Quem encara o 9 às 5 diário aqui raramente almoça; afinal, a pressa é inimiga da digestão. A não ser quando se trata de um almoço com clientes, a maioria acaba pegando um daqueles combos de “sanduíche + bebida + batatinha frita” que se encontram à venda em lugares tão díspares quanto drogarias e livrarias. Quem estiver disposto a gastar um pouco mais (e ter lugar para sentar), procura por lojas de rede como Starbucks, Nero, Pret A Manger, EAT, Costa e similares, que se espalham feito praga pelas metrópoles.
Dessa vez fui experimentar a EAT. Eu estava na TopShop de Oxford Circus, com uma cesta cheia de meias e camisetas, morrendo de cansaço e fome e querendo fazer xixi. O café, que fica dentro da loja, me oferecia sofás acolchoados, banheiros limpos e estava bem ali na minha frente; eu nem precisava enfrentar a fila pra pagar minhas compras e sair da TopShop para procurar um café. Nem pensei duas vezes. Minha escolha: sanduíche de peru com frutas silvestres (cranberries, e o Google me traduziu como OXICOCO. Socorro), coca cola e um singelo cupcake rosa com uma florzinha de marzipan.

Preço: pouco mais de seis libras. Veredito? Bastante aceitável.
Quando estou pelas imediações, costumo almoçar em chinatown. Muita variedade em termos de comida asiática, a maioria dos estabelecimentos bem descomplicada, no estilo bufê. Gosto do Wasabi, que não é chinês e nem fica em chinatown, mas deve ser a rede de sushi fast food mais famosa de Londres. Meu preferido é o da Oxford Street que fica quase em frente à Selfridges, com bastante lugar para sentar (desde que você chegue antes das 11 da manhã). Pegue um bentozinho de papelão, escolha os seus sushis (ou um bento já montado, ou um baldinho com carne + arroz ou noodles) e manda ver. :)
F. em chinatown desprezando a minha escolha de bebida. Mas esse suquinho de uvas verdes com pedaços de fruta é o paraíso geladinho por menos de uma libra.

Para onde você olhe em chinatown, haverá uma vitrine de restaurante coberta de patos à moda de Pequim, só esperando um prato (novamente, vegetarianos, sorry pela foto):

Lá você também acha lojinhas vendendo todo o tipo de tranqueira oriental, os docinhos com as embalagens mais fofas, centenas de balas, biscoitos e pudins com a Hello Kitty de garota propaganda e os “bolos de padaria” mais bonitinhos da cidade:



Juro que um dia vou comprar um bolo desses só pra mim, e descobrir se eles são apenas bonitos ou também gostosos (dúvida que sempre me assola quando se trata de sobremesas orientais).
E quanto aos doces, dessa vez não pirei muito. Só comprei essas balas de leite (mastigáveis e viciantes), o suco de líchia (ok) e os biscoitinhos com cara de sorvete – meio sem graça, porém embalados individualmente em envelopinhos em tons pastéis. Ah, os japoneses…

Outro restaurante oriental favorito é o Wagamama. Está por toda a parte e você pode esperar boa comida, preços acessíveis, cardápio interessante, mesinhas comunitárias (onde todo mundo se senta junto, o que não significa que você vai sair do restaurante cheio de amigos) e MUITA FILA nos horários e locações mais concorridas.
Eu, R. e E. chegamos já bem tarde, pouco antes das dez da noite (já estavam quase fechando), e o lugar estava quase vazio. Foi uma experiência única; acho que o mais perto que cheguei de um Wagamama às moscas foi em Earl’s Court, mas também porque o lugar não é central e eu cheguei no meio da tarde. De entrada, edamame beans cozidos com sal marinho em cima. Yummy:

Eu não lembro, nem fotografei o que o E. pediu; mas a R. (que nunca tinha comido ali) confiou na minha dica e pedimos um chicken curry katsu, meu prato predileto do cardápio. Por sorte ela amou, se bem que a meu ver não tem como não amar arroz branquinho + fatias finíssimas de frango à milanesa super macio + curry bem leve e uma saladinha refrescante com molho delícia:

Se você tem gostos mais patrióticos e não abrir mão de típica comida de boteco carioca quando estiver nos domínios de Lilibeth, também não precisa arrancar os cabelos. Pois em verdade vos digo: as melhores coxinhas que já comi na vida saíram todas daqui. E com guaraná Antarctica gelado ainda; o que mais você quer?

Se você precisa matar a saudade de casa então corra para um dos muitos restaurantes “brazucas” (esse termo agride meus tímpanos, mas enfim) localizados em áreas como Camden, Kensal Green, Willesden, Kensal Rise, Charing Cross, Oxford Street… Desculpem as fotos sem foco e feitas às pressas; nós estávamos com fome!




A caipirinha de morango é uma delícia, mas não vale o preço cobrado porque o copo tem mais gelo do que bebida; uma pena. A feijoada também é ótima, mas vem da cozinha com uma mixaria de farofa, que aliás tem cara de ser daquelas em saquinho da Yoki (talvez até seja), sem falar na quantidade ridícula de couve. Pelo preço eu esperava mais. Já o “snack platter” (bandeja de salgadinhos) é value for money; vem bastante coisa e, na foto, você pode ver F. em apuros para conseguir terminar o dela (é claro que nós ajudamos, hehe).
Outro porém foi o garçom, medianamente gatinho, que não quis nem por decreto dizer para as moçoilas solteiras e interessadas (tô fora desse grupo) que era de Portugal, mesmo com a cara de Manuel e o sotaque pesado. As meninas perguntaram de onde ele era, já que a maioria dos garçons dos restaurantes brasileiros é paulista, mineira, carioca ou goiana e estranhamos o maluco só falando conosco in english.
Manuel: “I’m from Europe”.
Lolla: “But where in Europe?”
Manuel (virando as costas): “I’ll leave you guessing, ora pois!”
(ok – o “ora pois” é piada)
Por fim, um cafezinho no Ritazza, pra descansar de tudo isso. Latte Macchiato na filial de Victoria Station, na companhia da edição de Julho da Nylon:
