Ainda Março.

É verdade. Não se faz um post sobre catástrofes naturais para em seguida sumir. Mas não temam, a tempestade já passou faz tempo (mas o céu cinza e a chuva tediosa persistem) e eu não fui levada pela ventania. Estou viva. E a ilha vai se recuperando, porque é preciso muito mais do que um ventinho pra estragar isso aqui:

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Me sinto meio alienígena na páscoa, quando todo mundo só sabe falar sobre chocolate e reclamar do quanto vão engordar por tê-los comido, se esquecendo de que comer chocolate não é obrigatório. Esse ano ganhei um único coelho de chocolate (do verdureiro…), doado ao Respectivo, que deu cabo do infeliz em menos de meia hora.

Ah, sim. Respectivo aportou por essas bandas na quarta à noite e se manda de volta pra chucrutelândia dentro de algumas horas. Na mesma quarta feira à noite eu resolvi tropeçar na escada e torcer o pé. Passei o feriado de molho, mancando feito uma égua com a ferradura vencida e com o pé coberto por um esquema de cores psicodélico: roxo, amarelo, rosa, azul e preto. you can’t get any more swinging sixties than that.

Ressaca em Jersey

O pau quebrou na orla essa semana. O mar se revoltou numa crise conjugal com a lua e arrasou com a orla de Saint Aubin e Saint Helier.

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Mas não é como se faltasse dinheiro nesse pequeno recôndito do planeta, portanto daqui a alguns dias vai estar tudo novinho em folha de novo. :)

Get out of my dreams, get into my car

Marlene pegou o carro temporário hoje, um velho Skoda Felicia azul que vai quebrar um galho. Ela comprou esse carro por um valor que não compra uma bicicleta velha no Brasil. O mercado de carros usados aqui é excelente pra quem comprar e ruim pra quem vende, pois eles desvalorizam muito e rápido.

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Almoçamos no Rozel Inn e depois fomos passear na praia/roubar batatinhas Pringle’s da Cindy.

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Light gardening

Aqueles daffodils já estavam mortos e secos, então se fez necessário ir em busca de outros pra dar um restart na jarra. Calcei minhas botinhas-de-chuva tendência, agarrei minhas tesoura de cozinha e, com tempestade e o escambau, me lancei à tarefa.

Logo na porta encontrei shamrocks – ok, shamrocks they aren’t, but very saint patrick’s day nonetheless, huh?

Essas camélias também estavam na porta, e crescendo assustadoramente. Lindas, só espero que as raízes não joguem minha casa no chão.

Eis as vitimas! A parte ridícula da coisa é que eu tenho pena de cortá-los. No fundo eu acho que flores devem crescer ao natural, em seus habitats, da terra e para a terra, sem escalas dentro de apartamentos, cozinhas, em cima de mesas ou defuntos. 90% das flores que tenho dentro de casa são artificiais. Me sinto uma assassina de plantas quando as corto – o narciso da direita estava lindo demais para ser cortado e foi poupado da carnificina vegetal.

E a recompensa da jardineira: gin + suco de framboesa + morangos cortadinhos. Pode fazer em casa; não abuse do gin – ou vodka, caso prefira – mas deixe os morangos dar uma leve marinada no alcóol antes de pôr o suco.

E agora vou ali fazer a dança da chuva ao contrário no quintal, na esperança que essa tempestade de vento vá brincar de sacudir arvores em outro canto.