Broadway Market

Programa de sábado para a juventude alternativa do East End: ir comer besteira e comprar frescuras em Broadway Market, bem ao lado do Regent’s Canal com suas casas-barco charmosíssimas. Tem pub, tem barraquinhas vendendo macarrão orgânico e cidra artesanal, tem brechó, tem loja de antiguidades, tem açougueiro e boteco tailandês, tem loja de livro usado, tem comida de Ghana, da Índia, da Itália e, claro, tipicamente britânica: alguém aí a fim de enguias em molho de gelatina? ;)

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Esse sanduíche de porco desfiado estava incrível. ♥

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Método de transporte hipster. :)

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Espero que alguém ajude a trazer a Lola de volta pra casa. :(

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Terminando o dia com uma super fruit tart diretamente da barraquinha de bolos, chocolates e biscoitos da adorável Coco & Me. ♥

Broadway Market acontece todos os sábados a partir das nove no coração de Hackney, East London.

Skip to the loo, my darling

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Eu sempre quis um banheiro verdinho. Não na cor das paredes, mas na presença da natureza. Feito aqueles banheiros de catálogo de decoração cheios de potes de plantas, samambaias escorrendo pelas paredes e suculentas de cores variadas. Infelizmente nenhum dos banheiros da casa anterior tinha luz o suficiente para permitir que plantas sobrevivessem.

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Agora eu finalmente poderei começar a minha temporada de jardinagem indoors. Estou só começando, mas  quero pendurar plantas na parede, pôr potes no chão e transformar o banheiro numa filial européia da Mata Atlântica.

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Essa ivy (hera) é for reals. Hera é fácil de manter, sobrevive com menos claridade mas até que gosta de um solzinho – veja como as folhas já estão se voltando em direção à luz.

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Esse potinho azul contém Saxifraga White Star (olha que meiga). Não consigo descrever a sensação de escovar os dentes podendo admirar uma plantinha viva. Melhor que isso só o banheiro em Jersey, onde eu tomava banho observando vacas pastando no terreno do vizinho.

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Minhas piriguetes vintage de maiô – em technicolor! Por alguma razão achei que o banheiro seria o cenário ideal para essa cena de irmandade feminina 50s.

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Dizem que perfume estraga exposto à luz e eu até entendo a química por trás do conselho; por isso os meus vivem no cantinho menos iluminado do banheiro. I’m hoping for the best.

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De vez em quando gosto de abrir a janela para deixar a natureza de fora entrar, também.

Aleatoriamente.

Na escola, eu:

Não era nerd, nem popular, não tinha os amigos certos (e nem os errados).
Sentava no fundão, não pra fazer bagunça, mas para ficar longe dos professores e das patricinhas puxa saco que sentavam perto deles.
(e deu certo, eles não percebiam a minha existência)
Sempre quis levar meus cachorros pra aula; achava que a experiência seria muito mais agradável.
Nem sempre saía da sala na hora do recreio.
Comprava salgado + refrigerante. Quase sempre “joelho” ou enroladinho de salsicha.
Gostava de dormir na debruçada na mesa. E às vezes babava.
Notei que as pessoas escreviam letras da Legião Urbana à lápis na mesa.
Adorava as aulas de biologia, inglês, história e literatura.
Detestava todas as aulas de exatas, exceto por um ano em que o professor de Química era bacana.
Ficava me achando porque meu namorado encapava meus livros com xerox de mapas antigos.
Pedi para uma menina que copiava letras de música para os outros para copiar Timidez do Biquini Cavadão pra mim a fim de puxar conversa. A amizade durou anos.
Era boa de decoreba dinâmica. Memorizava tudo, largava na prova, esquecia tudo em seguida.
Tirava boas notas. Quer dizer, aceitáveis. Menos em exatas.
Usava saia de tergal azul marinho plissada + a camiseta de malha da escola. Tinha alguns furos nela.
Não curtia usar sutiã pra fazer educação física. Não curtia fazer educação física.
Percebi que todas as minhas professoras de educação física eram lésbicas.
Achava besta pular corda. Preferia pular elástico, era mais intelectualmente desafiador.
Ia andando pra escola sozinha, e aproveitava o trajeto para pensar. Isso quando a mãe não dava carona no Fusca.
Não tinha a menor vergonha de ganhar carona da mãe. Ganhava de longe de ter que voltar pra casa na chuva.
Muitos dos meus melhores amigos até hoje foram feitos na escola.

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Tá ficando bonita a primavera, que finalmente decidiu dar as caras. Mas hoje o tempo nublou, como se para avisar que a) quem dá as cartas aqui é a Natureza, não o serviço de previsões metereológicas e b) ingleses têm o seu caráter formado nas adversidades; muito sol, calor e tulipas coloridas não condizem com a realidade de um povo que encara verão e calor como breve novidade seguida de inconveniência, que nunca sabe exatamente o que vestir quando a temperatura passa dos 30 graus e que nunca se deixa acostumar muito às coisas boas – porque foram criados por gente que ainda se lembra de que elas podem ser temporárias.

E hoje, combinando com a chuva, temos médico. Joinha.

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Meu pai chegou no domingo. Sem falar português no aeroporto, foi “detido” até que descobrissem a que tinha vindo. Puseram uma pessoa que falava espanhol para conversar com ele. Me custa crer que numa cidade cheia de brasileiros seja impossível contratar um para traduzir em Heathrow. Ou talvez seja justamente isso que eles não querem; um conterrâneo para “facilitar” as coisas.

Enfim. Ele já está instalado. E querendo ser útil, me pedindo coisas com frequência a fim de ajudar, infelizmente num momento da minha vida em que eu só queria tomar um calmante e dormir o dia todo. Mas vamos levando, e é bom saber que ele gostou da casa, do lugar e parece estar se divertindo. Meu pai sempre diz que a saúde dele melhora assim que ele pisa aqui.

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(Fotos feitas em Regents Park e na vizinhança)

Red door one.

Foi assim que batizei a nossa casa no check-in do 4Square.

Temos uma porta vermelha. O número é um. Estou bebendo prosecco. As coisas poderiam estar piores. Eu podia estar bebendo cava barata. Ok, na verdade a cava barata estaria de excelente tamanho. Não sou exigente em termos de álcool, exceto quando se trata de vinho não-espumante. Vinho espumante precisa ser muito, mas MUITO ruim para eu desgostar. E estou mudando de assunto mais rápido do que esvazio essa garrafa.

Há mais de uma semana sem internet em casa. O telefone foi desligado e ainda não voltou nessa parte da cidade; mas hey! desde ontem a banda larga da Virgin Media (Deus abençoe a fibra ótica) está up and running e agora eu posso alimentar vaquinhas no Farmville a fim de me acalmar nos horários de pico das crises de ansiedade. Minha saúde não anda boa, e como sempre acontece a saúde psicológica fica ainda pior.

Estamos na casa nova há pouco menos de duas semanas. Ou melhor, EU estive. Chegamos aqui carregados de caixas numa sexta feira, e na segunda seguinte Respectivo foi para Dubai, onde passou dez dias. Fiquei sozinha rodeada de coisas para fazer, o que em situações normais me encheria de entusiasmo e animação – arrumar lugar para as coisas depois de uma mudança é como brincar de casinha. Infelizmente meu sistema digestivo não anda colaborando e eu estou uma pilha de nervos. Eu realmente não precisava de mais stress em cima de uma mudança de proporções mamutísticas.

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Enfim. Cá estamos no subúrbio, ainda mais subúrbio que o subúrbio anterior. O borough de Havering está praticamente dentro de Essex. Mas tem night bus! E um jardim bem maior e mais claro do que o anterior. Isso está me ajudando a ficar feliz nesse momento.

Estou considerando plantar uma roseira trepadeirs na frente da casa, ou aquelas heras verdes/vermelhas que sobem pelas paredes. E a vontade de plantar um pé de Magnólia ali no cantinho também é grande. Vamos ver como fica – ou seja, vamos ver quanto CUSTA.

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Essa é a minha nova escrivaninha no meu novo escritório. Perceba a quantidade de luz (essa foto foi feita no fim da tarde). Depois de viver numa caverna pelos últimos dois anos, ter toda essa luz à disposição é um luxo.

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Jardim. O ex-proprietário está deixando todos os móveis de jardim e também coisas como cortador de grama, leaf blower, etcétera. Tô quase perdoando o cara por ele ainda não ter tirado os lixos dele da garagem.

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Como se vê, eu herdei MUITOS potes. ♥

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Janelas da cozinha, um dos meus lugares preferidos até agora.

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Gerânios de hoje, primeira aquisição no mercado de rua do bairro. E o carvalho centenário do jardim:

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Quando compramos a casa, uma cláusula determinava que o carvalho poderia ser aparado, mas jamais cortado. Concordamos, e quem não haveria de? Como jogar no chão uma coisa tão linda? Em breve ele estará coberto de folhas novamente – o paraíso dos esquilos. :)

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E eu adoraria escrever mais, mas… Benzodiazepine + alcool não costuma ser uma boa combinação, a coisa tá séria e vejo elefantes voadores rosados à minha volta. E antes que eles caiam na minha cabeça, me despeço.