quando meu melhor amigo apareceu com uma camisa de listras finas cor de rosa e foi recebido com bullying corretivo pra ir “colocar blusa de homem”.

Isso me deixava confusa porque os gays que eu conhecia não usavam “uniforme de gay”; na verdade eram os rapazes hétero que aderiam a um código de vestimenta extremamente rígido, como se tivessem medo de passar a mensagem errada. Sempre achei que viver assim, com pavor eterno de que alguém questionasse a sua sexualidade com base em coisas tão aleatórias quanto a cor da sua camiseta era estressante demais.

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Boa parte das minhas roupas era costurada pela minha mãe; o resto vinha de liquidações de lojas de departamento ou bazares de igreja e às vezes customizadas por mim. Eu gostava da idéia de ter uma peça que era só minha, de ver o meu dedo no design do que eu vestia. Só que isso ia totalmente na contramão do conceito de moda das outras mocinhas suburbanas como eu: usar o que todo mundo estava usando. Nunca entendi qual era a graça.

Não que esse tipo de coisa inexista por aqui, mas pelo menos as tribos são mais variadas. E mesmo que alguém desaprove ou ache graça do que você veste quase ninguém ousa comentar ou olhar feio caso você decida se expressar de maneira diferente. 2015 e em pleno Rio de Janeiro as pessoas ainda acham graça nas minhas meias, nos meus sapatos, chapéus e bolsas – e fazem questão de me informar disso. Sim, até estranhos. Principalmente eles.

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Por que estou dizendo tudo isso? Ontem na rua eu vi uma senhorinha de meia calça vermelha, sapatinhos de fivela amarelos, um vestido azul escuro esvoaçante e cabelos rosa pastel presos num coque. Eu tentei seguir e fazer uma foto para guardar na memória aquela inspiração mas a tarde já ia longe, as pessoas se embolavam umas nas outras entrando em seus respectivos metrôs e acabei perdendo de vista aquele farol colorido iluminando a minha hora do rush.

Antes disso um menininho no colo da mãe apontou para a velhinha em technicolor: “MOMMY, HER HAIR! IT’S LOVELY!” Ela virou-se, deu uma risada e um aceno antes de desaparecer por trás de uma nuvem de ternos azul marinho e blazers feitos sob medida em Saville Road. A sola de borracha das maryjanes, ao contrário dos saltos agulha, não martelavam “plic, plec, plic, plec”. Ela seguiu seu caminho sem fazer ruído, como se flutuasse. She was lovely indeed. ♥

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E agora senta (ou foge) que lá vem aquela modalidade de mimimi cheirando a creme anti-espinhas que eu devia ter deixado lá na quinta série, porque facepalm, cê já deveria ter matado esse chefe e passado dessa fase, Lolla. Mas enfim. Eu geralmente não ligo pra ser importante na vida dos outros; meus melhores amigos ficam semanas/meses sem fazer contato, e quando nos encontramos continuamos melhores amigos. Mas o abraço especial de hoje vai pra quem te aluga quando precisa de apoio moral pra encarar uma situação/evento difícil ou tedioso, mas logo que chegam os Amiguinhos Coolcê tá dispensado. Note que os Amiguinhos Cool nunca estão disponíveis para ajudar naquelas situações tediosas porque, sendo cool, eles obviamente têm coisa melhor para fazer com o tempo. Não. Para isso serve você, o Panaca Útil.

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Tá tudo bagunçado de novo porque, como alguns de vocês já viram em outras redes sociais, tô mudando tudo de novo. E não será a última vez, porque meus ataques de “quero mudar tudo) são cíclicos. Perdi a vista do jardim, mas ganhei em luz. E em espaço, porque joguei fora muita coisa que vinha guardando por preguiça de me decidir se valia a pena manter ou não. Terminei de arrumar tudo na quarta e desde então tenho estado feliz com a nova configuração das coisas, pela daybed embaixo da janela e pela luz que entra por ela de manhã nesse finzinho de verão de dias já consideravelmente mais curtos.

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Esse ano eu estava meio chué por conta da mudança das estações, mas já passou. Tudo o que eu precisava era de um novo ninho quentinho (done), meias novas (check!), pijamas novos (em breve) e a proximidade das coisas e pessoas que fazem tudo parecer melhor. E em breve a minha estação preferida, mas enquanto ela não chega… let’s put the kettle on.

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