Happy Days

Saímos da Bélgica domingo de manhã; fizemos Bruxelas-Hanover em pouco mais de cinco horas, incluindo paradas breves para cafés.

O apartamento (não é nenhum dos que estão na foto, embora fiquem na mesma rua) é claro e bastante espaçoso, a vizinhança é silenciosa e tranquila, o Wi-Fi funciona e é ótimo, tem vários restaurantes e cafés por perto e dá pra ir andando até o centro.

Tem uma pequena varanda nos fundos com vista verde para o térreo. O dono da casa deixou um vidro com passas para pôr na mureta para os pássaros da vizinhança e eles praticamente comeram da nossa mão.

Comprei macarons em Bruxelas e esse Ritter Sport de chocolate branco com cereais crocantes na estrada.

Primeiro jantar da Alemanha no obrigatório Broyhanhaus; BEHOLD THAT PIG.

O molho é de cerveja, tem bacon no chucrute e tem bacon nas batatas coradas. Acho que você pode definir o espírito da culinária germânica da seguinte maneira: “hmmm, COMO podemos incluir bacon nessa receita?”

Outra parada necessária: o expresso do Extrablatt. Servido com o MELHOR biscoito do universo. Sou capaz de pedir dez expressos só pra continuar ganhando cookies.

Breakfast: os melhores sandubas, feitos na hora, com um molhinho top e bem mais baratos que as decepções de pão-de-fôrma amassadas dentro de caixas de papelão que a gente come na Inglaterra. :(

Hey, Ernst August, I’m back. :)

Hanover continua linda. Ruas limpas, pessoas educadas, frio cortante mas seco (nada daquele “ar molhado” londrino), céus azuis, lojas bacanas, bons restaurantes e cafés, sorveterias (esse povo ama sorvete, até no inverno) e as calçadas sem meio fio para não dificultar a vida dos cadeirantes ou ciclistas.

(Esses fios cortando os céus têm  ver com os bondes)

Chocolate paradise (para quem curte) na Galeria Kaufhof.

O povo aqui é muito fã da Páscoa. Tudo em tons pastéis, amarelo e verde para marcar a chegada da primavera (o verde voltando às copas nuas das árvores + a primeira fase da nova estação traz muitas flores amarelinhas, como forsítias e narcisos), muito pintinho, patinho, ovelhinha e coelhinho.

Eu adoro olhar as prateleiras da Butlers:

Sabonete líquido a 55 centavos. Gotta love this place. ♥

Vamos ficar aqui por uma semana. Estou arrumando roupas nas gavetas vazias para facilitar a vida, já pus a senha do wi-fi em todos os telefones, tablets e laptops, e logo mais vou ao supermercado atrás de umas opções “saudáveis” para comer porque tá RUDE a chutação de balde – comi seis waffles tão rápido que não tive nem tempo de fazer foto. #AjudaLuciano

Vantagens de ficar num hotel? Alguns são mais baratos que os apartamentos do AirBnb. Ano passado ficamos num hotel no centro que tinha um café da manhã bem aceitável incluído no preço e a diária custava dez euros a menos que esse apê. Todos os dias a cama é feita, o lençol é trocado e o banheiro tá novinho em folha. E muitas vezes a localização deles é mais central.

Vantagem do AirBnb: se você está viajando com mais pessoas compensa dividir um apê maior; sai mais barato pra todo mundo. Fatalmente existirá uma cozinha, e cozinhando em casa os custos de comer fora diminuem; o wi-fi tende a ser melhor do que os dos hotéis (que muitas vezes só funciona bem no lobby e às vezes é cobrado à parte – o que eu acho um absurdo) e não precisa lidar com staff caso decida não sair do quarto naquele dia. Geralmente você paga uma “taxa de limpeza” para que o proprietário contrate a faxina depois que você sair; já num hotel essa preocupação é menor.

Mas num hotel eu ia me deparar com essa maravilhosa luminária clássica da Ikea? Hahaha . ♥

Settling…

Isn’t it rich? Isn’t it queer?

A garota que achava super sussa pegar três ônibus pra chegar na faculdade e não via nada de mais em sair da balada de madrugada e ir esperar condução pra casa na Central do Brasil hoje em dia faz muxoxo e reclama porque o trem direto pro centro demora dez minutos pra chegar.

A velhice, meus amigos, lhes transforma em bananas.
Corram seus riscos agora.

Fazendo as malas para uma pequena “road trip” pelo continente. A trabalho, mas com alguns dias off.
Consegui alugar meu primeiro apartamento no AirBnB. A principal motivação era ter cozinha e poder preparar refeições (leia-se: esquentar sopas enlatadas no microondas). O apartamento tem uma varandinha linda e boa localização; espero que a gente goste de lá.

Canecas de ovelha da páscoa, cheias de marshmallow. É assim tão errado eu querer uma? E querer pelo menos três daqueles plushies? Mesmo que eu não tenha espaço e nem goste muito de expôr bichos de pelúcia?

A mulher que “tem pavor de gatos” mas que havia sido alocada para cuidar da minha enquanto eu estiver fora resolveu que não tem condições psicológicas. Eu super entendo fobias, e espero que respectivo não tenha essa magnífica ideia de novo no futuro. Mas cancelar o trato nas vésperas da viagem? Não foi legal.

BUT. Não vou negar o alívio.

A cat sitter já veio pegar as chaves. Virá diariamente.
Good.

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O cocô terrorista.
Pinturas em miniatura. ♥
Necessito fazer esse bolo.
E esse aqui, também.
Esse aqui eu não tive a menor vontade de comer, mas ah, essas fotos…
Por que eu nunca terei uma casa organizada.

Keep the faith.

Ando numa fase de desânimo mental e emocional, daquelas que nem terapia consumista cura. O que é bom, porque a gente nunca deveria tentar curar tristeza com o cartão de crédito; para isso há remédios gratuitos, como um passeio no parque na primeira manhã de sol depois de uma semana de chuva e ventania, descobrir uma banda nova e passar um dia inteiro com o álbum no repeat, afofar bichos de estimação, fazer cortinas novas e várias canecas de chá e tigelas de sopa quentinhas. I’ve done the lot and I’m happy to inform that I feel much better now. :)

Mas como deixar o cartão de crédito na bolsa depois de meia hora na Tiger?

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Eu estava querendo essa mini leiteira/molheira de asas e o mini ramekin de coração faz tempo. Não curto comprar nada por impulso, mesmo coisas baratas, e ia deixando pra depois. Dessa vez resolvi levar pra casa porque o estoque da Tiger muda com frequência e tive medo que eles sumissem das prateleiras.

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A coroa é um porta anéis, e embora eu tenha gaveteiros de acrílico (da MUJI) para guardar bijouterias, os que eu mais uso acabavam ficando do lado de fora pra agilizar. Bem, agora eles ficam aqui:

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A ilustração veio de Bellagio, uma vila turística em Lake Como, na Itália (o que me lembra que eu não terminei de postar as fotos daquela viagem aqui). Estou à espera de encontrar a moldura perfeita pra ele.

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O inverno não foi bacana com as plantas esse ano – não entendi o porquê; não é como se tivesse feito tanto frio assim – e vários gerânios (e algumas suculentas mais frágeis) morreram. Fiquei chateada e demotivada, mas tomorrow is a new day, e em 11 dias será outra primavera. ♥

6 x 6 Cemeteries

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Eu já tinha feito um post sobre o City of London Cemetery antes. Na verdade já fiz outros, sobre vários cemitérios pelo mundo porque aprecio visitá-los e admirar seus exemplos de arte tumular (a gotiquinha em mim diz OI). Por isso não vou me alongar em descrições repetidas; até porque não abandonei os planos de visitar todos os Magnificent Seven (os sete maiores cemitérios de Londres, dos quais eu só conheço dois: Highgate e Brompton). Vou aproveitar o espaço nesse 6 on 6 para reproduzir/desenvolver uma resposta minha a um comentário sobre o assunto.

Cemitérios são a representação tangível da nossa mortalidade. E ninguém gosta de pensar muito nisso, de contemplar a idéia de que terminaremos um dia. Mas fato é que terminaremos e eu não consigo me demorar muito pensando em coisas tristes. Alguns túmulos contam sobre histórias de amor (pessoas que foram casadas por décadas e estão ali juntas), de coragem e sacrifício (todos os mortos de guerra), de carinho (lápides com trechos de música, representações de objetos favoritos, gente que se foi há meio século e ainda continua recebendo flores e tendo o túmulo regularmente limpo). Ou seja, pode ser um conforto se dar conta de que de certa forma continuamos a existir na vida das pessoas para quem fomos importantes.

É comum ouvir que eles têm um “clima pesado”, o que diz muito sobre a nossa relação com a morte. Vejo isso de maneira mais evidenciada no Brasil. No México o dia dos Mortos é uma festa de calaveras coloridas; aqui funerais são celebrações com música, comida e cerveja para brindar o morto. No Brasil o dia 02 de Novembro é um dia tão triste e sombrio que até o clima espelha a vibração: quase sempre amanhece nublado e chuvoso.

Aqui cemitérios são espaços verdes e visualmente agradáveis (muitos turísticos, como o de Highgate, que inclusive cobra ingresso e tem visitas guiadas) floridos, arborizados, com largas avenidas por onde pedestres e carros circulam. Banquinhos de jardim são doados por famílias de pessoas sepultadas ali e os visitantes podem sentar nesses memoriais e apreciar o silêncio e a tranquilidade. Passei várias manhãs ensolaradas de domingo sentada com meu lanche no pequeno (e lindíssimo) cemitério da nossa village em Jersey, observando os fiéis saindo da igreja e o movimento das pessoas entrando na loja de conveniência e no pub.

Nunca me senti triste ali, muito pelo contrário. E não gostaria de estar sepultada num lugar onde os vivos se sentissem mal. Preferiria que as pessoas viessem admirar e fotografar o túmulo, que se sentassem nele para olhar o céu, ler a minha lápide e imaginar como teria sido a minha vida. Me pergunto se a senhorinha falecida em 1896 imaginou que um dia eu estaria sentada no seu túmulo tomando uma coca cola, lendo o seu sobrenome e sabendo que ela foi “uma esposa, mãe e avó muito amada”. Cada uma dessas histórias simboliza o ciclo infinito de renovação do universo, de coisas e pessoas que se vão para que novas coisas e pessoas venham.

Esses lugares deveriam ser sempre bonitos, limpos, inspiradores e bem cuidados, cheios de verde, natureza, crianças correndo e gente fazendo piquenique. Morrer é parte integral de viver; e como nada desaparece de verdade, apenas se transforma, que a gente possa então coexistir.

Outras paradas finais: TaísPaulaRitaSarahAlessandra

Things I’ve been eating.

Uma das minhas revistas preferidas posta no twitter uma “promoção” de 3 exemplares antigos por 10 e eu já fico no aguardo de que eles anunciem falência. Uma pena. Um revista tão bonita, de fotos analógicas e short stories. Mas isso não vende. O que vende: look do dia e guia de produtos de maquiagem. A alma a gente alimenta de likes no facebook.

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Iogurte grego + mirtillos + framboesas + café preto.

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Pão integral + queijo cottage + geléia de framboesa sem adição de açúcar + café preto.

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Bolinho low carb: farinha de amêndoas, côco ralado e farelo de trigo fino ao invés de farinha.

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Chá com bolo em Blackmore.

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Victoria sponge maravilhosa + sanduíche (salmão + pepino + cream cheese).

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Fartura (Café do museu Kenwood House, em Hampstead)

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Bundinhas. ♥

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Comprei o bolo no café, sentei na antiga cozinha da casa (Kenwood foi uma manor house e existe desde 1700), cercada de fogões e fornos gigantescos e me perguntei quantos jantares para a nobreza foram preparados ali ao longo dos séculos.

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Simetria. ♥

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Chá + torta Bakewell no Geffrye Museum.

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Chicken Katsu (curry japonês + frango empanado) na Japanese Canteen de Bethnal Green.

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Regado a cerveja Asahi. Because I’m worth it. :)

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Muffin de framboesas + chá no Benugo do Victoria & Albert Museum of Childhood. ♥

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Trouxe de Tóquio esse chiclete sabor OVO. Não é ruim e na verdade tem gosto é de pudim, rs – só que perde o sabor rápido e por fim enjoa. Mas assim como muitos doces japoneses, a fofura da embalagem vale a compra.

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Entrada no Wagamama: lulas fritas com chilli sauce. Eu quero comer isso pra sempre. ♥

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Mais chicken katsu. :)

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Sorry!

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Hora do recreio em casa: café preto (viciada de novo) + biscoitinhos saudáveis.

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Foto não bonita, mas Mun-rá abençoe esse red chicken curry tailandês. ♥

Afternoon tea @ Blackmore Café.

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The art of pouring/straining/milking your tea:

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Primeiro andar: sanduíches de salmão, atum e ovos mexidos; segundo andar, scones e cupcakes.

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Creme batido e geléia para os scones. Você é uma pessoa “creme primeiro” ou “geléia primeiro”?

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Você quer lamber a tela? Compreensível. Eu também. :)

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Desculpa.

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E esse foi o cupcake que me coube nesse latte-fúndio (desculpa II).

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Preferia que fosse uma fatia de bolo. Não sou uma “pessoa cupcake”, o bolinho é quase sempre meio decepcionante e a cobertura doce/enjoativa demais. Há exceções, claro.

Por fim ganhei um pinto da páscoa de tricô:

Com um buraco nas costas onde se inseria um Cadbury Creme Egg. Que parece um ovo mesmo, com clara e gema amarelinha. E que eu não comi porque detesto Creme Eggs. Mas o pinto é um amor.

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Perguntaram no Ask o que raios tem o pinto a ver com a Páscoa, já que o símbolo afinal é o coelho.

Colando a resposta aqui: os dois são. O coelho representando a fecundidade (ninhadas grandes e frequentes), o ovo representando a vida (e o pinto/galinha por associação temática). Tem a OVELHA também (representando o cordeiro de Deus), e algumas flores específicas da época, como tulipa e narciso – mas né, não vamos complicar mais ainda a vida.

Por algum motivo que ignoro o Brasil resolveu remover o pinto do samba.
E aí temos aquela incongruência do OVO sendo trazido por um COELHO. E os panguás se perguntando, “uééééé mas por que ovo se coelho não bota ovo?” (favor ler com voz de panguá).

Não, Pedro Bó. O coelho só faz o delivery. Ele é o motoboy do enredo da páscoa. A galinha põe os ovos e o coelho fica encarregado do frete.

Outra associação que se faz nessa época é entre as borboletas e a vida de Jesus. A fase de lagarta: a vida do cara aqui na terra. A fase de casulo = crucificação e enterro. Borboleta: Jesus ressuscita em um novo corpo e ascende aos céus. Bonito, não? Não sou religiosa, mas curto uma boa historinha. :)