Cân i Gymru

Foram só dois dias (e são 4h de viagem até lá), mas North Wales é uma graça. Pena que chove. Muito. Demais. O tempo todo. Pegamos tempo seco no primeiro dia, mas no segundo muito fog e chuva fina. O que aparentemente é o clima padrão da área. 

Ficamos na pitoresca village de Bedgellert, numa pequena pousada com vista para o rio e barulhinho de água corrente gratuito no quarto. Outra coisa gratuita no quarto era o wi-fi; aprendam, hotéis caros que não têm vergonha de cobrar pelo acesso… O nome da vila, segundo se diz, foi dado em homenagem ao nobre cachorrinho Gelert. Cuja lenda é tão triste que você não vai querer saber. Não vai. Quer mesmo estragar o seu dia? Ok, vá lá, mas quando começar a chorar em cima do teclado não me culpe pelo curto circuito.

Fog, fog, fog. Eu poderia usar a desculpa de que “a umidade estragou o meu cabelo”, mas a real é que o que estragou meu cabelo se chama “genética”.

Vida noturna num sábado em Beddgelert: vestir uma capa de chuva, sair na rua vazia e olhar o rio. Mas olha, tem DOIS pubs! Ambos praticamente vazios, mas pelo menos assim você terá certeza que vai encontrar uma mesa. E pode escolher a trilha sonora da jukebox. E os pubs têm wi-fi!! Pegue a sua pint de Stella, um pacotinho de amendoim e passe a noite xingando no Twitter.

Essa era uma loja de antiguidades, um salão de chá e uma pousada, tudo no mesmo lugar.

Loja de conveniência. Tinha mais souvenir para turistas do que comida, mas eu acredito que os locais façam suas compras no Tesco da cidadezinha mais próxima, Porthmadog.

O dragão é o símbolo de Wales; esse assustador aí em particular estava na porta de uma escolinha. Excelente maneira de estimular o seu filho a ir para a aula, não? Será que dizer “professora, o dragão comeu o meu dever de casa!” é uma desculpa aceita nessa escola? Será que você pode chantagear o seu filho a ser estudioso dizendo que, se ele não passar de ano, será chamuscado pelo bafo do dragão?

Tem um campo verde ao lado do rio e essas casinhas coloridas. Às vezes tenho vontade de DESISTIR. DO. MUNDO. e comprar uma casa num lugar desses, passar os dias comendo bolo e tomando chá em xícaras vintage de porcelana, vestindo roupinhas da época de Jane Austen, tirando fotos e ostentando a minha vida perfeita na internet.

Adorei as casinhas de pedra; me lembraram Jersey. Tudo muito verde, por causa da chuva. E ovelhas. MUITAS OVELHAS. Sendo uma região montanhosa não há como cultivar muita coisa e ovelhas/bodes se adaptam muito bem às encostas íngremes. Dizem as más línguas que o pessoal de Wales costuma ter um certo “interesse romântico” nas coitadas, daí o ditado local: “WALES – WHERE MEN ARE MEN AND SHEEP ARE WORRIED”. Entenda como quiser.

Pena que no segundo dia a neblina não permitiu avistar o monte Snowdon, o ponto mais alto das ilhas britânicas – exceto Escócia, se não me engano. E que o cartão de memória da minha câmera resolveu se negar a funcionar, por isso a maioria das fotos que fiz acabaram sendo de iPhone.

O pub que ficava ao lado da nossa pousada.

Você sabe que chegou em Wales quando de repente se descobre analfabeta. Welsh é o idioma do capeta.

Portmeirion, uma típica vila italiana situada em pleno reino de Gales. Mindfuck.

Preciso voltar a esse lugar para fotografar mais quando o tempo estiver melhor. Ou seja, no caso de Wales, nunca. Hoho.

* Tradução do título do post: A Song for Wales.

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