What do you think of getting lost?

Gatwick North Terminal ontem, por volta das nove e meia da noite:

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É engraçado dizer “voltei para casa” quando estou voltando de Jersey. Quando chego lá, cheguei em casa. Quando volto para cá, voltei para casa. O mesmo vale para o Brasil, que sempre será a minha casa. Confuso? Imagine eu. Ser expatriado = nunca estar em casa em lugar algum, sempre estar em casa em qualquer lugar. Aquelas raízes que eu tinha medo de ver crescendo dos meus pés para dentro do chão do meu quarto de adolescente ressecaram e morreram; agora eu me sinto livre. Meio sem direção, é verdade, mas não trocaria a sensação de vento nas velas por nenhum porto.

Mas enquanto fazíamos as malas para voar de volta para a capital. Saudade antecipada do silêncio, das paredes azuis do quarto onde eu sempre dormi tão bem, da casa que fizemos juntos. Eu entendo. Mas de novo, deixo essa decisão para o vento. Espero que ele me leve para eu devo ir, porque acredito que no momento nem eu sei para onde – e nem se fico.

And this is Jersey! No sábado chegamos por volta das três da tarde e foi difícil achar um restaurante que ainda estivesse servindo almoço. O clima estava perfeito, o céu uma piada de tão azul e a sorte nos trouxe essa mesa na janela no Navigator, em Rozel. Almoçamos só nós dois e o staff do restaurante.

Sentei-me e absorvi a vista. Incrível pensar que eu morava aqui perto e vinha andando sentar nessa praia.

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Nossas entradas foram iguais: salada de mozzarela de búfala, prosciutto defumado, pimentões grelhados e azeitonas.

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Meu peixe: pargo servido com vieiras grelhadas. Eu não curto muito a consistência dessa parte vermelha.

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O prato principal dele: truta ao molho de camarão. Estava melhor que o meu. ODEIO QUANDO ISSO ACONTECE.

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No domingo tivemos a festa de aniversário da Mel, o recheio dessa cobertura de iogurte aí embaixo.

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Teve cerveja, vinho, champagne e brigadeiro, e depois todo mundo veio pra minha casa assistir a Inglaterra ser chutada para fora da Euro 2012 nos pênaltis. Quer dizer, os meninos assistiram (menos Respectivo, que não curte futebol e se enfiou num pub com um amigo); as meninas foram fumar maconha e dançar Tchu Tcha na cozinha, em volta de cerca de 40 coxas de galinha do tamanho de tacos de baseball cobertas em molho barbecue que a mãe da aniversariante trouxe da festa dentro de um saco de lixo. I kid you not. As 38 restantes devem estar no freezer até hoje.

E esse foi o almoço no último dia, horas antes de partir pro aeroporto. Foco na lindeza que é o pier de Gorey – infelizmente o toldo cobrindo a vista para o castelo de Mont Orgueil. Maldita chuva.

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E este foi o fim de semana. Chegando em casa ontem à noite o dvd esperava por mim; obrigada, Amazon. :)

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O livro me esperava já há tempos. :)

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next in line – walk the moon

With this joy comes a mourning.

Promoção da Harrods, 50% de desconto. Sempre quis esmaltes Paul & Joe (a beleza do vidrinho constitui 80% do motivo).

Cada cor tem uma estampa diferente para a caixinha.

Os da L.A. Colors (abstraia esse Leighton Denny filando espaço na foto) são baratos mas a cor não dura. No máximo uma semana e começa a desbotar. Uma pena, mas por 99 centavos e uma infinidade de cores, não vou reclamar.

Estou na minha “fase azul”, aparentemente:

Não disse? :)

Chegou a Frankie nova e estreei minha capinha do Rilakkuma rosa.

Doces japoneses, direto da Japan Center @ Piccadilly. Por que embalagens tão lindas para doces tão sem graça?

Me enganei: vi esse verde e achei que o Pocky Mousse era sabor maçã verde. Nope, darling – CHÁ verde. Argh.

Revista + esmalte grátis = uma das melhores combinações editoriais. :)

Capinha para iPhone que comprei na Primark. Fofa, mas transforma o celular num tijolo.

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jacaranda tree – josh garrels

Through fox’s eyes, I’ve been watching you

Acordei cedo e fui ao shopping comprar o presente da filha da amiga, que aniversaria no domingo. A festinha será em Jersey e, por bondade do acaso, eu estarei lá durante o fim de semana a fim de preparar a casa para um open viewing com possíveis interessados na semana que vem.

O tempo aqui está  nublado e venta muito, por isso voltei logo para casa para relaxar e finalmente ouvir o cd novo da Tori Amos, Night of Hunters. É um álbum conceitual e eu costumo ter medo dessas coisas. Mas o fato é que eu gostei do conceito em si e das críticas que li. Certamente não é uma obra comercial e é preciso ouvir algumas vezes para que a estranheza do início seja substituída por admiração pelos arranjos clássicos (o álbum é 100% acústico) e da poesia dolorosa resultante da viagem de autoconhecimento da personagem.

Os vocais do álbum e fotos do livro trazem a participação da Natashya, filha da Tori. Fiquei impressionada com a voz da menina e o quanto ela se parece com a mãe.

Acho que esse é um daqueles álbuns estranhos que se desenvolvem e “crescem” depois de algumas audições. De qualquer maneira, beautiful. ♥

I’m getting old and i need something to rely on

Larguei o colega em Victoria Park, no último dia da Lovebox: Lana del Rey, Chaka Khan e Grace Jones. E VOLTEI PRA CASA. *choro* Eu até teria ficado, mas fui vencida pela pãodurice (achei o preço do ingresso meio caro) e velhice (preguiça e saudade do meu sofá, q). Só falta agora comprar uma cadeira de balanço, par de pantufas e kit de tricô pra iniciantes. O gato eu já tenho. Terceira idade chegou matando e nem esperou a menopausa.

E o estacionamento do Westfield Stratford vai fechar amanhã pelos próximos TRÊS MESES.

St. Paul’s Cathedral:

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Por fotos não dá pra compreender o tamanho desse negócio. É gigantesca. Melhor vista é da Millenium Bridge, saindo do Tate. Parece que a catedral vai se agigantando à medida em que caminhamos em direção a ela, uma beleza em meio aos prédios sem graça ao redor.

Melhor filial da EAT é essa do South Bank, especialmente nos fins de semana quando dá pra sentar, ler o jornal, comer bolinhos, saladas, tomar café, sopinhas, tudo isso fazendo people watch com a galera que sai do Borough Market logo ali do lado (e que também vale a visita).

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A filial do Nando’s que fica ali perto é a mais legal da cidade; está instalada nos arcos logo abaixo dos trilhos, tem pé direito alto, lustres e um globo espelhado gigantes, detalhes em bronze nas paredes e um staff super atencioso. Eu nem acho tanta graça na comida (galeto com molho apimentado), mas o ambiente é tão cool que vale a experiência. Chegue cedo e pegue uma mesa nas janelas; o queijo haloumi grelhado é NECESSÁRIO.

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Passei a manhã no shopping procurando uma calça jeans pros rapazes. Mais alguém odeia quando uma modinha se impõe e aí ninguém mais consegue comprar NADA que não seja aquilo? Todas as lojas cismaram que todos os homens querem usar skinny jeans. E com BOTÕES ao invés de zíper. O uniforme hipster virou  mainstream e pode ser adquirido por 8 lilibetes na Primark.

O domingo acabou, amanhã a visita volta pro Brasil, minha casa está um chiqueiro e eu não durmo direito há várias noites. Passei a semana andando pela cidade e comendo porcaria e mesmo assim perdi mais um quilo. Estou só o pó, mas estou feliz. :)

A turista acidental.

Como estou com visita do Brasil em casa, andei turistando pela cidade para acompanhar. Nem sempre a gente acerta o gosto das pessoas em relação a lugares e coisas para fazer, e o motivo pelo qual eu não faço “guia de Londres” para o blog é o mesmo que me impede de fazer um “guia do Rio de Janeiro”: pessoas são diferentes umas das outras e o que interessa a mim pode não interessar a você. Eu, por exemplo, já fui a Paris cinco vezes e nunca pisei no Louvre, nem pretendo. Mas já enchi a cara de caipirinha nas promoções de happy hour (duas por cinco euros) dos inferninhos do Latin Quarter e passei tardes inteiras fazendo nada vendo a vida passar enquanto ninava amorosamente uma xícara de chocolate no Boulevard Saint Germain. Eu de fato não sirvo para guia turístico e digamos que esta foi uma semana “complexa”.

Mas ao levar as pessoas pelos trajetos que eu já deveria conhecer melhor e percebendo que não, eu não conheço tão bem assim, me bateu um súbito amor por essa cidade superlotada, barulhenta e hostil. Uma vontade inesperada de tentar conhecê-la a fim de entendê-la. De dar a chance que eu não costumo dar aos lugares até que seja tarde demais – vide Rio, Jersey, Hannover… Reclamar menos e ouvir Londres um pouco mais: meu projeto pra segunda metade de 2012.

Uma das coisas que eu achava que jamais iria fazer aqui: ir à London Eye, a roda gigante vitaminada às margens do Tâmisa em Westminster. Levei um amigo até lá, e como ele é deficiente físico acabei ganhando um ingresso como “acompanhante” (that sounds slightly seedy). E lá fui eu, acima das nuvens (exagero poético) ver o Big Ben de cima. E, como boa esfomeada, aproveitar para comer pipoca. Nevermind the crumbs.

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A foto aí embaixo é de Leicester Square, no West End (onde ficam os cinemas, os teatros com musicais, os bares, clubes, A LOJINHA DA HAAGEN DAZS, etc) e esse é um dos prédios mais bonitos da praça, infelizmente sendo usado como uma espécie de cassino cafona. Mas ainda assim ele embeleza a paisagem – e o melhor de tudo, fica bem perto da LOJINHA DA HAAGEN DAZS! ok parei.

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Almoço em Camden. Por seis dinheiros a moça chinesa enche a sua marmitinha de arroz ou noodle + uma infinidade de acompanhamentos diferentes. Aí tinha frango ao molho agridoce, cubos de frango empanado com sal e pimenta, uma espécie de bife não muito bem identificado e legumes ao curry. Há diversas barraquinhas de comida e, se você não curte chinesa, pode escolher entre indiana, africana, espanhola, japonesa, italiana, brasileira, mexicana, tailandesa, pizzas, donuts, etc. E ainda dá pra experimentar antes de optar porque os vendedores, gritando por  atenção, praticamente enfiam amostrinhas na boca dos que passam pelos corredores. Quando nos ouviu falando em português a vendedora chinesa deixou o inglês de lado e passou a berrar em portunholiano: “VEM COMER! COMIDA!” What.

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Fomos também a Notting Hill onde visitamos sebos de livros, de vinil, lojinhas de antiguidade, artesanato e curiosidades. Os amigos compraram biografias e um livro de poemas da Patti Smith, enquanto eu babei nos singles dos Smiths e do Cure.

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Acabamos o dia num bar de tapas ao lado de uma pracinha gostosa, com mesas debaixo de uma árvore e cheio de gente vestindo preto, bebendo muito e falando alto. Pensei que fosse uma festa de empresa, mas depois descobrimos que era na verdade um pós-funeral e a galera estava bebendo o morto. Que devia ser escocês, porque geral estava enchendo as fuças de Famous Grouse e do nada apareceu gente cantando em gaélico e um cidadão vestindo saia xadrez e tocando Scotland the Brave numa gaita de fole, enquanto todos aplaudiam e dançavam e uma moça toda vestida de rosa ria entre lágrimas.

Na Oxford Street, aproveitando as promoções da HMV. Uma biografia ilustrada linda da Madonna (capa dura por quatro lilis!), um livro sobre a cena musical de Manchester recheado de fotos, dvds de Blue Valentine e Wilde e esse CD/livro da Tori Amos cuja existência eu até então desconhecia (cinco lilibetes).

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E, por falar em Lilibete… Taí a linda e TODA NATURAL, só que feita de LEGO e sentada não no palácio de Buckingham, mas no último andar da Hamley’s. Favor reparar no Corgi.

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Jóias da coroa:

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Fiquei esperando a cerimônia de troca da guarda e não rolou. Espero que estejam pagando hora extra a esse amigo aí, porque OLHA, o coitado não tem folga.

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Há mais fotos desses dias (e de outros) que não estão no celular.
Assim que eu puder dar uma respirada, volto aqui com elas. Promise. :)