Potting and posing.

Só mais um antes de ir? Porque eu totalmente esqueci de plantar os meus bulbos! Fiz isso ontem correndo, armei uma zona na sala (porque apesar do sol, seis graus; sem condições ficar fazendo buraco no jardim) e no quintal de trás, mas pelo menos (depois de plantar cento e sessenta bulbos!) agora tenho a esperança de encontrar tulipas, jacintos e crocus me esperando quando eu voltar.

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E, como eu já tenho “sapatos sérios” o suficiente para esta encarnação…

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Nem sei exatamente onde ou quando usá-los, but by God, a diversão que eles já me proporcionaram já valeu o preço. :)

Quase indo.

Viajo em alguns dias e é bem provável que este seja o meu último update do ano. Vou sentir falta desse quarto e, de certa forma, dessa mini ilha estranha que anda me aborrecendo tanto. Suas casas com cara de maison francesas, nomes das ruas em francês, bean crock e fudge, uma espécie própria de vacas e um idioma moribundo que ninguém usa mais. Sem Ikea, Tescos ou Asdas, mas com lojas de cerâmica, pérolas, um parque de diversões no meio de uma plantação de milho e um zoológico que não é zoológico, mas um centro de preservação para espécies em risco de extinção. Sem taxas ou VAT, sem Burger King, um único McDonalds, súdita da Rainha mas com governo próprio. Nada e tanto ao mesmo tempo para se fazer e se ver. Tão perto da França que nem devia ser Grã-Bretanha. Tão inglesa que não poderia ser outra coisa.

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Deixo uma foto do último “destroy it yourself” do ano; a alteração de uma antiga prateleira de CDs, que manteve o propósito mas mudou de cor:

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E as leituras de férias. Não por coincidência, todas trazendo relatos de pessoas que trocaram seus países por outros; seja por trabalho, por amor ou por pura e simples obra do acaso. E que muitas vezes se questionam, muitas vezes detestam tudo e noutras sentem culpa, se divertem e se irritam com as diferenças, sofrem e aprendem, sentem saudades “de casa” ao mesmo tempo que não reconhecem mais os lugares de onde vieram. Impossível não se identificar com toda essa gente e suas histórias tão semelhantes, mesmo que o destino os tenha levado a lugares tão díspares. Nunca mais seremos os mesmos, nunca mais nos sentiremos em casa em lugar nenhum. Mas nos sentiremos em casa em todos os lugares. Uma maldição e uma bênção.

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Time to go, kiddos. Como eu provavelmente não terei internet, não esperem posts regulares aqui; até lá, divirtam-se com os arquivos desse blog, com os meus posts no Mão Feita e com os arquivos do Lolla Loves, cuja proposta é fazer pelo menos um post diário com algo que eu realmente goste; será que consigo mantê-lo nas férias? Só o tempo (e o serviço de telefonia/internete do Rio de Janeiro) dirão.

Para recados, Orkut e Guestbook. Para manter contato e ler notícias imediatas, Twitter. Para emails, gmail. Todos ali na sidebar.

Se não cair, eu volto.
Feliz Natal.

Brand new shoes.

Bom, paguei essa joça de site por mais um ano. Então é preciso usar para alguma coisa. Ainda que seja mostrar meus sapatinhos novos:

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Pouco salto e T-Bar como eu queria, 13 libras cada na ASOS e foram entregues dois dias após a compra na minha porta via courier. Quanto paguei pelo shipping? NADA. Considerável diferença da Amazon, que levou DUAS semanas para entregar o laptop que me dei de presente este natal, sendo que eu paguei extra pela”entrega expressa” – que nunca aconteceu. Pelo menos me devolveram o dinheiro do envio.

Watch that girl.

Há uns bons anos atrás eu tinha uns 15 e estava dentro de uma papelaria no shopping com o meu então namorado. Papelaria essa já famosa entre as minhas amigas (maníacas por papel de carta e canetas da Hello Kitty, como eu) porque tinha os vendedores mais carrancudos e antipáticos, que te fazem crer que sorrir dá câncer. Então lá estava eu, com uns três ou quatro pacotes de coisinhas nas mãos, percorrendo prateleiras com os olhos quando percebi que uma das vendedoras me seguia pela loja. Como eles não trabalham por comissão (o esquema é pegar na prateleira e pagar no caixa) aquela “atenção” só podia vir de um lugar: a suspeita de que eu pretendia sair sem pagar.

Ok, santa nunca fui. Confesso uns dois ou três micro furtos (balas e cartelas de adesivos) na infância numa filial das Lojas Americanas da minha cidade para poder sair rindo, me achando muito esperta e contar para as amiguinhas da escola – que tinham feito o mesmo. Uma espécie de rito de passagem para a adolescência, do qual nunca me senti particularmente orgulhosa; daí não ter perseverado na prática. Apesar de essas infrações do passado não estarem escritas na minha testa, eu estava então passando perto da porta (e o que eu trazia nas mãos não tinha tag eletrônica e não iria “apitar” se eu tentasse sair), “justificando” a atitude daquela senhora, que não se dava sequer ao trabalho de disfarçar com um sorriso quando nossos olhos se cruzavam. E não pude deixar de perceber que, entre os clientes da loja que NÃO estavam sendo seguidos, não havia nenhuma moreninha mal vestida.

Verão no Rio de Janeiro. Short, camiseta e chinelo. Eu entrei no Rio Sul pra matar a vontade sazonal daqueles “sundaes” horríveis com gosto de xarope do McDonalds. O namorado, que detestava shoppings e McDonalds e tinha protestado em vão, agora estava ali na mesma loja, pesquisando miniaturas sem ser perturbado ou seguido. Short, camiseta e chinelo também, mas branco, cheirando a perfume caro e um metro e noventa de altura ele podia vestir e fazer o que quisesse. Como de fato fez: assim que percebeu o mesmo que eu tinha percebido (prova de que eu não estava delirando), foi até à vendedora e quis saber por que ela estava me seguindo. E completou com a frase arrogante e que me fez, apesar de tudo e até hoje, corar de vergonha: “o limite do cartão de crédito dela é maior do que o seu salário num ano”.

Blefe, é claro. Eu ia pagar pelos papéis e canetas com o dinheiro, porque o meu primeiro cartão de crédito, com um limite SUPER modesto, só veio anos depois quando eu finalmente pude abrir uma conta universitária. O cartão com limite alto era o dele. Que me pegou pelo braço e me fez sair da loja, do shopping e fomos parar num boteco. Pela irritação no seu rosto eu compreendi que preconceito era até então uma coisa que só acontecia com os outros, e não com alguém próximo. Acredito mesmo que tenha sido a primeira vez que ele presenciou tal coisa de perto, e que o incidente tenha deixado lembranças e lições em ambos, ainda que diferentes.

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Por que estou contando tudo isso? Porque ontem senti vontade de usar aquela inesquecível frase arrogante de novo, quando dentro de uma filial da Accessorize, uma vendedora que antes apenas me observava à distância passou a me seguir pela loja. Eu tinha apenas um beret de tricô e uma pulseirinha vagabunda nas mãos, por isso considerei desnecessário pegar uma cesta enorme e ter que transitar com ela por uma loja lotada. Achei engenhosa a forma como ela sempre dava um jeito de ficar entre mim e a porta de saída. Achei corajosa a atitude de não retribuir o sorriso que dei (para tentar desarmá-la) e continuar a me seguir. Achei triste que eu tenha sido a única escolhida, entre as muitas mulheres que perambulavam pela loja, para ser vigiada de perto. Tênis, jeans e um tricot da Zara. Mas ainda diferente. Ah, isso não muda.

Ontem eu provavelmente não estaria blefando se dissesse que o limite do meu cartão de crédito (ok, vá lá – adicional) era maior que o salário anual dela. Vendedoras de loja, mesmo aqui, ganham pouco – principalmente as mais jovens. Mas acredito que certas lições chegam na hora certa pra todo mundo e decidi que o racismo, a grosseria e o preconceito que eu considerava lamentáveis naquela pessoa não iriam encontrar ressonância nas minhas atitudes. Se ela tiver que aprender um dia a ser mais tolerante, não seria a minha intolerância a ensiná-la.

Paguei minhas comprinhas no caixa, vesti meu beret novo e fui tomar um cappuccino.

Amizade bovina.

E, já que eu menciono vacas na apresentação desse site, achei que devia apresentá-las aos leitores. Não são minhas, mas são vizinhas e batemos altos papos quando a temperatura permite (imagens feitas ontem no ponto de ônibus):

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Vi a internet inteira fazendo essa survey/meme aí embaixo (que rodou o livejournal há uns anos atrás) e me pergunto; será que ninguém percebeu o título? Originalmente, você só pode responder a cada pergunta com UMA palavra. Resolvi refazer a minha:

One Word Meme
Onde está seu celular? Bolsa.
Onde está a sua cara-metade? Banheiro.
A cor do seu cabelo? Pintado.
Sua mãe? Falante.
Seu pai? Esperto.
Seu objeto favorito? Câmera.
Seu sonho na noite passada? Bizarro.
Seu objetivo? Risadas.
Onde você está? Sótão.
Seu hobby? Daydream.
Seu medo? Voltando.
Onde você quer estar em 6 anos? Estabilizada.
Onde você estava na noite passada? Cama.
O que você não é? Carente.
Item na sua wishlist? Bonecas.
Onde você nasceu? Longe.
A última coisa que fez? Banho.
O que está vestindo? Lã.
Sua TV? Desligada.
Seus animais de estimação? Lindas.
Seu computador? Vaio.
Seu estado de espírito? Apreensiva.
Sentindo falta de alguém? Sempre.
Seu carro? Pânico
Algo que você não está vestindo? Chapéu.
Loja favorita? Drogarias.
Seu verão? Frustrante.
Ama alguém? Ainda.
Cor favorita? Todas.
Última vez que sorriu? Hoje.
Última vez que chorou? Esqueci. :)

Mão Feita

Fui convidada pela Letícia a fazer parte do time de meninas que escreve o Mão Feita, um blog sobre… esmaltes. Isso mesmo. Pouca gente sabe que eu gosto mais de esmaltes do que de maquiagem. O motivo? As minhas mãos merecem! Elas são MUITO mais bonitas do que a minha cara!

Então vou transcrever aqui o meu post de apresentação no bloguinho de esmaltes; como já foi publicado lá faz tempo, acredito que as meninas não vão se importar…

“Quando eu tinha uns doze anos entreouvi uma daquelas conversas de mães na sala, onde a minha confidenciava às outras algo mais ou menos assim: “minha filha pode até não ser uma miss brasil, mas tem unhas maravilhosas!”. Ao invés de ficar traumatizada para o resto da vida, saí saltitando pela rua e, com o dinheiro da mesada, comprei o meu primeiro vidro de esmalte. Vermelho da Risqué.

Lembro também o dia em que eu, nos velhos tempos de pseudo gótica juvenil, cheguei em casa com cara de quem havia descoberto a pólvora e as unhas pintadas de preto. Descobri o esmalte na casa de uma prima, que o havia comprado numa viagem ao exterior. Eu nunca tinha visto aquela cor antes e estava ali a resposta para o meu dilema: como ser levada a sério como gótica com as unhas pintadas de pink?? Meses depois me apaixonei por um playboyzinho e arquivei minhas pretensões de gótica wannabe – mas os CDs do The Cure e, claro, o esmalte preto, ficaram para sempre.

De resto, quis participar do Mão Feita pelo mesmo motivo da Renata – me forçar a fazer as unhas pelo menos semanalmente. Não há desculpa, já que tenho tempo e uma necessáire cheia de esmaltes. Aliás, existe melhor pick me up do que comprar esmalte novo? É baratinho, satisfaz um impulso consumista-girlie sem quebrar a conta bancária e não falha em nos deixar felizes e loucas pra correr pra casa e ver como fica. Eu sou a louca que se esbalda nas lojas “testando amostras” e sai com cada unha pintada numa cor diferente.

Dito isso, também sou a louca que nunca vai à manicure. Sério, devo ter ido umas duas vezes na vida e odiei cada segundo. Detesto gente futucando minhas mãos com artefatos pontiagudos – acho desconfortável e desconcertante. Faço eu mesma porque EU sei quando está doendo e a hora de parar; e também porque moro nos cafundós do Reino de Elizabeth e manicure aqui cobra o olho da cara e faz um serviço pior do que o meu. E, horror dos horrores: eu NUNCA tirei a cutícula. A vantagem é que, como nunca tirei, ela nunca teve que crescer de novo e é praticamente inexistente.

Ok, apresentação feita, vamos ao Esmalte da Semana:

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Estou usando o 1 Seconde da Bourjois, na cor Rose Pearl, que é um rosa bem básico e bonitinho (a foto é péssima porque não refletiu o brilho). Estou tão apaixonada por esse esmalte que amanhã vou à cidade comprar todas as cores disponíveis (não muitas, felizmente). Além de a textura ser ótima (cremosa sem ser grossa, nem rala demais), o formato do “pinceau panoramique” é fabuloso. Você cobre praticamente a unha inteira com uma única passada. Eu consegui pintar a minha mão direita sem borrar; feito até então impossível. E dura bastante – pintei na segunda, hoje já é sexta e ele ainda está quase intacto. E oi, eu sou dona-de-casa.

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Sem contar que seca em menos de um minuto; um dos motivos pelos quais eu demoro a fazer unha é a PREGUIÇA de esperar o esmalte secar.
É, eu sei. Imperdoável. Mas prometo mudar. Yes, we can!”

O resto dos meus posts está aqui, e visitem o blog, que é gostoso de ler até para quem não é “nail varnish addict” como as autoras. ;)

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O que acontece.

Dezembro começou, e quem tem um calendário do advento já pode começar a contar os dias até o Natal. Minha mãe está tão animada com a nossa presença por lá que até comprou uma árvore – pena que os enfeites são azuis. Acho gélido. Não tenho idéia de onde passar o Reveillon. Meus amigos, como era de se esperar, se revelaram inúteis e não foram capazes de dar UMA sugestão do que esteja disponível na cidade. O mais legal vai ver esse mesmo pessoal se enfiando em festas ÓTIMAS de última hora enquanto eu provavelmente pastarei em Búzios (ok, eu sei que Búzios é lindo, mas pacotes de Reveillon são longos e EU NÃO GOSTO DE PRAIA) ou Itaipava (eu adoro serra, mas Reveillon em Itaipava deve ser tão animado quanto missa de sétimo de dia).

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Moça aqui no rádio acaba de ganhar uma viagem para passar o Natal em Paris. Reação da peça quando o locutor anuncia? “Thanks”. Assim mesmo, sem nem um ponto de exclamação. Não é regra geral, mas DEUS, como existe gente apática nesse país. Se NADA é uma boa razão para celebrar, então por que será que eles bebem tanto? Quando tudo vem fácil demais, as pessoas acabam perdendo o entusiasmo.

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Por falar em beber, estou aqui curando a ressaquinha de sábado com… uma garrafa de Merlot. E uma bacia de tempura prawns. Desde que essa maldita deep fat fryer adentrou a porta da frente, a minha qualidade de vida caiu. E subiu. Bom, sobe quando eu estou feliz, on a tempura high, fritando bacias de batata frita para toda a família (ou seja, eu e as bonecas… e, como bonecas não comem…) mas cai vertiginosamente quando eu subo na balança e me deparo com o horror. Mas enfim, enquanto a gente estiver conseguindo passar pela porta, estamos no lucro.

A ressaca de ontem veio de uma festa inesperada para celebrar a minha viagem de volta à terra mãe. Uma louca chegou trazendo uma caixa de Sagres (cerveja portuguesa, simplesmente horrível; mas eu tinha Heinekens e Kronenbourgs na geladeira) e vinte minutos depois ligamos para a outra, cujo marido também estava viajando. Ela veio trazendo o cachorro. Cerveja + batata frita + Irene Cara cantando FAME! na TV + meus CDs do Kool & the Gang. Mood “paetês e Lantejoulas e shortinhos de nylon dourado” – acho tendência.