Goodbye, August.

Agosto foi um mês chato por essas bandas. Pouca coisa realizada, doencinhas chatas, mas está acabando com um pouco mais de saúde e alguns planos a serem realizados a curto prazo. Para celebrar o último mês do verão, fui bater perninhas em Little Venice.

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Todo o meu amor para restaurantes que já saem me oferecendo booze cortesia antes mesmo de eu me acomodar na cadeira. Era uma simples sangria de verão (vinho rosé, suco de maçã, brandy e frutas – sou dessas que copia a receita de drinks, nunca de comida), mas estava uma delícia e a impressão que o gesto deixa é simpática. Valeu, Summerhouse (fica em à beira do canal, para quem estiver a fim).

Minha entrada: insalata tricolore. Abacate na comida: vim, comi e venci.

Seguida de salada de frango, bacon, ovos, queijo roquefort e… mais abacate. :)

O prato dele: peixe espada, com legumes, ragu de berinjela, batatas assadas (à parte) e… abacate.

Estava na promoção, é isso??

O restaurante tem umas reviews meio ruins no 4Square mas, além da overdose de abacate, não vi nada de errado com a comida ou o serviço. O decor é simpático, o lugar vive lotado e a localização é a cara do verão. E não, não estou sendo paga pra elogiar; mas se alguém ler isso aqui e quiser me oferecer mais sangrias, I’m up for it. ;)

Daqui a cinco minutos = setembro.
Faltam exatos dois meses para o Halloween. :)

Selfie Days

SDDS Fotolog.
Era ponto com, virou ponto net. No começo todo mundo podia postar fotos e receber comentários à vontade, depois só quem tinha Gold Cam – que custava uma mixaria, mas os brasileiros não aceitaram pagar e ainda reclamavam; altos protestos. Quem não tinha Gold Cam podia postar uma foto por dia e receber até 10 comentários.

Mas os brasileiros, sempre geniais no jeitinho, inventaram a solução: depois de receber os dez comments eles copiavam todos, deletavam tudo e colavam os dez em UM comentário só, assim liberando espaço para mais dez. O processo era repetido até chegar no mesmo limite de cem comentários por foto de quem pagava Gold. Dava trabalho, mas quem era pop, porém pobre (ou pão duro) resolvia o problema. Ah, a internet moleca de várzea.

Quanto eu fiz minha conta lá eles ainda tinham um número estranho (8080) na url do site, que depois sumiu e eu jamais entendi. Havia poucos brasileiros e os gringos adoravam bajular as meninas que postavam selfies. Os mesmos que mais tarde se aborreceram quando o site foi literalmente INVADIDO por brasileiros postando selfies de webcam e foto de balada. Nunca vi tanta xenofobia junta por um motivo tão imbecil – afinal de contas nenhum gringo com aspirações a Cartier-Bresson era obrigado a seguir quem só postasse ego-shot.

A minha câmera também era uma webcam, resolução VGA baixíssima. Eu descobri que ligar um abajur aceso na minha cara eliminava imperfeições na pele (leia-se: o meu nariz) e também funcionava como flash para iluminar a foto e eliminar o ruído (aquelas granulações que estragam a imagem quando você fotografa em ambientes escuros). Depois observei que se deixasse o abajur ligado e apagasse a luz do quarto a foto ganhava um efeito mais dramático. E a minha cama ao fundo, desfeita e coberta de roupa suja, magicamente desaparecia.

Eu estraguei muitas fotos que fiz nessa época usando o blur do photoshop pra “desfocar” o background, mas tem uma ou outra pérola em meio às porcarias. Lembro que uma das minhas imagens foi parar numa matéria da Wired; foto da qual eu não me orgulho (especialmente por causa da pose ruim e de um prato de comida vazio abandonado ao fundo). A foto que ilustra esse post é uma das favoritas dessa fase, por causa do contraste, da estampa da blusa (feita pela minha mãe) e do detalhe da sombra que o brinco projetou na minha pele – brinco esse que eu tenho até hoje, só não tenho mais coragem de usar.

Cocoricó

Momentos de diversão no trabalho: certo dia, numa esquina próxima do nosso querido galpão em Bonsucesso, amanheceu um despacho colossal. OITO alguidares (tigelas de barro) cercados de uma infinidade de velas pretas e vermelhas. Dentro de cada alguidar, uma camada caprichada de farofa amarela + pimentas dedo-de-moça inteiras + uma galinha preta com pena e tudo, tudo rodeado de garrafas de cachaça Pitu. Nada contra a liberdade de culto, mas OITO? Não seria SETE o tal número cabalístico?

Raciocinei. Cabalístico o cacete. Puseram oito galinhas mortas porque são oito as pessoas que vão “rodar” e ir bater ponto no além por causa dessa macumba.

O meu raciocínio até podia proceder, mas a prática revelou uma falha: uma das galinhas estava VIVA. Na verdade até quiseram matá-la (o imenso talho em seu pescoço demonstrando claramente a sórdida intenção), porém cagaram o serviço – devia ser fim de expediente no terreiro, sexta feira, geral já com a cabeça no feriadão, eu entendo – e a bicha cacarejava ALTO caída dentro da tigela. E a cada cacarejo o talho no pescoço cuspia sangue. THIS IS GORE, my son. Virou o espetáculo da rua, as criança tudo apostando dinheiro em quanto tempo a agonizante levaria até dar seu último cocoricó e se unir ao papagaio do esquete do Monty Python no céu dos pássaros desencarnados.

O moço da limpeza, que tanto gosta de animais, se apiedou do sofrimento da bicha. Teve coragem de bulir no despacho, recolheu a penosa moribunda e, enquanto todos nós pensávamos que ela seria encaminhada à panela (com o perdão dos orixás, mas desperdício de carne é pecado), ganhou ao invés disso um curativo no pescoço, feito com pano e papa de erva-de-santa-maria. Isso foi na semana passada, e hoje temos uma galinha correndo alegremente de um lado a outro no galpão da empresa, detonando punhados e mais punhados de farelo de milho.

Um dos oito capetas que ia se beneficiar do banquete ficou com fome. Mas a galinha Umbandinha (not my fault) ficou viva para contar (?) a surpreendente história da sua quase morte. E me apraz pensar que um dos oito condenados que iria ganhar passagem sem volta pro inferno por causa daquela macumba, talvez esteja, assim como a galinha, vivo neste dia de hoje.

(post publicado originalmente em 15/10/2003)

Mais um pedaço.

Ela vinha rindo me contar que tinha se cortado porque mordeu a língua ao mascar chiclete.

Perguntou se dava pra acreditar e ria, puxando a manga da blusa e mostrando os cortes de gilete cruzando os braços esqueléticos de um lado a outro, cortando caminho em volta das picadas de agulha. Eu respondia que a emenda tinha ficado pior do que o soneto e ela não entendia o ditado, falava “não entendi a piada, conta outra” e ria sem parar enquanto a cerveja esquentava no copo e a gordura congelava em volta das fatias grossas de linguiça que ela não ia mesmo comer.

Era verão, mas as mangas da sua blusa eram sempre longas.

Summer fling.

Encontrei baratinha na H&M e achei perfeita para os festivais de verão. Posso usar atravessada no corpo e ficar com as mãos livres, sem medo de a alça escorregar. A cor dá um up! no meu visual quase sempre monocromático. É pequenina, mas cabe tudo o que é necessário numa ocasião dessas; pena que eu acho que esse verão não vai ter festivais.

Mas eu tenho uma bolsa laranja legal.

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Bits and bobs.

Falta de traquejo social se define quando você não sabe ler os sinais que as pessoas ao redor te dão de que é hora de você calar a boca. As pessoas já foram embora ou estão coletivamente se enforcando em árvores próximas. A pessoa continua falando.

Remedinho para dor de cabeça @ The Duck no “encontrinho” do Aston Martin’s Owners Club:

Para quem rebate qualquer crítica, por mais bem intencionada, com um irritado “ah, mas NADA é perfeito!!!”: filhão/filhona, a gente SABE. Mas não ser perfeito não significa não ser passível de críticas. Nada é perfeito, mas tudo pode melhorar. E críticas costumam ser excelentes catalisadoras de mudança. Seria legal rever essa postura, até porque se NADA é perfeito, então os maus políticos, assassinos e espíritos-de-porco de modo geral também não são – mas nem por isso a gente deixa de opinar e se posicionar contra por medo de ser cri-cri. Convidar para o diálogo mas querer calar a voz do outro não faz bem para a democracia.

Projeto verão 2014, se eu estiver viva até lá: apenas plantar gerânios. São a única coisa que consigo não matar:

E chega aquela hora bacana em que você gostaria de dar aquela choradinha providencial e simplesmente não consegue e termina com vontade de rir. É isso, nem mesmo os meus ductos lacrimais me deixam fazer o que eu quero.