Saturdêi.

Não há coisa mais distante do que eu julgava ser a humanidade do que ser obrigado a fazer as tais das necessidades fisiológicas. Um ser criado à imagem e semelhança de Deus NÃO PODE sentar-se num treco que oscila denominações como “privada” e “vaso sanitário” para expelir excrementos; isso é aviltante.

Depois desse inusitado intróito que reflete meu ódio à condição humana, vamos lá – hoje é dia de rei (no meu caso, de rainha), e vou me despencar daqui para a zona oeste (leia-se zona OESTE, não Barra da Tijuca), único lugar do Rio onde AINDA existe a combinação filme bacana + cinemas novos + ingresso barato. Eu trabalhei a semana toda (argh), hoje é sábado, faz um dia lindo (sol + friozinho, the perfect combination) e nem morta ficarei em casa na frente desta droga de PC digitando asnices para vossa diversão nérdica.

Aproveitando que mandei o namorado à merda esse weekend (acho que meu namorico de milhares de anos vai naufragar agora que considero gastar tempo com ele quase “perda de tempo”) para curtir a minha lindíssima pessoa, é isso o que farei. Teremos uma noite de creminhos, lavagem de cabelo, tratamento facial, arrumação de armários detonados e cheios de roupa suja amontoada, enfim… Só diversão.

Eu sei, eu sei.

entro no ônibus às seis e meia da manhã, e dou de cara com o MEU lugar habitual (sentada ou pendurada na escada de entrada do coletivo) já ocupado por um cara que ainda por cima viajava de pé.

ora, se era pra ficar em pé, por que não ficar DENTRO do ônibus, como todo mundo? okay, lá vou eu entrar no ônibus, pra viajar em pé, e ainda por cima aturar aquelas luzes fortes bem dentro da minha cara, e o “som ambiente” dos TRAVESSOS e do SOWETO reverberando bem dentro do meu tímpano esquerdo graças a um maldito alto falante que propaga aquela desgraça a todos os passageiros à guisa de “diversão matinal”. e pendurada no ônibus não tem como pegar o discman na bolsa.

pra melhorar a manhã entra um pastor na condução, bíblia debaixo do braço, clamando a proteção do senhor deus a todos nós e empesteando mais ainda o ar com sua pregação. e depois que desço ainda sou obrigada a navegar por um oceano de poças de cuspe e escarro até chegar no trabalho. onde se escreve “homens trabalhando” devia ser lido “PORCOS trabalhando”.

e pensar que a essa hora, habitualmente, eu estaria dormindinha, grudada no meu travesseiro gordo sob a carícia gelada do meu ar condicionado, curtindo o último sonho da madrugada. sem um puto no bolso, é verdade – mas eu ainda não recebi dinheiro, e o que receberei talvez não cubra os desprazeres da vida de “gente grande”.

se o salário desse mês, depois de todos os descontos, der pra comprar um vidrinho de chumbinho-mata-rato pra misturar na farofa, dou-me por satisfeita. e sim, eu tinha mais coisas pra escrever aqui – mas não no trabalho.

obrigada por ainda me aturarem. vai melhorar, prometo. (?)

Just another day in hell.

Tá foda conseguir não virar lésbica. A qualidade do sexo forte (?) piora a olhos vistos.

Eu no ponto do ônibus depois de um dia PODRE no trabalho (depois falo sobre essa questiúncula). As costas desmoronando-se, as costelas entrando para dentro dos pulmões e eu quase vomito sangue por conta disso. Dói tanto que por duas vezes me agacho e fico lá, de cócoras, esperando que ou o ônibus passe AGORA ou que também AGORA um raio parta minha cabeça em dois hemisférios vazios. Porque nada além dessas duas coisas poderia me aliviar o sofrimento.

O primeiro ônibus passa. O motorista from hell passa por mim, me olha na cara e segue adiante com a sucata voadora, sem parar. O segundo faz o mesmo, e depois de UMA HORA às margens da avenida Brasil, tendo dúzias de policiais armados de fuzis circulando à minha volta com a mesma tranquilidade dos vendedores de bala, um motorista finalmente me concede a graça. Eu já estava à beira das lágrimas.

Obviamente, depois de ter sido ignorada por dois carros lotados, o terceiro, já bem mais tarde, passa tão lotado quanto. Sento na escada mesmo; só que esse ônibus vai parar em VÁRIOS pontos até me despejar em casa. Ou seja, a porta se abrirá (e permanecerá aberta) em várias localidades às margens da Av. Brasil, onde homens subirão, olharão meus fundilhos e com algum azar me chamarão de “gostosa”.

Péra. Pára tudo. Eu não quero mais um ônibus. Nem quero ir pra casa. Eu quero aquele raio.

Foi exatamente o que aconteceu. Com um agravante: dois caras resolveram também ficar na escada, junto comigo. Os dois em pé, minha cara colada às suas bundas, o cheiro do suor curtido durante um dia inteiro de trabalho empesteando o pouco ar disponível naquele mini espaço, tornando-o praticamente irrespirável.

Para acabar de danar de vez, o mais feio deles ficava com os olhos esbugalhados metidos dentro da minha blusa. O ônibus rodopiou pela Brasil e eu maldisse mil vezes o fato de ter ido de saia bem naquele dia. Ficava espremendo as pernas na vã tentativa de ocultar as partes. Não adiantava: vendo algo ou não, a homarada arreganhava dentes ao vislumbrar uma fêmea da espécie dando mole na escada do coletivo.

Homens hétero têm mais sorte. É possível para um camarada exigente ver mulheres aproveitáveis durante uma caminhada de 30 minutos. Uma mulher exigente pode caminhar por 30 dias e não encontrar um que não lhe faça querer se matar.

Ainda tenho um pouco de sorte por ter achado um camarada vagamente tolerável e cuja conversa não me dá vontade de socar a cabeça na parede. Sei lá se eu o amo, provavelmente não – mas querer “paixãozinha” também significaria que eu ando vendo novela demais, ou lendo muito os livros de Mme. Delly. Olho pro namorado de algumas amigas minhas e suspiro aliviada.

É, vai demorar um pouco até eu mudar de orientação sexual.
Lésbicas de plantão: chorai.

Is pindaíba over?

Minha mãe conseguiu na justiça a pensão do meu padrasto. Depois de dois adiamentos por motivos estúpidos, finalmente a audiência se deu e ela ganhou a causa. Nem foi preciso muito esforço para isso; das quatro testemunhas, apenas duas foram ouvidas (poucas perguntas, também).

Bem, espero que agora ela se dê por satisfeita e engavete a compulsão de sugar meu salário feito uma morcega velha. E agora a melhor notícia de todas: graças a isso eu eu NÃO VOU MUDAR DE CASA de novo.

Phew. Thanks god ou sei-lá-o-quê em que vocês creiam. Eu, depois de tanto penar, merecia pelo menos um endereço. Chega de nomadear por aí como cigana. Now I have a home (e o melhor é que é uma das casas mais legais em que já vivi).

Happy Victim’s Day

Feliz dia das vítimas para todas elas. A minha só vai ganhar presente quando eu receber o salário. Salário. Eta palavrinha feia e triste e deprimente.

Ontem me enfiaram numa igreja evangélica. Culto especial do dia das mães. Uma amiga minha (que frequenta igrejas, e é das mais populares integrantes do grupo jovem… tanto que faz parte do time que “corre a sacolinha” no fim da festa) e suas colegas fizeram comida – e como tinha comida, lá fui eu. O pastor era um rapazote barrigudo que fez piada engraçadalha o tempo todo, e eu ali, obrigada a bater palminhas, a cantarolar os hinos (não tinha nem a desculpa de não cantar porque eu não sabia; tinha um retroprojetor exibindo a letra na parede). Depois desse mico/acesso desavergonhado de hipocrisia, eles chamaram as mães para o palco lá na frente. Foram aplaudidas e lá fomos nós, os filhos, lá pra frente também, abraçar as mães chorosas. E elas ganharam um lindíssimo imã de geladeira…

Okay, finda a palhaçada e a tentativa de lobotomização (graças a deus escapei ilesa e não me “entreguei a Jesus” no fim do culto), chegou a hora da comida, que hora tão feliz. Torta salgada com recheio de frango, torta de chocolate branco, de limão, de pêssego… Comi feito uma eritréia faminta e bebi litros de refrigerante. Saí de lá louvando a Deus e clamando aleluia. O que a comida não faz…

E tchau, porque daqui a pouco vai ter comilança (churrasco + cerveja + bolo + coke) na casa do F. e churrasco com friozinho é o que há.

Pain in the neck.

Sem chance, B. – eu não vou ao show do Silverchair com você.
Nem com você, nem com o Jude Law. O Silverchair não merece. Começaram imitando o Pearl Jam e agora compõe porcaria pra tocar em FMs. A menos que você ganhe convites pro camarote VIP – aí eu tô dentro. Então me entupirei de comida, beberei feito uma porca e colocarei meus fones ouvindo outra coisa.

Mas se você me chamar pra igreja da Penha, aí eu vou. Não é pra rir, não. Eu adoro a vista lá de cima… Só espero não ser vista por uma bala perdida, porque você sabe, por lá o Complexo do Alemão domina.

Dia bosta no trabalho, fiz um monte de besteiras por conta da pressão, derrubei uma impressora, pronta pra uso, do carrinho de transporte (sorte que o menino responsável consertou rapidinho…), e me estressei diversas vezes. Hoje teve também o bota-fora da R. Uma menina que trabalhava lá mas foi aprovada para o concurso de técnico da Aeronáutica. Good luck. Eu é que perdi o saco de estudar pra concursos. Tranquei a faculdade e vamos ver o que faço – pelo menos vou esperar até que os semestres se reorganizem. Na verdade estou de saco cheio da FFP. Ninguém me avisou da data certa da pré-matrícula. Logo quem foi bacana a ponto de fazer isso? A J. Ponto pra ela, porrada na minha cara por tentar me socializar com gentalha. Cai na real, pessoa – o mundo te odeia, você odeia o mundo e dane-se ambos.

Pergunta povão: se a personagem “Vidinha” da novela das oito é tão rica, então porque ela usa roupas repetidas, cafonas, sem graça nem charme (bermudão de surfista? me poupe…) e vive com a MESMA gargantilha de plástico no pescoço desde que a novela começou?? Mistério…

Here we go again.

Achei que tivesse sido banida da web pela minha própria imbecilidade. Minha senha não entrava e eu não tinha neurônios o suficiente para perceber que estava digitando a senha errada. BIG DUH pra mim. Como eu pasto.

Deve ser sinal do esgotamento mental (e físico!! Físico!!) que estou sofrendo no trabalho. O emprego é legal, o salário podia ser melhor mas também pior – só que infernos, eu trabalho praticamente DEZ horas por dia.

Chego às sete da manhã (a rigor BEM antes, já que é “recomendável” que eu acorde por lá mesmo… quero dizer, que eu chegue lá por volta das seis e quarenta da manhã). Saio batida às quatro e meia da tarde. Nesse meio tempo, enfiada num RC (Repair Center) de uma multinacional de informática. Trabalho no setor de logística, liberando peças, enchendo o saco dos técnicos para que trabalhem rápido, correndo atrás de pedidos urgentes, e SIM, carregando peso. Monitores, impressoras laser e matriciais gigantes, e um troço que parece um No Break mas pesa feito uma bigorna, ogiva nuclear, sei lá o quê. Passo o dia todo enfiada aqui nessa tela, dando baixa/liberando peças e montando packing lists.

Bem, amanhã eu volto e falo mais sobre. É que eu odeio postar direto na web (desacostumei, virei galinha de FTP). E a quem devo email, ele só vai no weekend (me poupem, estou indo dormir às dez da noite). E sobre o domain, tem conversa mais tarde. Aqui. Just wait.