Babies, indo pra Cape Cold now. Volto ano que vem (ou seja, em menos de 15 horas, hahaha).
Sério: os doidos que vão comigo devem voltar no domingo, mas como eu detesto praia e vou só pra beber em quiosque de orla e observar o movimento, devo me cansar disso lá pela sexta feira, mesmo. Mas não prometo nada.
Devidamente roubada e adaptada da F.:
+ o que você fez em 2003 que nunca fez antes?
hm… sei lá. Escolhi a cor da parede do meu quarto.
+ Você manteve as resoluções de ano novo de 2003, e fará novas para 2004?
Eu nunca faço isso. Perda de tempo.
+ Alguma pessoa próxima teve um bebê?
Acho que não.
+ Alguma pessoa próxima morreu?
Sim, sim.
+ Que lugares você visitou?
Bem poucos, pro falta de tempo. E eu estava gastando muito dinheiro com coisas idiotas. Em 2004, se eu continuar no trabalho, continuarei guardando grana – mas para coisas legais.
+ O que você gostaria de ter em 2004 que faltou em 2003?
Hm… qual o limite de caracteres dos posts?
+ Que data de 2003 vai ficar marcada em sua lembrança?
não foi um acontecimento legal.
+ Qual sua maior realização no ano?
Eu comprei uma coisa que eu queria muito. E aprendi a ser menos babaca – um pouco menos. E conheci gente nova legal. E acho que me livrei dos carmas de gente filhadaputa da internéte.
+ Qual foi o seu maior fracasso?
Emocionalmente falando, o ano foi meio pífio.
+ Você teve alguma doença?
Sim, mas tudo se resolveu bem. Nem doenças me aguentam por muito tempo.
+ Qual foi a melhor coisa que você comprou?
apesar de tudo, minha câmera.
+ Que comportamento mereceu comemoração?
nenhum.
+ Que comportamento foi deprimente?
o resto do mundo cabe numa resposta?
+ Pra onde foi a maior parte do seu dinheiro?
na manutenção desse computador.
+ O que te deixou realmente excitado:
fazer fotos e ouvir música boa.
+ que canções sempre vão te lembrar de 2003?
sei lá, eu só ouço coisa velha, mesmo… Mas ok, acho que esse foi o ano da Kelly Key.
+ Comparando-se com essa época, no ano passado, você está:
I. mais feliz ou mais triste? acho que na média.
II. mais magro ou mais gordo? definitivamente mais gorda.
III. mais rico ou mais pobre? mais rica, eeeeeee.
+ O que você queria ter feito mais?
fotos e viagens.
+ O que você queria ter feito menos?
gastos inúteis.
+ Como vai passar o reveillon?
na praia de Cabo Frio.
+ você se apaixonou em 2003?
felizmente, não.
+ Quantos ficantes?
Acho que passei da fase de achar graça em ficadas. Entreter algum beócio noturno para quem eu serei mais um número na lista de bocas da noite? Não.
+ Qual foi seu programa de TV favorito?
TV Fama, eeeeeee!!!
Nah, mentira. Nada digno de nota na TV, really.
+ Você odeia alguém hoje que não odiava há um ano?
Hm… Acho que felizmente, não. Meus ódios se mantiveram constantes, o que já pode ser considerado um avanço.
+ Você gosta de alguém hoje que odiava há um ano?
Sim, sim – vejam como eu estou melhorando como pessoa, não passei a odiar ninguém e ainda tolero quem odiava, haha.
+ Qual foi o melhor livro que você leu?
Não sei se dá pra citar aqui por ser meio barra pesada, embora não seja pornô, haha. Aliás foi o único que li, mas gostei.
+ Qual foi a sua maior descoberta musical?
Aprendi a parar de renegar meus gostos estranhos.
+ O que você quis e conseguiu?
Uma câmera digital.
+ O que você quis e não conseguiu?
Um propósito para a minha vida.
+ O que você fez no seu aniversário?
Foi um aniversário triste…
+ O que teria feito o seu ano infinitamente melhor?
Mais dinheiro.
+ Como descreveria seu modo de se vestir em 2003?
Roupas feitas em casa, sapatos coloridos, roupas pretas, jeans largos, vestidinhos, acessórios improvisados, enfim – o de sempre.
+ O que manteve a sua sanidade?
O meu bom senso.
+ Qual celebridade você mais admirou?
Não ligo para celebrities.
+ Qual episódio da política que te deixou mais puto?
Sem chance de lembrar do que quer que seja relativo a política, agora.
+ De quem sentiu falta?
Acho que de ninguém, de verdade. Estou conseguindo destruir vínculos humanos.
+ Quem foi a pessoa mais legal que você conheceu?
Pessoas geralmente não são legais. Ahn, ok: me dou por feliz por ter mantido as velhas pessoas legais.
+ Diga uma lição valorosa que aprendeu em 2003:
Viver a vida. Ela pode ser tirada de você antes que perceba.
Repetindo o que eu disse lá: Bebam muito, comam muito, porque viver é o momento presente – e não ficar remoendo o passado ou fazendo resoluções de fim-de-ano que talvez você nem tenha tempo de cumprir. Vejo vocês ano que vem.
Month: December 2003
Bizarro, bizarro.
Devo estar grávida. Acabei de engolir um pote de pêssegos em calda com batata palha. E descobri que creme de leite light parece vômito de gato. Odeio coisas diet. Melhor comer logo alface com nabo cozido OU assumir o peso. Eu prefiro a segunda opção.
E grupos de discussão podem ser uma coisa divertida (pelo menos mais que chats e Ircs):
lucci: puta paciencia. eu ja teria mandado ele tomar no cu.
eu: não é uma boa idéia. vai que ele aceita a sugestão, vai de fato tomar na bunda, fotografa tudo com a webcam e decide postar aqui??
gude: aiaiai, nao de idéias
guilherme: Deus tenha piedade de nós!!!!
smartt: Deus não existe. Eis a prova:
(segue-se foto do Smartt introduzindo o respectivo numa região pouco exposta de sua anatomia)
O Smartt é um personagem essencial a qualquer newsgroup. Escroto, boca suja, viciado em pornografia de quinta e DVDs de filmes Z, agride verbalmente a deus e o mundo, mas todos sentem falta quando ele some e pára de postar sua cota de 500 fotos de hard porn diárias. Agora ele comprou uma webcam (fez até um fotolog!!) e passa o dia postando fotos dos seus DVDs e VHS, fotos do seu pai – que ora parece estar vivo, ora parece estar empalhado – e também do seu membro hirsuto camuflado nas sombras.
Ele postou fotos minhas num fórum (com o singelo título Brazilian Biatch wants gringo d****) e graças a isso eu recebi um “convite” dessa “agência de modelo” aqui. Eu estou rindo até agora. Mas vou ter que declinar o convite.
I love you, you pay my rent.
Eu preciso de uma versão VELHA do Winamp. A atual é muito pesada. Any clue?
E segundo isso eu já tenho direito ao seguro desemprego. Yay, a idéia da demissão iminente já não é mais tão aterradora. Sinceridade? Nunca foi. Mas é melhor saber que terei três meses de sossego, COM Velox. =)
Last, but not least, o caminhão de beijo na bunda de hoje vai pra ela, que FEZ e me mandou o cartão mais lindo ever… Aliás, minto, os cartões (e todo o tipo de montagem/colagem) que ela faz são fodas, cada um mais lindo que o outro… Fora as palavras escolhidas a dedo pra ilustrar nossas vidinhas.
Glitter is all WE need:

De brinde esses über cute post its japoneses:

Close neles, que são fofos:

Sinto falta das nossas tardes sentadas na concha acústica da UERJ picando papel colorido como quem rasga dinheiro e entupindo tudo dentro de hand made envelopinhos chiques. A gente só devia crescer se quisesse, por escolha própria – e não ser obrigado.
Needless to say, you’re a real sistah, baby.
Vamos beber smirnoff ice horrores em january, quando F. estiver no rio.
Santa, are you drunk?
Cumprida a promessa: comi e bebi tudo o que havia disponível e adormeci antes da fatídica meia noite. “Esqueci” de ver o especial de Natal da Xuxa, não tive a “sorte” de assistir a nenhum filme natalino americano, não montei árvore de natal, não acendi luzinha alguma, economizei energia e hipocrisia e não desejei feliz natal. Mas beber vinho e comer farofa é legal.
Me chamaram pra passar a Noite Infeliz num pseudo retiro não-religioso (na verdade um monte de bêbados metidos a hippie discursando contra o capitalismo e fumando maconha). Podia ter sido fun. Mas assim que a porta do meu quarto se tranca atrás de mim eu sinto que não há nenhum outro lugar no mundo onde eu queira de verdade estar.


– Será que um dia ainda vamos rir disso tudo?
– Nós TEMOS que rir disso tudo, algum dia.
Eu queria que você entendesse que “rir disso tudo”, pra mim, não vai ser quando (e se) eu um dia me achar sentada numa pilha de notas de cem dólares, ou fizer parte do cenário daquela foto de calendário que te mandei – um banheiro com paredes de vidro no alto de uma cobertura em NY. Naquele dia eu fiquei triste. Não por saber que eu talvez nunca venha a estar num lugar como aquele, mergulhada em espuma cheirosa às seis da tarde vendo as luzes de Manhattan se acenderem. E sim porque houve uma vez em que um banho humilde já me fez muito feliz. Que talvez eu nunca mais venha a sentir novamente, com ou sem dinheiro.
Eu era bem pequena, tinha acabado de me mudar de uma casa para outra (ainda em construção) e, sentada dentro de uma bacia de alumínio no chão do que viria a ser nossa cozinha, via a noite cair através da porta aberta. Minha mãe despejava água quentinha sobre a minha cabeça, eu estava ansiosa pelo fim do banho porque já podia ouvir a musiquinha de abertura do meu desenho animado preferido na TV.
Eu estava tão feliz, tudo era diferente, divertido e excitante, desde o fato de não termos ainda um banheiro propriamente dito até aquele monte de tábuas empilhadas pelos cantos e o cheiro de cimento fresco (eu sempre gostei de cheiro de cimento fresco) e a poeira eternamente em suspensão que grudava nas coisas e pessoas. E ao mesmo tempo tudo era tão familiar, o prazer de sentir a água quente escorrer pela pele arrepiada de frio, a voz da minha mãe reclamando da bagunça e da demora na obra… E eu estava orgulhosa de mim mesma, porque percebi que havia aprendido a cantar a musiquinha do desenho, e depois do banho ia ter coca cola e sanduíche de pão com ovo pra acompanhar o episódio.
Eu não preciso de nada pra ser feliz além de recuperar essa sensação de plenitude dentro da minha própria pele. Às vezes acho que nada que venha de fora terá, nunca mais, o dom de me fazer sentir exatamente assim. E, se estiver aqui dentro pode ser que tenha morrido afogado nas lágrimas ou sufocado embaixo de todas as coisas que tive que engolir pra continuar vivendo.
Happy.
E então hoje eu passei bem longe daquele ponto-de-ônibus que me leva direto pra onde o demônio perdeu as botas e acabou ficando. Ou seja, não fui trabalhar. Tivemos festinha do pijama ontem, dancei a madrugada inteira e o meu melhor amigo baixou centenas de arquivos de musiquinha de karaokê e eu e ele e a T. e a S. cantamos all night long, e eu descobri que a minha voz cantando dancing queen do abba fica até ok e por isso decidi que terei uma banda cover do abba amanhã.

E hoje fomos à padaria de bicicleta comprar coisas e na volta a chuva despencou inesperada e voltamos pra casa rindo, tentando em vão proteger as coisas dentro das sacolas e descobrimos que descer ladeira de bicicleta na chuva é a melhor coisa ever, melhor até que pão crocante e quentinho com manteiga. Ok, talvez não melhor que pão crocante e quentinho com manteiga. Mas é bom.
E eu cheguei em casa com o cabelo grudado na cara e fizemos mil e quinhentas fotos que ele pediu pra não postar em fotolog nenhum, nunca, porque seriam só nossas pra toda a eternidade e riríamos dela até que as deletássemos – porque nada é eterno, porque sim, elas ficaram horríveis, estava escuro e o flash estraga tudo mas não, elas ficaram lindas porque a S. disse que eu tenho cabeça de alienígena mas olhos de rainha egípcia, e então eu sorri e ele fotografou a felicidade. Assim mesmo, com flash e no escuro. E eu vi que a felicidade até que é jeitosinha.
E agora eles estão na cozinha gritando e cantando dance music dos anos 90 enquanto fazem rabanada e pudim de pão (com o pão que molhou na chuva). Uma festa pra mim, porque eu estava triste e porque não indo trabalhar hoje eu perdi o happy hour da empresa. No remorse. Eu não queria mesmo ser um peixe fora d’água lá se o meu cardume está aqui.
Comi um prato de nuggets com batata frita e arroz papa e caldinho de feijão e fiquei tonta porque meu corpo estranhou. Me pesei na balança da farmácia ao lado da padaria e ela mostrou dois quilos e 300 gramas a menos. Estou com uma vontade incrível de beber vinho branco gelado mas ele não deixa porque sabe que vou passar mal. Mas me trafica copinhos de amaretto por debaixo da mesa and this is why he’s my friend.
E amanhã eu DEVO estar em casa. Tenho tanta coisa para fazer que minha cabeça dói. Mas tem também as estrelinhas no teto do quarto, e eu sei que elas sentem a minha falta.
Eu nem sei por que escrever tudo isso. Eu nem estou tão feliz assim, estou talvez exagerando artificialmente uma sensação que talvez seja só alívio. Mas ainda assim essa mentira benigna que estou contando a mim mesma é melhor do que Prozac. E agora eu vou lá na cozinha sentar na mesa e amá-los com os olhos enquanto eles cumprem, aos risos e sem cobranças, a boa ação do ano: me fazer sentir um pouquinho só menos “unlovable”.
Oh, what a night.
Eu não sou uma boa menina. Subi quase uma hora de morro rodopiando por entre becos e pulando poças de esgoto para chegar ao terreiro, digo, ao galpão do Salgueiro para um autêntico baile fânque carioca. Foi preciso guia local para que a gente achasse. Seguir o barulho não bastou.
Confesso que dancei e que ri. Funk proibidão não toca nas rádios. Mas toca lá. E as letras são de um brilhantismo ímpar. E achei bastante interessante, do ponto de vista sociológico, ter me deparado com inúmeros cidadãos sem camisa, dançando com AR-15 pendurados nos ombros. Chato só ter tomado uma coronhada, de bobeira, coisa assim “sem querer”, acidental – mas doeu e abriu uma pequenina brecha na minha testa.
MATADOR: Aí, foi mal…
Eu: Tem erro não, foi acidente.
MATADOR: É, tá vendo?…
E eu ia falar O QUÊ?
Bebi gummy de váááários sabores, comi churrasquinho (linguiça é mais seguro, o risco de o churrasco “miar” é menor), caipivódega, ouvi elogios à minha bunda e ao meu cabelo, fui chamada de “princesa” e outras coisas que a) eu não entendi ou b) prefiro fingir que não entendi. Não dei beijo na boca, though.
Amanhã eu não sei se volto lá, ou se vamos pra Vila Mimosa beber ou se vou com o J. pra um baile funk de rua no subúrbio onde ele será DJ. Os traficantes pagam 200 pratas pra quem fizer o serviço até o fim do baile lá pelas três, quatro da manhã. Pode rolar tiroteiro? É lógico. Aliás, estranho se não rolar. Mas do jeito que o Rio anda, daqui a breve tem tiroteios até dentro de Salão do Reino das Testemunhas de Jeová.
E, sem querer desmerecer a crença alheia, o baile funk é bem mais legal.