Depois de passar horas tentando comprar uma passagem de avião pela inútil EasyJet (o nome ImpossibleJet faria bem mais sentido), desisto e resolvo descansar uns dez minutos porque de tanto segurar o fone na orelha eu já não estava mais sentindo o meu braço. Para matar o tempo sentada no sofá, começo a folhear as páginas do meu passaporte distraidamente até me dar conta do pequeno detalhe: o dito cujo tinha EXPIRADO. Em MAIO.
Eu aqui, numa boa igual à poupança Bamerindus, achando que passaporte tupiniquim era igual a passaporte ingrêis que só expira em dez anos. São CINCO, Braziu. Resumo bem resumidinho da ópera: MIFU. Agora, passaporte vencido, duas opções: correr e dar entrada no pedido de cidadania e passaporte (processo que pode levar até oito meses) ou correr e renovar o verdinho e ficar à mercê do consulado – que já está com todos os horários agendados até OUTUBRO.
O que significa que minha viagem para Tóquio dançou. Fuck my Life. Passeio, por enquanto, só pelo Reino Encantado, porque não preciso de passaporte para vôo doméstico. Bora ir encher o pote de cerveja na Irlanda e acordar com o nariz num bueiro cantando “Danny Boy”. Maaas enfim, podia ser pior. Eu podia ter conseguido comprar as passagens. Olha o prejuízo aí, minha gente. Me livrei; thanks, EasyJet, por não prestar.
E por falar em cerveja, algumas ilustras da festinha que se estendeu pelos domínios do La Calla, do Dog and Sausage e do fatídico The Lounge (que anda sempre TÃO vazio que me pergunto COMO eles conseguem pagar o aluguel do imóvel). No Dog and Sausage tive que aguentar um inglês bêbado me pedindo pra “dar uma sambadinha”, porque B1 havia lhe informado que éramos brasileiras. Minha contra-proposta: “só se você me fizer agora uma xícara de chá vestido de guarda do palácio de Buckingham”. Aí ele foi tentar imitar os guardinhas e caiu. STRIKE.

A cara das pessoas vai piorando gradativamente à medida que a noite vai deixando de ser uma criança. As poses também (prometi que não ia postar as piores).
E por falar em festa, buátchy e banheiro… Se há uma coisa que me irrita é ter que esperar anos numa fila de banheiro porque as moças não conseguem simplesmente fazer xixi. Precisam faxinar o banheiro sempre que vão utilizá-lo (não seria mais fácil comprar uma bolsa maior e carregar escovão e água sanitária?). Ok, a natureza resolveu que mulheres deveriam fazer xixi sentadas, mas se todas as mulheres de fato se SENTASSEM na privada ao invés de tentar fazer tiro ao alvo ou praticar kama sutra com o vaso sanitário, não haveria xixi respingado em volta. Fica-a-dica.
Quando há xixi respingado em volta (quase sempre), eu suspiro. E passo um pedaço de papel higiênico em volta e me sento. No fim das contas, por causa do ácido úrico, o xixi é um líquido estéril. Ninguém precisa nem quer se sentar numa poça de mijo, mas um eventual respingo não vai implantar nenhum alien no seu corpo, juro.
Outra coisa que não entendo: a necessidade de sempre carregar uma amiga para ir ao banheiro. Quantas vezes ofendi involuntariamente as minhas quando, na mesa com outras pessoas, elas me puxavam o braço e diziam “ain, vamo no banheiro?” e eu, sem entender o modus operandi da coisa: “não, tudo bem, eu não preciso agora”. A resposta costumava vir em forma de muxoxo e algo como “AI SUA GROSSA, PRA ME FAZER COMPANHIA!”, e eu não podia deixar de pensar se ela tinha medo da loira do banheiro ou se ia querer que eu entrasse no cubículo com ela, sentasse no seu colinho e fizesse cafuné enquanto ela completava a tarefa. Façam-me o favor, marmanjas.
A melhor coisa de se ir pra balada com uma amiga não é carregá-la pro banheiro com você; é pedir a ela que continue na mesa tomando conta da sua bolsa. Porque levar BOLSA pra banheiro feminino (onde muitas vezes não há nem papel higiênico, imagine lugar para “pendurar acessórios”) é que é a verdadeira roubada. Fica-a-dica-II.