Trippin’ back.

Cheguei ontem de viagem (cinco dias em Milão e dois em Hanover), louca pra cair na cama e dormir umas vinte horas, mas tive uma recepção deliciosa: Chantilly desocupou todo o conteúdo do seu intestino em cima do meu edredom. Impossível entrar no quarto, dado o cheiro. Recolhi o “material ofensivo”, abri as janelas, acendi uma vela BASTANTE perfumada e, às onze da noite, fui procurar no google o endereço de algum supermercado próximo que ficasse aberto 24 horas a fim de comprar outro edredon – porque todos os outros que temos aqui ela já tinha “batizado” e estão na fila da lavanderia.

E pensar que eu não tive filhos para não ter que lidar com excrementos alheios, HEIN.

Enfim.
Vamos falar de coisas mais, erm, “perfumadas”. Literalmente:

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Achei na H&M italiana, e eu sou A Louca das Latas. Os brinquinhos de tigre eu comprei por aqui mesmo (só não lembro onde); o porta maquiagem de renda também é H&M.

Como eu estava em Milão fui visitar as lojas da KIKO. Gosto dos esmaltes dessa marca milanesa, que só agora começa a fazer algum sucesso por essas bandas. A loja e as embalagens têm um jeitinho de MAC mas os preços são mais suaves, sem economizar na qualidade. Esses esmaltes custaram 1.50 euros cada e estou usando o cinza esverdeado há quase uma semana.

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De lá também vieram os lipglosses. Não gosto muito de maquiagem e muitas vezes um batom leve e máscara para cílios são as duas únicas coisas que me animo a usar. Tenho vários batons escuros, mas batons escuros e opacos envelhecem. Vamos testar então o efeito rejuvenescedor dos brilhinhos labiais.

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Esses aí se dizem “extra volume”, mas não percebi nada muito diferente – no máximo ilusão de ótica, já que os brilhos refletem a luz e fazem os lábios parecerem maiores.

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Continuando o assunto batom (futilidade imperando hoje, tenham paciência), olha só que bonitinhos esses protetores labiais. O da Hello Kitty veio de uma filial do Carrefour (!) em Milão. Tem cheirinho de framboesa mas só serve para proteção porque não tem cor. Já o da Labello… Não por acaso, minha marca favorita de protetor labial. No começo do ano achei dois na França (morango e cereja, maravilhosos) e dessa vez encontrei esse novo sabor (goiaba!) na drogaria Rossmann de Hannover. Se alguém achar protetores Labello em viagens, especialmente os da linha “Fruit and Shine”, compre sem pestanejar.

A caveirinha e o coração com a Union Flag são da Primark (a filial de Hannover acabou de abrir e, apesar de ser sucesso absoluto, não vive cheia de gente mal educada e que joga as roupas no chão como aquele pesadelo de Oxford Street); a estrela é da Forever21.

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O  ursinho panda e a coroa são do Ebay e a estrela é Forever21 – linda e brilhante, mas eu não percebi que estava com uma pontinha quebrada e a vendedora não me alertou. Ela certamente percebeu o defeito porque, assim que pegou o anel, berrou: “NÃO TROCAMOS BIJOUTERIAS!!” e eu lá, sem entender, fazendo cara de “whatever, filha”. Duh.

Um pedacinho de Milão, ao lado da inacreditavelmente linda catedral de Duomo. Segundo o Respectivo esse é o melhor chocolate quente da história da humanidade. Olha esse biscoito. Olha quanto chantilly. Olha esses saquinhos de açúcar em formato de coração. E a bebida parecia uma sopa cheia de pedaços de chocolate semi derretidos dentro. Até eu, que não gosto de chocolate, fiquei tentada.

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fall in love? fall in coffee!

Café no novo shopping de Hanover, a Ernst August Galerie. Três andares e bem organizado (this being Germany), mas achei meia bomba uma vez que a maioria das lojas lá dentro existe às dúzias do lado de fora. Enfim. O café estava péssimo. Nota-se imediatamente a diferença na qualidade quando se sai da Itália. Mas o pequeno Darth Vader foi uma tentação à qual eu não consegui resistir. Queria ter levado outros personagens, mas pegar leve nas inutilidades é preciso.

Come to the dar side… we have coffee.

Looking a lot like christmas.

Natal quase aí. Bem, na verdade, não. Estamos em meados de novembro ainda e eu já estou me adiantando. Mas não sou a única; cada vez mais cedo as lojas espalham festão e bolinhas coloridas pelas vitrines a fim de nos convencer a começar a gastar dinheiro.

Minha árvore + enfeites, luzinhas, guirlanda para a porta, christmas crackers e todo o resto ficaram em Jersey. Como neste natal eu estarei no Rio não estou lamentando tanto. Só pus na janela uns penduricalhos (de Chatsworth).

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Falling Leaves

O outono ainda nem foi embora. As folhas já cobrem o jardim, os esquilos já estão em alerta vermelho para encarar o frio e a escassez comida que se aproxima, descobri um porco espinho construindo seu abrigo de inverno no fundo do quintal e já passou da hora de limpar e guardar essa mesa e essas cadeiras. Porque elas não voltarão a ser usadas até, quem sabe, maio do ano que vem.

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A vista da janela do escritório. Agora que as folhas caíram eu volto a ver a rua que passa na lateral da casa.

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Tiny joys.

Estava percorrendo a TopShop outro dia quando vi essa caneca na seção de presentes.

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Como todos sabem, eu tenho obsessões por coisas aleatórias como necessáires, porta cartões, anéis, cadernos e, claro, canecas. Eis a última aquisição, uma vez que não consegui deixá-la na loja.

De Chatsworth também veio esse postal, reprodução de uma pintura da artista Maria Cosway. A retratada é Georgiana Cavendish, duquesa de Devonshire – sim, a mesma do filme com a Keira Knightley e parente distante da Princesa Diana. Ela tem uma biografia deveras interessante (meio mal contada no filme; “licença poética”) e era a verdadeira fashionista da sua época. Ainda bem que ela morreu há alguns séculos – do contrário estaria hoje vestindo color block, batom Snob, ankle boots e postando foto de look no blog.

Hidratante labial da H&M. Não consegui resistir às latinhas (esqueci de adicionar LATAS à lista de coisas randômicas que eu “coleciono” sem nem perceber). Elas são bem mais bonitas ao vivo.

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Essas aí vieram do Old House Museum em Bakewell. A Leone foi presente.

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Para finalizar esse post “enlatado”: minha mãe é fã dos chás da Twinings e me pediu algumas caixinhas. Resolvi colocar as teabags dentro dessa latinha meiga em comemoração ao casamento real; ela já veio da loja cheia de chá, mas era o comum matinal e mamãe prefere os de fruta.

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Autumn in Suburbia

Fiquei sem internet anteontem por mais de 20 horas. Nunca me diverti tanto.

Fui fazer fotos do outono no Eagle Pond mas falhei porque, quando cheguei lá, percebi que a maioria absoluta das árvores do parque eram evergreens – ou seja, folhas verdinhas, todas intactas nos respectivos galhos. O display outonal estava bem mais interessante na avenida principal do meu bairro; só que boa parte das folhas só que boa parte das folhas já estava igual ao predinho da Maria do Carmo segundo a dona Armênia, ou seja, na chón (noveleiras vintage, hello).


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Sempre um FDP pra poluir.

Ladies who lunch.

Eu gosto da expressão “ladies who lunch” (damas que almoçam) para designar as senhoras/senhoritas de sociedade que fazem pouco ou nada além de se reunir para almoçar. Jersey é cheia delas, na versão terceira idade ou então “yummy mummies” – as mamães de skinny jeans e botas UGG. Estou apenas fazendo uma observação sócio-cultural, não julgando ou criticando o estilo de vida das pessoas. Até porque eu poderia me considerar uma “lady who lunch”; a diferença é que meu “lunch” costuma ser uma salsicha na frente da TV.

Mas, quando temos companhia, por que não? Estive em Jersey há umas duas semanas e, aproveitando a licença maternidade da amiguinha, fomos almoçar no Rozel Inn.

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Meia porção de “hambúrguer” pra J. Olha o tamanho desses onion rings…

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She thinks it’s yummy.

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Belly pork + vegetables. Vinha originalmente com purê de batata, mas preferi pegar leve e optei por essa meiga tigelinha de saúde. Pena que no Brasil o costume de fazer legumes no vapor ou no forno seja menos difundido. Depois que prová-los assim você nunca mais vai querer jogar a sua cenourinha/batatinha/brócolis num balde de água e fervê-los até que percam toda a forma, cor e sabor.

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Ladies? Nem tanto. :)

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About my Boy.

Respectivo tem 1,84m de altura (eu acho), uns 70 e tantos quilos, cabelos loiro escuros, olhos azuis, pernas bonitas e eu adoro as bochechas dele.

Ele gosta de chá, carros, história, livros, vacas, alho, Led Zeppelin, documentários sobre guerras, sapatos confortáveis, física, química, arquitetura, música clássica, tratores, assistir Top Gear, Fórmula 1, cheiro de bacon, comédias românticas, florestas, rios, montanhas, meias listradas, queijo cheddar, loção pós barba da Floris, pizza Super Supreme do Pizza Hut, aviões, Meccano, montar coisas, inventar músicas, cozinhar, cerveja real ale, churrasco, desenhos animados, trocadilhos, esquiar, cigarro, pulôveres de cashmere e a palavra “poo”.

Ele não gosta de coco ralado, praias, datas comemorativas, sungas, novelas, hospitais, pipoca doce, barbas, R&B, música alta tocando em lojas, lugares superlotados, filmes sem final feliz, cheiro de esmalte, magpies, moscas, dançar, bonecas Bratz, histeria, telefone, calor, franceses, maçanetas redondas, sapatos de bico fino, bermudas, combinar a meia com o sapato, racismo, jiló, margarina, iPads, arte contemporânea, backseat drivers, facas sem corte, chuveiros ruins, hostels, farofa, pessoas sem senso de humor.

Reza a lenda que inglês não curte public displays of affection. Escandinavos, eu suponho, devem curtir menos ainda – então o mix ali não era muito promissor. Entretanto, logo no segundo dia em que saímos juntos na rua, ele pegou na minha mão. Nenhum dos meus exes gostava muito de pegar na mão, e eu fiquei desconcertada. E me senti tentada a tirar a mão dali com algum pretexto (procurar algo na bolsa, arrumar o cabelo, etc), mas resolvi que ia deixar ficando até segunda ordem porque hell, eu tinha me dado mal no quesito romance até então e merecia, pelo menos, acreditar.

Corta. Pula para dois adultos saltitando pela rua. Mas saltitando mesmo, no sentido literal da palavra, absolutamente sóbrios, sem o menor traço de álcool no sistema. Ou dançando ao som da música de fundo das lojas de departamento. Temos várias músicas compostas um para o outro, para eventos que aconteceram, para as gatas, e cantamos muito, o tempo todo. Ele sempre fala de mim para as pessoas e a secretária dele já disse que não aguenta mais ouvir.

Ele sempre me abraça no metrô e me dá beijinhos na testa, uma coisa que eu raramente vejo outras pessoas aqui fazendo. O metrô londrino é meio estranho, os bancos são virados uns para os outros e as pessoas são obrigadas a se encarar em silêncio por vários minutos – e como aqui encarar é considerado deseducado, elas então encaram o chão, o jornal, o iPad, qualquer outra coisa. Mesmo que alguns nos olhem feio (e olham) e eu às vezes fique sem graça (não deveria) nunca reclamo ou me esquivo do abraço e do carinho.

Não creio que tenha se passado um dia sem que ele tenha me dito que me ama e que “you’re my beautiful girl”. Tanto que às vezes até acho que acredito.

Não trocamos presentes em datas especiais. Na verdade não ligamos muito para datas. São apenas um número no calendário com o objetivo de aquecer a economia fazendo com que as pessoas comprem coisas. Ele, no entanto, nunca se esquece de trazer minhas revistas. Sempre se lembra, todos os meses, de todas elas e não perde nenhuma. Quando esqueci meu chapéu preferido numa estação de trem, ele rodou a cidade inteira por semanas até encontrar outro igual. E sempre traz alguma bobagem barata da rua que o fez se lembrar de mim.

Todas as manhãs, todas mesmo, antes de sair para o trabalho, enquanto eu ainda estou meio adormecida, ele me traz uma xícara de chá ou café com leite, canta uma música boba (temos um pequeno porém selecionado repertório) e às vezes faz uma dancinha. É o nosso ritual matinal diário. E quando estamos longe um do outro ele me liga de manhã para cantar e à noite para me desejar boa noite. Não importa o que aconteça, não ficamos um dia sem nos falar desde que nos conhecemos.

Em Hannover na Alemanha, onde moramos entre 2007 e 2008, tem um ralo no meio da rua que toca músicas aleatórias. Apelidamos de Musical Drain e sempre que passávamos ali perto, tínhamos que ir até o ralo, descobrir o que estavam tocando e dançar. Muita gente passava e achava graça, mas certa vez olhamos para trás e havia um casal de velhinhos dançando também e rindo muito.

Vi o meu futuro ali e achei lindo. Sorrimos de volta e continuamos a dançar.