


Fourteen and ten years ago I met the two best friends (feline and human) a girl could’ve asked for.
Happy birthday Kitty. Happy birthday Hubby. You are the family I have chosen, the wonderful family I deserve. ♥
Fourteen and ten years ago I met the two best friends (feline and human) a girl could’ve asked for.
Happy birthday Kitty. Happy birthday Hubby. You are the family I have chosen, the wonderful family I deserve. ♥
Outro dia eu estava olhando o site da Ikea e descobri que naquela tarde ia acontecer a “Festa do Lagostim”. A comemoração do Dia de Santa Lucia ano passado foi um sucesso, por isso liguei imediatamente reservando uma mesa. De tempos em tempos a Ikea promove eventos temáticos com elementos da cultura sueca – e sempre envolvendo bufê liberado. \o/
Chegamos lá às 18:30h, meia hora depois do começo e o lugar já estava bombando de gente; o salmão defumado, inclusive, já tinha esgotado. Boo. :(
Parece vazio com esse monte de cadeiras desocupadas, mas nesse momento tinha uma fila IMENSA no bufê. Que é estilo bandejão: paga-se uma vez só e come-se o quanto quiser (bebidas à parte, mas o refil de refrigerante e café/chá é de graça). Imaginei que seria mais tranquilo como na festa de Santa Lucia, mas dessa vez o lugar pareceu bem mais cheio e vi algumas criaturas empilhando 5 pedaços de salmão no prato.
E teve música ao vivo! E a música ao vivo em questão era uma banda cover do ABBA com direito a coreografia, peruca, roupinha e palco personalizado. Me apaixonei pelo cabelo de Barbie da Agnetha fake e por essas botinhas de go-go girl dos anos 80:
“see that girl, watch that scene, digging the dancing queen…”
É comum os suecos se reunirem no verão para comer lagostim – especialmente em agosto, quando a pesca do crustáceo é liberada. A decoração na Ikea era temática: bandeirolas, lanternas, aventais e chapeuzinhos com estampa de lagostim, mas os comensais que chegaram cedo já tinham pego tudo quando chegamos.
Muito bonito, muito vermelhinho e muito impressionante o crayfish – mas assim como a prima lagosta, é muita embalagem pra pouca carne. Além deles pegamos também um prato de entrada e outro com as maravilhosas almôndegas suecas. Aí embaixo, entre outras coisas… arenque em conserva ao molho de mostarda e mel:
O meu plano era pegar o salmão, mas como o estoque estava zerado eu resolvi me aventurar. Eu sou muito chata pra comer peixe, tenho nojo do cheiro/textura/pele e me falta paciência pra ficar catando osso. Mas dessa vez não teve arrependimento: peixe em conserva é… muito bom?? Como assim?
Minha sobremesa: café e queijos.
Depois do jantar ficamos na mesa tomando café e chá e curtindo pelo janelão o sunset over Ikea. :)
E enquanto íamos saindo o ABBA cover já tinha trocado de roupa (luxo!) e estava fazendo outra coreografia. Sinta o glamour purpurinado desse camisolão e o mullet apropriado do clone do Björn:
Apesar da fila no bufê e do salmão esgotado, declaro como tendo sido um sucesso mais esse evento na minha loja de móveis favorita. Que venham os próximos! E dessa vez vou chegar meia hora antes, só pra garantir.
Os planos de fazer muitas e muitas fotos no Japão foram por água abaixo muito, muito rápido. Não que Tóquio não seja uma cidade fotogênica; Tóquio é super fotogênica. Mas por várias vezes eu esgotei a bateria do celular no meio do dia tentando usar o Google Maps para me localizar. E deixei a DSLR dentro da mala no hotel quase todos os dias e levei comigo uma câmera portátil, que nessa viagem se revelou uma bela porcaria e desde então jamais foi usada novamente.
Me arrependi de não ter encarado o peso da câmera durante as andanças? Sim, mas só um pouco. Porque uma câmera portátil era só o que eu queria ter pesando na bolsa durante aqueles poucos dias onde havia tanta coisa para ver, provar, descobrir, conhecer e absorver. Essas são só algumas imagens aleatórias mas resolvi fazer esse post para elas. Porque hoje é quinta feira, quase meia noite, eu tinha que fazer um #ThrowBackThursday de última hora e, bem, o que não é 100% perfeito também é Japão.
Queria apresentar o meu Coharu para as aficcionadas por papelaria.
Fiquei em dúvida entre um desses e uma dessas Fuji Instax que se popularizaram bastante nos últimos anos. Pensei em comprar os dois, mas concluí que na verdade eu não “precisava” de nenhum e então escolher um só fazia sentido. Devia ter comprado ambos. Oh well. Fica pra próxima.
O Coharu é uma etiquetadora (ou label maker, ou mini impressora, como prefiram) para fitas de papel. Tem formato de maleta com uma pequena alça de couro. Eu me interessei por ele muitos anos atrás, quando era uma pré-adolescente que curtia pegar o busão intermunicipal pra São Paulo pra comprar mangá na Liberdade – que eu evidentemente não tinha como ler porque estavam em japonês, mas quem liga. Não existia facebook naquela época e as crianças tinham que apelar pra se divertir.
Esses mangás eram impressos em papel jornal monocromático mas tinham páginas brilhantes coloridas com anúncios de produtos infantis – brinquedos, roupas, comida, artigos de papelaria, etc. Foi numa dessas páginas que eu conheci o Coharu e imediatamente achei a coisa mais linda do planeta e sonhei em ter um. Duas décadas depois o sonho virou realidade nos corredores da maravilhosa Yodobashi Camera em Akihabara quando me deparei com uma prateleira cheia de Coharus e fitinhas coloridas. ♥
Você abre a parte de trás, coloca a fita escolhida, liga, lê o HELLO (com um desenho de abelhinha) com o qual o Coharu te recepciona, escolhe entre as seis fontes disponíveis, o tamanho do texto, digita e clica no passarinho rosa para imprimir. Pronto!
Como dá pra ver também é possível inserir símbolos (dingbats). O menu traz cerca de 300 imagens + molduras variadas. O manual é todo em japonês, mas com um pouco de paciência você consegue interpretar as instruções e usar sem problemas. :)
(aqui você pode ver alguns dos desenhos, molduras e as fontes).
O melhor de tudo é que a impressão é feita através de heat printing, ou seja, ela “queima” o papel, dispensando o uso de tinta. A única coisa que você precisa trocar são as pilhas. A impressão é bem forte, detalhada e perfeita. :)
Agora a pegadinha: o Coharu não funciona com washi tapes tradicionais e é preciso adquirir fitas próprias. Elas são do tamanho e material corretos e têm o lado autocolante protegido por um papel fininho, pra evitar que grudem na impressora. As fitas não são exatamente baratas e são um pé no saco pra achar, mas já fiquei sabendo que é possível encomendar no Etsy. Mas de qualquer modo o carregamento que eu trouxe do Japão deve durar por pelo menos mais uns anos…
(faltando uma das fitinhas que eu esqueci de pôr na foto; é a primeira na pilha de fitas da primeira foto desse post. Taí outra coisa que eu deveria ter comprado mais, inclusive. :/)
Outra parte chatinha é que o Coharu “puxa” um pedaço grande de fita antes de efetivamente começar a imprimir, o que gera algum desperdício. Que eu minimizo dessa forma: abro o aparelho e volto um pouco a fita antes de começar a próxima impressão.
(A agenda é Filofax, as canetas são da MUJI).
Aqui tem um vídeo tutorial mostrando inclusive a embalagem fofa. E já que estamos no assunto, aproveito para apresentar o meu MOTEX (esse veio da Amazon, mesmo):
É uma versão mais moderninha e kawaii daquelas etiquetadoras manuais antigas, que funcionam marcando à pressão fitas plásticas próprias para tal, deixando o texto em alto-relevo. Todo mundo já viu essas etiquetas em pastas de documentos em escritórios; foram muito populares nos anos 80 mas hoje em dia já existem eletrônicas que são mais rápidas e eficientes – só que eu curto a vibe retrô e tal. :)
(foto daqui pra dar o exemplo, já que eu não fiz foto das fitas prontas)
Eu também tenho um DYMO, esse gordinho azul à direita, mais tradicional, mas a MOTEX tem cores de fitas legais (incluindo transparentes, polka dots e fluorescentes) e a fonte é mais moderna e bonitinha. O meu tem duas rodas; uma de minúsculas + números e a outra com maiúsculas + desenhos decorativos/pontuação.
Pra encerrar, outra desnecessidade que eu trouxe de Tóquio (mas que dá pra comprar na Amazon e no Ebay): Deco Rush. Parece fita corretiva, mas é decalque – ao invés de uma fita branca para cobrir as suas mancadas você tem desenhos. ♥
Essas eu sinceramente achei meio blé. Ok, bonitinhas, mas às vezes não funcionam direito e os desenhos ficam meio falhos. Nada que me impeça de querer comprar mais, haha.
Bônus: kit de 25 pincéis que eu comprei ontem na Wilkinson por TRÊS. libras. ♥
Não me olhem com essa cara; eu tenho uso sim pra pincéis, viu?
Foi em Coalbrookdale que descobriram um método tão eficiente de fundir ferro que deu o pontapé na Revolução Industrial. Os portões do Hyde Park foram feitos aqui. Todo esse verde, as árvores, as casas de tijolinho vermelho nas encostas do rio, tudo isso em menos de 200 anos era um inferno de fogo, carvão e fumaça preta. Os enormes avanços metalúrgicos que nasceram aqui acabaram por tornar a própria Coalbrookdale obsoleta em poucos anos; a indústria mudou, o lugar também.
Chegamos bem na hora do pub. ♥
Almoço às margens do Rio Severn.
“Tá pouco queijo, bota mais queijo”
Mas enfim, a gente veio pra comer ou pra a ver a ponte?
Complicado conseguir uma foto desprovida de gente. Tentei, mas não deu.
Ei-la.
Construída em 1779, Iron Bridge foi a primeira ponte do ferro fundido do mundo, forma um semi círculo perfeito e é uma espécie de símbolo da Revolução Industrial.
O indefectível cadeadinho brega dos namorados, vandalizando monumentos históricos com a sua cafonice, aww. ♥
E la nave va.
O inevitável monumento aos mortos de guerra. Toda village, por menor que seja, conta com um, ainda que exista apenas um único nome gravado no ferro.
Guenta que já já tem bolo. :)
Há onze anos eu peguei a minha câmera digital Kodak Easyshare (DOIS megapixels, wow!) e subi a ladeira para Santa Teresa. A tenebrosa onda de violência que viria a assolar o bairro ainda estava distante na linha do tempo e eu não tive medo de me levarem a máquina; na verdade fiquei com mais medo de um assalto no ônibus, mas resolvi o problema enfiando a câmera no bolso de trás da calça, claro. #CariocaHacks
Mas a primeira vez mesmo que eu fui a Santa Teresa foi de bondinho, extasiada com a experiência de subir aquelas ruas de paralepípedos e pedrinhas e encantada pelos casarios centenários, românticos e em váriáveis graus de decrepitude. Eu vinha sentada num dos bancos de madeira do bonde ao lado da E., uma amiga da minha mãe que era auxiliar de enfermagem e estava me levando para conhecer o hospital onde trabalhava. Lá chegando me apresentou às pessoas e na cozinha me deu um copinho de gelatina, da sobremesa dos pacientes. E. tinha cerca de 30 anos e gostava muito de crianças. Algumas pessoas não a viam com bons olhos; ela era naturalmente esquisita e ficou ainda mais depois que sofreu um aneurisma. Que foi quase fatal, mas no fim só a deixou mais esquisita – meio adulta, meio criança, uma combinação irresistível para quem era pequeno de fato. Vários amiguinhos meus também eram amiguinhos dela.
E. tinha bonecas, o favorito sendo um “Feijãozinho” da Estrela que ela chamava de André e para quem minha mãe, a pedidos, costurava roupinhas. Rezava a lenda que E. tinha sofrido um aborto natural durante o seu breve casamento (eu lembro que fui à festa, mas eles se separaram pouco tempo depois) e nunca se recuperou da tristeza por ter perdido o bebê. Diziam também que ela “não teria outra chance”, já que o casamento na verdade havia terminado por ela ser lésbica. Isso eu jamais saberei – apesar de ela não usar roupas consideradas “femininas” e ter uma amizade próxima com uma colega de trabalho chamada R.. O que sei é que depois de algum tempo minha mãe me proibiu de ir à casa dela. As mães de algumas outras crianças também vetaram as visitas. O que certamente a deixou muito triste. E a nós também, já que ela nunca fez nada de mal – nada além de miojo com salsicha, deixar que brincássemos com as suas coisas e conversar conosco como se não fôssemos imbecis. Saudades do quarto escuro com pedaços de tijolo aparente onde o reboco tinha caído, do André sentadinho na cama junto das outras bonecas e bichos de pelúcia e dos copos de plástico com refresco colorido em pó. Me pergunto por onde ela anda, se teve filhos, se ainda é amiga da R., se está feliz. Sempre que penso em Santa Teresa (e eu penso em Santa Teresa mais do que gostaria) ela é uma das pessoas de quem me lembro.
Revendo essas imagens eu percebo o quanto fotografava mal. Não que tenha melhorado muito, mas agora eu pelo menos considero detalhes como composição e exposição antes de clicar. Onze anos atrás a idéia não era “fazer bonito” porque eu não pretendia expôr nada – nem em galerias, nem no instagram. Nem mesmo num blog, apesar de já ter alguns. Eu só queria mesmo poder registrar o momento e dar um jeito de trazê-lo comigo num lugar além da memória, já que a minha nunca foi boa. Onze anos atrás levar histórias na lembrança bastava. Mas hoje nessa curiosa vida 2.0 hipercompartilhada eu estou aqui, jogando essas bobagens e fotos ruins ao vento como se elas tivessem valor para mais alguém.
Às vezes eu me pergunto o que foi que mudou mas logo tiro a pergunta da cabeça, evitando atinar acidentalmente com uma resposta que eu não queira ouvir.
Bedfords park, em Havering-atte-Bower. Fica a um ônibus e uma caminhada de distância de casa e tem lagos, coelhos, esquilos e uma vista distante para Canary Wharf. E sou grata por ter tantos lugares tranquilos e verdes e gratuitos perto de mim.
Outras paisagens: Taís (Irlanda) – Nicole (França) – Rita (Portugal) – Paula (Holanda) – Yumi (Japão)
Café no Benugo com S., provar e comprar queijos na La Fromagerie de Marylebone, sentar pra ler e comer chocolate numa pracinha escondida e solitária e ser abordada por esquilos, querer comprar várias latas de sardinha apenas porque as embalagens são lindas, cheirar livros e quinquilharias caríssimas na Conran Shop, cogitar seriamente a compra de uma luminária de cogumelo, reclamar mentalmente de pessoas barulhentas em Regents Park (onde também fui abordada por esquilos e pombos), misantropia + solidão repentinas e sensação leve de desespero pensando nas cambalhotas da existência e de como ela leva e traz coisas importantes, de volta e de novo, sem aviso prévio, sem ligar para consequências, sem se dar ao trabalho de explicar a ironia.
Uma pessoa se atirou nos trilhos do metrô em Mile End.
A Central line ficou interditada e a viagem de volta que prometia ser rápida incluiu um detour inesperado em Canary Wharf, onde me confundi no meio do turbilhão de pessoas da sexta feira e fui parar na plataforma errada. Tive vontade de chorar por alguns minutos, tive vontade de te ligar por alguns minutos, de te ver por algumas horas – mas eu tinha um jantar marcado para dali a pouco em Essex e não tinha horas, nem minutos, para desperdiçar com caprichos. O verão está indo embora aos poucos e os dias ficando menores; cada minuto de sol vespertino é precioso.
Compro uma coca zero, sigo as placas indicando a plataforma da DLR em direção a Stratford e pego o meu trem.