Esse jardim não é exatamente um “jardim”. Aposto que é a piada da vizinhança, e sempre que eu pego alguém tentando espiá-lo através de um buraco na cerca me divido entre sentir vergonha da minha grama alta e bancos quebrados e a tentação de enfiar meu dedo no buraco.
Aqui temos uns arbustos grandes e sem graça plantados junto à cerca de um lado (alguns dão flor, mas nada espetacular), e do outro não havia praticamente nada até que ano passado eu comecei a me arriscar – uma hortênsia aqui, outra ali, uma rosinha acolá. Nada muito planejado. Nada que tenha dado muito certo. A gente admite a preguiça e faz tudo errado; não prepara o solo direito (e o solo aqui é bastante pobre) e como jardineiros somos excelentes assistidores de TV e leitores de jornal. :)
Ainda tem o enorme carvalho que, apesar de muito querido, faz sombra e suas imensas raízes consomem toda a umidade da terra. É um cantinho difícil, mas se eu me dedicasse talvez conseguisse melhores resultados. Porém se dedicar a um jardim é algo que requer muitas horas diárias de trabalho, mais ainda durante a primavera e verão e não sei se quero passar minhas tardes e fins de semana podando plantas e removendo ervas daninhas.
Então faço o que posso: uso apenas plantas baratas, que não vão me fazer chorar muito se não vingarem. Escolho as mais resistentes, que toleram algum nível de abuso e negligência. Escolho pela cor das folhas e não pelas flores – plantas cujo atrativo são as flores costumam ser mais chatinhas e decepcionam caso não floresçam. E aceito as eventuais derrotas como preço a pagar pelo meu descaso consciente.
Mas quando alguma coisa funciona, e funciona bem (especialmente nessa época do ano depois de quatro meses de tédio invernal), é o bastante para me deixar feliz. Tão bom acordar cedo e caminhar pelo jardim, xícara de café na mão, checando quem está desabrochando, quem está colocando as folhinhas de fora pra pegar um solzinho, quem está precisando de uma regada, quem está precisando de mais ou menos luz, quem precisa de adubo e quem está apenas linda, linda, linda e contribuindo com a sinfonia de cores da primavera.
Estou encantada com a cor das folhas das fotínias. Parece que é o outono no começo da primavera. Essas folhas vão virar um verde-boring em breve, mas até lá – wow. ♥
Essas flores parecem sininhos. ♥
Heucheras ♥ Tem em várias cores: vermelhas, púrpura, terracota, amarelas, multicores…
Essas pequenas se chamam “guirlanda de noiva”.
a cerejeira que plantei ano passado não morreu, yay.
(tem bagunça também, ok?)
O inverno não foi muito legal com os gerânios. Não sei o que houve, mas alguns morreram e os sobreviventes estão meio borocoxô. Mas continuam na luta.
Ninguém gosta dos dentes-de-leão, but I do.
Margaridas africanas.
Aquillegias que já estavam plantadas aqui quando nos mudamos.
Esse post é um singelo agradecimento às minhas plantas por não se ressentirem (muito) dos maus tratos e florescerem apesar da minha falta de talento e de empenho. Em dias de mau humor elas me dão um motivo extra pra sair da cama e ser feliz. ♥
Bye for now. ZzzzZZzzzzZZ