Um ano do nosso projeto de “fotógrafas expatriadas” do 6×6, e é exatamente essa edição que eu consigo atrasar. Mês passado foi punk e no último sábado antes do projeto eu esqueci completamente de organizar alguma coisa. A idéia era fazer um piquenique com comidas típicas do lado de cá, mas o clima não colaborou no domingo. Sobrou arrumar alguma coisa às pressas com o que eu já tinha em casa (mais alguns extras) quando o sol enfim apareceu no fim de semana passado. ♥ Colocamos a nossa picnic basket no carro e fomos para Wimpole, uma manor home em Cambridgeshire.
Party time! Ok, o espumante é italiano, mas eu juro que depois teve chá. :)
Não existe picnic sem sanduíche – que é invenção inglesa (agradeçam a John Montagu, Conde de Sandwich) e considerada “a maior contribuição da Inglaterra para a culinária”. Hm, meio maldoso isso aí, mas ainda que seja verdade é uma contribuição e tanto; ninguém mais considera a hipótese de viver sem. Os nossos eram de bacon com frango e o tradicionalíssimo “ovo + maionese”. Mais tradicional ainda seria o de pepino, mas né, ninguém merece.
A coisa redonda ali ao lado do sanduíche e que parece uma empadinha é uma pork pie (yup, mais ou menos uma empada).
O recheio é de carne de porco curada, moída ou picadinha, com temperos. Não está entre os meus lanchinhos preferidos por conta da “geléia” de tecido conjuntivo que costuma acompanhar o recheio (quem já comeu mocotó aí no Brasil sabe o que é) , mas essa aí não tinha – não que seja ruim, o problema pra mim é a textura. As tortas de porco mais tradicionais aqui vêm de Melton Mowbray, uma cidadezinha no condado de Leicestershire.
Outra coisa que vem de Melton Mowbray é o queijo Stilton:
Eu não tenho palavras pra descrever o quanto essa coisinha fedida é DELICIOSA. ♥
Aqui o Stilton servido com cream crackers Jacob’s em homenagem a William Jacob, o irlandês que produziu o biscoito depois de ele ter sido inventado por Joseph Haughton em sua casa em Dublin – mas aí já é assunto para a nossa irlandesa de plantão. :)
Finalizamos com Eccles Cakes, esses bolinhos de massa folhada com recheio de groselhas – especialidade da cidade de Eccles, em Manchester.
Mas não existe piquenique sem chá e bolo; nos dirigimos para o café, onde a infusão da tarde veio acompanhada desse bolo de café e nozes.
Ok, eu sei que tem mais de seis fotos aí, mas que puedo hacer? Eu tinha que mostrar as gororobas. ¯\_(ツ)_/¯
As meninas listaram algumas curiosidades sobre festas de aniversário em seus respectivos países adotivos, mas eu não consegui pensar em nada muito diferente que exista aqui na Inglaterra (bolo, bebida, happy birthday e presentes: check!) exceto, talvez, a cara de espanto que os ingleses de classe média costumam fazer quando explicamos para eles como são as festas de criança no Brasil.
Uma vez eu estava lendo a LEROS (revista de notícias culturais e classificados para expatriados brasileiros em Londres) e uma moça inglesa ficou fascinada com os anúncios de animação, salgadinhos vendidos por cento, bolo iluminado/musical, festas temáticas, etc. Não que essas coisas inexistam aqui, mas são bem raras e, dependendo das proporções, consideradas de mau gosto. Aniversário infantil costuma ser mais sossegado; a festinha de um ano, se existir, é só um bolinho para a família imediata, já que nessa idade o bebê ainda não tem amiguinhos e nem vai lembrar de nada. Mais tarde colegas da escola e filhos de amigos dos pais passam a ser convidados, mas os festejos são bem mais simples e 100% voltados para os pequenos – ou seja, nada de cerveja. :(
E uma retrospectiva dos temas que rolaram nesse ano: Welcome, Summer, Parks, Architecture, Autumn, Neighbourhood, Christmas, Winter, Home, Cemeteries, Street Art e Spring.
Um abraço em todas as meninas que participam desse projeto; as que estão desde o começo, as que chegaram há pouco, as que já seguiram adiante e as que ainda vão chegar. Here’s to another year of sharing the world we see through our lenses. HIP HIP HOORAY! \o/
Outras celebrações: Taís (Irlanda) – Sarah (Noruega) – Alê (Ucrânia) – Paula (Holanda)